Conhecendo e explorando a Guitarra Baiana

Fala meu querido leitor ou leitora: tudo bem com você?

Depois de interromper a série de posts sobre os métodos de ensino musical, com informações sobre o Coronavírus, que você relembra clicando aqui, que tal retomar o tema com um método criado especialmente para um instrumento bem brasileiro: a GB ou Guitarra Baiana?

Recentemente eu falei sobre ela nesse post mas o blog SANTO ANGELO já trouxe outras matérias sobre a GB como essa de 2015 e outra de 2014, quando foi apresentado o cabo desenvolvido para a Guitarra Baiana

Convidei um músico referência para essa tarefa, que provavelmente você já conhece, mas vou deixar que ele se apresente e te guie por esse mundo exclusivo dos aficionados pela guitarra baiana.

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Saudações amigo leitor do blog Santo Angelo! Tudo bem?

Primeiramente, é um grande prazer participar e contribuir com o blog SANTO ANGELO mais uma vez. Eu sou Jonathan Raphael, guitarrista de Guitarra Baiana, esse instrumento de porte pequeno que, muitas vezes, é confundido com uma guitarra em miniatura, mas que na verdade é muito mais do que isso, como veremos a seguir.

Sou também professor de música há mais de 10 anos e, além de tocar, dedico-me ao ensino presencial e online deste instrumento para alunos de diversas regiões do Brasil e exterior.

Se você ainda não me conhece, entre no site, que lá você encontra minhas redes sociais e um pouquinho da minha carreira.

Mas, afinal, o que é essa tal de Guitarra Baiana?

Se você está antenado no blog SANTO ANGELO deve ter percebido que o instrumento foi abordado em posts algumas vezes, como a Lygia explicou antes, mas aqui vai uma breve explicação:

A Guitarra Baiana é a versão elétrica do Bandolim (assim como a Guitarra é a versão elétrica do Violão) e geralmente possui cinco cordas afinadas em quintas, assim como o Bandolim e o Violino.

É conhecida por ter surgido no Brasil como uma invenção da dupla de músicos baianos Dodô e Osmar (os também inventores do trio elétrico), mas o instrumento também existe no exterior, onde é conhecido como “Electric Mandolin” (Bandolim Elétrico, na língua inglesa), fabricado por marcas famosas como Fender e Epiphone.

Agora que já sabe melhor o que é uma Guitarra Baiana, aqui vão as 3 razões das quais eu acredito que você, guitarrista que busca sempre expandir os seus horizontes musicais, deveria experimentá-la:

Tamanho não é documento!

Apesar do tamanho reduzido do instrumento e do fato de ter uma corda a menos que uma guitarra convencional, isso não significa que ele seja limitado. Muito pelo contrário, pois a sua afinação em quintas permite que o guitarrista tenha mais notas em apenas uma forma de escala do que teria em uma guitarra com 6 cordas (que é afinada em quartas).

Por exemplo: ao tocar a escala de C maior (dó maior) na guitarra, você consegue fazer um shape com 3 notas por corda, como demonstrado na figura  abaixo:

Usando a Matemática, percebemos que 3 notas para 6 cordas resultam 18 notas (3 x 6 = 18) para cada forma de escala.

Já na Guitarra Baiana, a afinação permite que esta mesma escala seja executada com 4 notas por corda ao invés de 3. Observe a próxima figura:

Fazendo a mesma conta, percebemos que 4 notas para 5 cordas perfazem 20 notas (4 x 5 = 20), ou seja, mais notas em uma forma de digitação do que na guitarra convencional!

Como bônus, repare também que os desenhos ficam mais simétricos na Guitarra Baiana, facilitando a sua assimilação e execução.

Portanto, tamanho não é documento! Apesar de pequena, a Guitarra Baiana também cumpre muito bem o papel de instrumento “de gente grande”!

 Repertório brasileiro e “shred” ao mesmo tempo!

