A transformação de uma ideia em Música.

por Dan Hisa

Você já leu os posts anteriores que preparamos para falar sobre Composição? Se ainda não, clique aqui para saber um pouco mais sobre Criatividade e como exercitá-la na forma escrita clicando aqui. Se já leu, agora é hora de juntar todo o seu conhecimento e intuição para transformá-los em Musica.

Forçar o nascimento de uma obra musical, seja um rock ou uma peça clássica, é um processo difícil, mas existem alguns caminhos que podem ajudar nossos neurônios na hora de criar uma música inovadora. Enfatizamos a palavra “inovadora”, pois tememos que a Música torne-se uma repetição de fórmulas já usadas, sempre igual ou pouco diferente da anterior.

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Pense o que seria do Heavy Metal se Yngwie Malmsteen não tivesse adaptado obras clássicas para seu instrumento, ou da guitarra elétrica se não fossem “explodidos” os auto falantes dos amplificadores? E citando nosso exemplo, o que seriam dos modernos cabos “timbrados” para cada tipo ou modelo de guitarra, se a SANTO ANGELO tivesse se acomodado nos “cabinhos” de áudio no inicio de suas atividades?

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Esses exemplos só demonstram a capacidade que temos de sair do habitual e criar algo novo, ou reinventar algo antigo. Se ainda não leu, já postamos artigos bem legais aqui no blog sobre os compositores Paganini e Beethoven que foram inovadores em suas épocas, assim como a Musica de verdade nos pede para sermos hoje.

E para que o processo de criação e composição não sejam seus inimigos, você pode adotar alguns hábitos que se tornarão potenciais “armas” para combater a inércia cerebral. Vamos a elas:

Ouça o que toca ao seu redor: sempre dizem que é melhor ouvir mais e falar menos. Nesse caso, o ouvir mais tem dupla funcionalidade, além daquela de ouvir em estéreo. A primeira é o fato de conhecer mais estilos e formas de tocar, o que é um efeito em cascata, visto que a Música que você está ouvindo tem influência em outra e assim por diante. Afinal, você já percebeu, nessa altura do post, que a Música é um organismo vivo e de evolução constante. Isso agrega demais ao seu vocabulário mental/musical. Em segundo, já é um pré-treino de percepção, ajudando no reconhecimento de timbres, tonalidades, acordes e notas.

No pain, no gain”. Estude incansavelmente: para que possa reproduzir e inventar em cima de algo que você já ouviu é preciso Técnica e Teoria. Hoje existem muitos músicos “executantes” que são técnicos e não conhecem uma escala ou como formar um acorde.  Equilibre ambas e estude também a história da Música ou do estilo que você mais gosta (olha a leitura ai novamente). As informações que você obtém são cruciais no decorrer da sua carreira. Isso te deixa preparado para qualquer situação, desde GIGs com os amigos até testes e gravações profissionais.

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Será que isso fica bom com aquilo”: recursos “timbrísticos” e efeitos existem para servir à sua Criatividade. Não tenha medo de colocar o “Delay” fora da ordem corriqueira, combinar vários “Chorus” juntos ou mesmo exagerar no grave de uma “Les Paul”. O som que você procura às vezes não está no que é comum. São necessários muitos testes e estudos para chegar ao timbre daquele guitarrista famoso que você admira, mas é 10 vezes mais difícil criar seu próprio timbre pessoal.

Componha sempre: além dos treinos técnicos, você deve criar sempre algo novo para ir se acostumando às situações onde não se pode depender de “flashes” de genialidade. Tentativa e erro são comuns nesse exercício. Imagine um “chef” de cozinha, que cria todo dia um prato novo. Alguns vão dar muito certo, outros não.

Anote sucessos, fracassos e feedbacks: retomando o exemplo anterior, fazer um “mousse de chocolate com sal” não dá certo, com certeza. ANOTE.  Se colocar algumas raspas de limão nesse mousse, ai o sabor fica especial. ANOTE. E ainda mais, te elogiaram pela invenção. ANOTE. E um amigo te deu uma dica para usar noz-moscada. ANOTE. Claro que o seu objetivo é tocar guitarra e não ser um chef de cozinha, mas as comparações são muito válidas. Torne suas notações um hábito, pois você sempre poderá buscar os acertos para repeti-los, evitando erros e incorporando novas ideias que vieram de fora. Lembre-se, nem sempre o que deu errado ontem, vai continuar hoje, porque a Musica e os gostos musicais estão sempre evoluindo.

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Além de anotar, grave: outro hábito importantíssimo. Quando for treinar sua composição, registre absolutamente tudo. Não dependa de insights para criar algo bom e novo. Quanto mais seu cérebro se acostumar a criar, mais ideias boas virão parar nos seus dedos na hora de tocar ou escrever uma letra. Hoje em dia, qualquer celular ou smartphone tem recursos de gravação muito bons que compensam a eventual falta de recursos do local onde estiver tocando. Alias, não se espante com a cara das pessoas quando de virem cantando para um celular. Muitos dos nossos amigos fazem isso quando chega um “insight” de repente.

Plugue, mas desplugue: ligue (com cabos SANTO ANGELO, claro) seu instrumento e se desligue do resto. Celulares, redes sociais e televisão podem te distrair demais, fazendo seu cérebro se dividir e não render o que deveria. É essencial que o ambiente também esteja tranquilo para as ideias fluirem diretamente para o instrumento. Claro, cada um tem o seu jeito de encontrar esse ambiente. Conhecemos pessoas que só conseguem criar com silêncio pleno enquanto outros precisam de um barulho ensurdecedor para inovar. Seres humanos são assim mesmo.

Não existe composição perfeita: tenha em mente que a música não é imutável (como falamos no item 1). Ela pode estar perfeita para você, mas para outras pessoas pode não soar tão legal assim. E com certeza, no dia seguinte, se ouvi-la, vai achar algo a melhorar, pois você também evolui diariamente. Tenha em mente que deu o seu melhor para aquele momento em particular e não há nada errado em modificar depois o que achava perfeito antes.

Esses 8 hábitos, se adotados, podem te ajudar muito em compor e criar novas músicas ou fraseados. Alguns estudos dizem que uma obra prima é 4% inspiração e os outros 96%, trabalho duro, muito estudo, erros e acertos. Não desista, treine e vá aprimorando sua capacidade criativa e de composição.

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Agora propomos o desafio (você não ia escapar). Você se lembra do exercício do post anterior? Se não, clique aqui.  Agora é hora de pegar suas palavras cruzadas e ao invés de contar uma história, tente escrever uma música com as palavras que encontrou da seguinte forma:

  • Palavras cruzadas – 5 minutos;
  • Criação da letra – 5 minutos (com ou sem rima);
  • Criação do arranjo – 5 minutos (e gravando, se puder).

Repita 3 vezes o processo ou até achar que a Música ficou pronta.

E se tiver coragem (e quiser ganhar um brinde da SANTO ANGELO), tire uma foto das palavras cruzadas que você estava preenchendo para a gente ver que você realmente fez o exercício, poste a composição e a foto no seu Youtube ou no seu Facebook e coloque o link aqui nos comentários do blog. Topa o desafio? Você tem até o dia 31/12/2014 para nos mostrar o que conseguiu.

Esperamos que vocês tenham curtido esses posts e que eles ajudem todos na estrada musical que todos nós temos pela frente. Sinta-se sempre à vontade para opinar, elogiar ou criticar nos comentários. O espaço aqui é para compartilharmos conhecimento e ajudar todo mundo (inclusive a Musica) a evoluir sempre.

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