Continuo ou paro de estudar Música como profissão?

2018-06-26

Olá pessoal, tudo bem?

Desculpem-me por começar esse post de maneira pessimista, mas parece que para algumas pessoas, as coisas não andam nada bem.

E se você é uma dessas pessoas, fique comigo mais alguns parágrafos porque, com certeza, o assunto aqui tratado pode te ajudar a encontrar saídas para quem ainda não conseguiu enxergar nenhuma ante as dificuldades desse momento.

Quase todos os dias, lemos comentários na fanpage SANTO ANGELO bem parecidos com esses (só para ficar nos mais recentes):

“Essa guitarra custa mais que a minha casa!”

“De cada 10.000 músicos somente um alcançará o Sucesso!”

“Por mais que muitos se esforcem podem simplesmente nunca alcançar aquilo que desejam… é meio ilusório acreditar que pelo fato de se dedicar alguma coisa consequentemente o sucesso vai chegar.”

Notem que não estou criticando quem pensa dessa forma, muito menos menosprezando seus comentários.

Muito pelo contrário, eu prefiro ler essas opiniões porque se não expressassem suas opiniões, como posso entender o que se passa na cabeça de muita gente do nosso mercado, mas que prefere ficar calada.

Acredito que a crise econômica que atingiu o Brasil a partir de 2015 (e que vai demorar para acabar, segundo os especialistas do setor) tem ajudado os jovens a mudarem o mindset (já falamos sobre isso nesse post de 2016 ,segundo as dificuldades e oportunidades que se abrem no horizonte.

Ou em outras palavras, estudar para viver da Música tornou uma opção entre outras tantas que cada ser humano precisa assumir com o futuro, da mesma forma que acontece com as profissões ligadas à Engenharia, Medicina ou Ciências Sociais.

Mas afinal, onde está o erro ou a raiz desses problemas de frustração com a carreira musical, ou com a Música de maneira geral?

Para começar, quem disse ou poderia garantir que alguém pudesse ter Sucesso na profissão que escolhesse sem antes correr imensos riscos de que tudo poderia ser um tremendo engano?

Também não se pode assegurar que só Motivação para estudar vai te levar ao Sucesso, porque antes é preciso algumas pré-condições importantes para você mesmo estabelecer de acordo com sua personalidade e desejos mais íntimos.

Aliás, o tema sobre Motivação é uma constante aqui no blog SANTO ANGELO e na semana passada tratei sobre algumas atitudes essenciais que ajudam a desenvolver o foco em busca das suas metas e objetivos, quando for preciso estudar, não somente Música como qualquer outra matéria ou especialidade.

Se você ainda não leu, acesse aqui. E se tiver outra dica ou método que utilize para manter seus propósitos alinhados, compartilhe com a nossa galera ao final desse post, nos comentários.

As pesquisas sobre o desenvolvimento das capacidades humanas não para e desde o surgimento da Neurociência, novas descobertas são feitas diariamente, colaborando para nossa motivação e qualidade de vida, além de ampliar a percepção que temos sobre nós mesmos.

Assim, quanto mais sabemos como o cérebro humano funciona, mais conseguimos identificar as falhas e encontrar soluções para uma vida mais plena e feliz.

Claro que não sou nenhuma especialista em Neurociência e nem pretendo usurpar o lugar de um desses profissionais (que aliás, pedimos que, caso precisasse, que procurasse ajuda) como relatado no post mencionado acima.

Mas como sou tremendamente motivada para ajudar nossos amigos, encontrei um desafio que você pode usar para se conhecer melhor!

Experimente dizer “eu me sinto” ao invés de “eu sou”. Note que só entender essa postura pode ser uma mudança considerável na sua vida.

Ficou confuso? Deixe-me explicar melhor!

Segundo pesquisas, quando a resposta de fuga do nosso cérebro é ativada e nos tornamos conscientes, dizendo a nós mesmos “eu estou com raiva”, “eu estou frustrado”, ou “eu estou triste”, só estamos sendo suscetíveis a ligarmos nosso estado de aviso.

Qual a diferença de uma palavra? A razão é simples. Quando você diz “eu sou” você está fazendo uma declaração sobre a sua identidade e quem você é de fato. Isso implica mais na permanência do que emoção.

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É como se você estivesse dizendo a si mesmo: “esse sentimento é quem eu sou”.

Trocando apenas essas palavras, de acordo com as pesquisas, correrá uma mudança mensurável no fluxo de sangue para fora do centro da luta/fuga, e grandes grupos musculares, para o córtex pré-frontal (PFC), a própria parte do cérebro que cultiva a empatia e resolução de problemas.

Eu sei que não é fácil entender, mas assista aos vídeos do Prof° Miguel Dourado nesse link  para compreender melhor o conceito.

Outra forma importante de encontrarmos soluções para nossos problemas é usar a Empatia, com gente que conhecemos e que já atingiram razoável Sucesso em suas carreiras musicais.

Ou seja, convidamos alguns dos nossos endorsees que são professores de Música, para praticarem o seguinte exercício:

Sendo professor, procure “vestir” a “personagem aluno” que enfrenta dúvidas sobre a carreira musical ser a carreira certa a seguir.

Leia como eles se saíram nas respostas e se alguma delas pode lhe ser útil.

Alexandre Almeida: Eu, Alexandre, ao me colocar no papel de aluno, acredito que o que mais me motivaria (como sempre me motivou) foi querer entender tudo o que estava fazendo, mesmo quando não tinha pretensão em ser profissional dentro da carreira musical.

