Faz tempo que existe Assédio Sexual ?

Capa---Blog-23-01-2018

Fala pessoal, como estão?

Meu nome é Debora Marc, professora de música, guitarrista e compositora, atuando como side woman em várias bandas no cenário carioca.

Fiquei feliz ao ser convidada pela SANTO ANGELO para escrever sobre um tema tão polarizado hoje em dia, com a opinião das norte-americanas expressa durante a recente festa do “Screen Actors Guild Awards” e a das mulheres francesas, capitaneadas pela atriz Catherine Deneuve nessa reportagem

Guardadas as proporções, gostaria de contribuir com minha experiência, pois ao longo de dezesseis anos de vivência e carreira artística, posso dizer que já vi e vivi muitos “importunos” nessa estrada.

Sim, assédio sexual existe há muito tempo e precisa ser denunciado.

O blog SANTO ANGELO já abordou a participação das mulheres no mercado musical em vários posts, dos quais destaco esse , outro que aborda a participação cada vez maior das meninas no aprendizado musical  e ainda esse que fala sobre o espaço que as mulheres devem exercer na música, conforme esse post aqui.

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Falar sobre assédio sexual é um assunto muito delicado porque ele aborda áreas pouco comentadas no showbiz.

Antes de vários escândalos, relatados por atrizes e ginastas americanas virem à tona, esse tema era tratado com desconfiança do grande público e também das artistas em geral que não queriam se expor nem prejudicar suas carreiras, por vergonha ou pressão de um mundo majoritariamente masculino e por eles comandado.

Assim, alguns de vocês podem até estar pensando nesse momento:

Mas, Débora, o que pode ou que não pode ser considerado como assédio?

Existem muitos tipos de assédio sexual, desde um olhar intimidador, combinado com uma “cantada” vulgar até um comportamento mais agressivo e invasivo.

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Não consigo contar quantas vezes eu mesma já sofri assédio, ou quantas vezes já ouvi de colegas que também foram assediadas.

Isso é mais comum do que podemos imaginar, causando-nos uma sensação de humilhação e impotência, como se apenas o corpo tivesse valor e não a arte.

Em diversos escalões, entre produtores, contratantes, empresários, clientes, público e até parceiros de trabalho, é preciso que a mulher mantenha uma postura firme e determinada, agindo com frieza e inteligência para ter controle da situação, não importa de quem se trata.

Se você é uma mulher, meu conselho é que não se deixe intimidar nem assuma uma posição passiva diante do assédio.

Deixe claro que seu interesse é unicamente profissional e informe para o outro que você está se sentindo assediada.

Se esse alerta não surtir efeito perante o assediante, saque seu celular e tente reunir provas para fazer uma denúncia.

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Vale mencionar que, apesar de ser mais recorrente que assédio sexual aconteça visando o público feminino, os homens também são assediados por mulheres ou outros homens como um caso recente relatado esse artigo 

Claro que os mesmos conselhos acima, servem tanto para mulheres como para os homens.

Finalizando, gostaria de alertar que o assédio sexual, em muitos casos, se apresenta de uma forma tão comum que nem parece uma agressão.

Conforme dados divulgados pela Radioagência Nacional, veja na integra aqui:

De janeiro a outubro do ano passado, o Ligue 180 fez mais de 960 mil atendimentos a mulheres em situação de violência. Em 2016, o número de ligações para o serviço superou 1,3 milhão.

Os pedidos de socorro revelam os tristes fatos da violência contra a mulher no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres.

Fiquem espertas (e espertos) e não se cale, nem se submeta a qualquer tipo de desrespeito por medo ou vergonha de se expor.

Não podemos perder nossa dignidade como pessoa e artista.

Se quiser comentar, relatar uma situação que tenha enfrentado e dividir comigo ou mesmo encontrar coragem para enfrentar um assédio que esteja sofrendo, fique à vontade para me contatar através das minhas redes sociais.

Também peço que compartilhem essas ideias com amigas, artistas ou não, porque assediadores estão em todos os lugares e não só no showbiz.

Juntas somos mais fortes.

Até a próxima e sejam felizes.


Débora Marc é professora de guitarra e violão. Além disso, é compositora e acompanha a cantora Marília Lima, banda Rockfemme e sua banda autoral “Cyara Blues”nos shows pelo Brasil.

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