Se virtuosismo faz parte dos seus objetivos como instrumentista, a Guitarra Baiana possui uma vasta discografia com diversas músicas instrumentais que são tecnicamente desafiadoras, e curiosamente roqueiras e brasileiras ao mesmo tempo.

O Frevo foi bastante explorado com bastante distorção ao longo dos anos com a Guitarra Baiana em diversos discos. Se você gosta de palhetadas rápidas, precisas e distorcidas, se sentirá muito bem servido aqui. Além de tecnicamente desafiador, o Frevo é um gênero riquíssimo no aspecto rítmico-melódico, o que certamente muito acrescentará na sua bagagem musical.

Outro gênero brasileiro que cai como uma luva na Guitarra Baiana é o Choro.

Devido ao fato de diversas composições do Choro terem sido feitas para Bandolim, estas se tornaram muito fáceis de aprender na Guitarra Baiana, com destaque especial ao repertório de Jacob do Bandolim (1918 – 1969), um dos maiores virtuosos da história da Música Brasileira.

Como bônus, pelo fato da afinação da Guitarra Baiana também ser a mesma do violino, abre-se um leque enorme de peças eruditas que caem bem no instrumento.

Gosta de desafios grandes? Experimente tocar uma peça do virtuoso violinista Niccolò Paganini (1782 – 1840) na Guitarra Baiana e veja o quão interessante pode soar!

E claro, se você quer explorar o velho Rock de sempre e outros gêneros, a Guitarra Baiana é versátil o suficiente para contemplar o timbre que você deseja, acrescentando uma pitada especial a mais de personalidade.

Diversidade de modelos e timbres!

No universo da Guitarra, sabemos que existe uma gama imensa de modelos diferentes, com timbres e aplicações diferentes, para atender a estilos e gostos musicais bastante diversos.

O mesmo ocorre com a Guitarra Baiana, com uma variedade grande de modelos entre si, mas que ainda assim possuem uma característica própria que as tornam únicas se comparadas as guitarras.

Você é do tipo que gosta de alavancadas com Floyd Rose, Tappings e outras técnicas especiais? Existem modelos Guitarra Baiana para isso!

Ou você é do tipo que gosta mais de um som limpo mais jazzístico? Também existem modelos de GB’s semi-acústicas.

Ou o seu gosto seria mais voltado para um timbre que remeta a instrumentos clássicos como Strato, Tele, PRS? Também tem!

Conclusão

Essas são as 3 principais razões que eu acredito que você deveria conhecer e buscar descobrir o universo mágico da Guitarra Baiana, esse instrumento bem enraizado na nossa cultura e que ainda pode ser muito mais explorado, difundido e ganhar o mundo cada vez mais!

Lógico que existem ainda mais razões e motivos especiais para conhecer a Guitarra Baiana, mas isso ficará para um próximo post!

Ficou curioso? Sinta-se à vontade para fazer comentários ou perguntas no formulário abaixo ou diretamente comigo através do meu site e redes sociais minhas ou da SANTO ANGELO.

Um grande abraço e até a próxima!

Obrigado, Jonathan, por dividir sua experiência com a nossa galera e te desejo ainda mais Sucesso em sua carreira profissional, como músico, professor e empreendedor da Educação Musical.

E com esse post eu me despeço de você, caro leitor e leitora. Foram 4 anos que eu deixo com pesar no coração, mas certa do que aprendi aqui na SANTO ANGELO levarei adiante como base dos meus novos objetivos.

Ou você achou que quando falei em Metas para 2020 , eu própria não me propunha maiores desafios pela frente?

Um beijo e a gente se encontra por aí.

Jonathan Raphael é guitarrista de guitarra baiana, artista solo, professor licenciado em Educação Musical pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e possui o seu próprio curso de Guitarra Baiana no site www.cursodeguitarrabaiana.com.br

Lygia Teles, é Relações Públicas e especialista em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP. Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da SANTO ANGELO.

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