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A maioria das pessoas não sabe qual o caminho seguir na Música e, no mais das vezes, tomam soluções paliativas, como por exemplo: “pegar” uma música nas redes sociais, comprar “cursos e pacotes de licks“ na internet, etc.

Então, a forma que encontrei para motivar meus alunos é mostrar o quanto é importante “entender o que se está tocando” para que ele mesmo consiga tocar o que quiser, fazendo e conseguindo criar o que mais lhe interessar.

Desta forma, mesmo que o aluno leve a Música como um hobby (lembre-se que estudar Música, necessariamente não precisa ser uma carreira profissional), ele vai conseguir tocar as músicas que gosta e com essa abordagem é muito pouco provável que ele perca o interesse ou, até mesmo, desista das aulas quando enfrentar a primeira dificuldade pela frente.

Quando você consegue aprender e entender o que está fazendo, o conhecimento se torna prazeroso e desistir do curso já não é mais uma opção a ser escolhida.

Resumindo, se a pessoa entra em contato buscando por aulas, é sinal que ela já tem interesse, só vai do professor fazer com que esse interesse não se perca.

Ernani Junior: Isso é o grande X da questão e muito importante até para as lojas do setor de instrumentos musicais e Áudio, porque os lojistas se esquecem do seu principal papel no mercado: FOMENTAR novos músicos.

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A grande maioria desses lojistas simplesmente abrem a loja e esperam os consumidores entrarem.

Isto está errado, porque todos precisamos FOMENTAR um público maior e que desejem “querer tocar” um instrumento musical, controlar uma mesa de som na igreja ou mesmo cuidar profissionalmente da Iluminação de um palco.

Sei que é difícil porque alguns nem ao menos sabem o que têm nas lojas para vender. Ou, se sabem, não conseguem transmitir esse conhecimento para quem entra na loja querendo saber mais detalhes sobre esse instrumento ou acessório musical.

E não é “puxando a brasa para a nossa sardinha”, mas a SANTO ANGELO faz isso todos os dias nas suas redes sociais e de comunicação com os músicos consumidores e não dá sossego para nós, endorsees, quando o tema é passar conhecimento para a galera da marca.

Voltando ao desafio proposto, acredito que a grande forma de fomentar a vontade do aluno estudar é o próprio professor também estudar, não se acomodando e procurando aprender sempre mais, ainda mais hoje com tanta facilidade que a internet nos proporciona.

A motivação para estudar é ter uma prática saudável e não ter o estudo como algo chato e maçante. Enfim, estudar r aprender pode e deve ser legal.

Kleber K Shima: Na Música, que é uma manifestação social, creio que a melhor forma de se motivar, como aluno de Música, é estar, de corpo presente,  em eventos, shows, workshops, cursos, ou qualquer outro evento possibilite contato humano, olho no olho, vivenciando experiências, conhecendo novos músicos, montando uma banda e sair tocando.

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Uso a expressão “de corpo presente” para o aluno ter a consciência que está nesses eventos por ele mesmo, sem a cabeça estar focada nos smartphones para enviar selfies para os amigos.

Ou então, porque alguém pediu para ir sem que o aluno estivesse de acordo plenamente e com toda a energia concentrada naquele evento.

Acho que se fosse um aluno hoje, tentaria me renovar sempre, buscando inspirações reais, respirando novos ares, correndo riscos. Sem riscos não há aprendizado.

Lembre-se: “Não espere resultados diferentes se você sempre faz a mesma coisa”. Conheço pessoas que afirmam serem músicos há 20 anos, sendo que na verdade foram músicos durante um ano por 20 vezes.

Enfim, acredito que nunca é tarde para aprender coisas novas, conhecer novos músicos, bandas e novos lugares para inspirarem ainda mais ações musicais.

Sasha Zavistanovicz: Também recomendo o texto do link citado em um dos posts do blog SANTO ANGELO! Ter objetivos bem definidos (e específicos) é fundamental para se manter motivado.

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Ao me colocar no lugar de um aluno com dúvidas, entendo que o estudo deve ser um meio para alcançar algum objetivo e não o fim em si.

Estudar, apenas por estudar, uma hora se torna monótono e a monotonia é o fim da motivação. Gosto de uma frase que diz: “Motivação é que nem banho – tem que tomar todo dia”.

Ou seja, desafiar-se diariamente, assistindo vídeos, ouvindo música, marcando (quando possível) presença em shows, workshops, tirando uma música desafiadora, aceitando montar uma banda ou gravando um vídeo, são desafios que fazem muito bem a quem deseja evoluir na Música e superar limites.

Enfim, acho que o importante é não perder a conexão com o que motivou começar a tocar e sempre ter um propósito pra justificar a dedicação. Aí os resultados vêm e isso inspira a continuidade da jornada.

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Valeu por toda contribuição: Alexandre Almeida, Ernani Junior, Kleber K Shima e Sasha Z. Espero que seus comentários possam ajudar outros professores a alunos a se manterem firmes estudando e divulgando Música em suas vidas.

Deseja contribuir com algum depoimento ou experiência pessoal que o tenha motivado a seguir estudando Música? Compartilhe com a galera aqui no blog ou nas redes sociais da SANTO ANGELO.

Abraços e até a próxima!

Lygia Teles, é Relações Públicas e especialista em Marketing pelo SENAC-SP. Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da SANTO ANGELO.

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