Escolhendo um curso ou professor de Música durante a Quarentena

Olá leitora e leitor, como você está?

Antes de entrarmos no tema de hoje, queria revisar alguns recados básicos em tempos de alta contaminação pelo COVID-19:

Se você pode ficar em casa, fique.

Se precisa trabalhar em serviços essenciais, tome todos os cuidados para não ser contaminado e nem contaminar as pessoas da sua família, que dependem do seu trabalho para ultrapassarem esses tempos difíceis.

Se dispor de mais recursos, participe das iniciativas que tentam diminuir o sofrimento da galera que está sem dinheiro porque perderam como extrair o sustento pelo trabalho de maneira digna e honesta.

Parece que não, mas quando mais de 32 milhões de brasileiros se inscreveram no CoronaVoucher ou Programa de Auxílio Emergencial da Caixa Econômica é sinal que tem muita gente passando necessidade, certo?

É sociedade que nos chama a colaborar e todo mundo precisa fazer sua parte, deixando individualismos sem embasamento de lado e partindo para fazermos mais, sempre juntos!

Além de tudo, esse momento pede muito da nossa saúde mental e física, pois sabemos que ficar o tempo todo em casa é meio avesso ao ser humano.

Para quem leu Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Noah Harari (e quem ainda não leu, recomendo muito que o faça), sabe que o Homo Sapiens não costumava ficar parado e precisava se relacionar para solidificar muitas das qualidades que temos hoje.

Recados dados, vamos ao tema de hoje que, de certa forma, complementa os 4 posts anteriores sobre a evolução do Aprendizado Musical.

Eu sei que você já sabe, mas não custa lembrar que comentei sobre métodos e formas de ensino, desde os classiquíssimos Bona e Pozzoli até os mais novos, desenvolvidos com vídeo e streaming via ferramentas mais diversas, como o WhatsApp, por exemplo.

Como eu sei que você já absorveu todas aquelas lições, numa verdadeira viagem no tempo, vamos avançar um pouco aproveitando essa época de pouco fluxo nas ruas, mas intensa atividade em nossas mentes.

Falando do Tempo, sabemos que ele não para, independente de nós (e o mundo todo) precisarmos ficar ou não em Quarentena.

Nesse contexto, enxerguei que muita gente consegue aproveitar mais o Tempo em casa, trabalhando em home office junto com outros colegas da empresa, também imobilizados nas respectivas casas, sem perder tempo em deslocamentos através do trafego intenso ou meios de transportes lotados.

E que tal aproveitar esse “tempo extra” – que sejam minutos – para desenvolver ainda mais sua carreira musical?

Com esse pensamento, resolvi fazer uma pesquisa, tanto online quanto com amigos, músicos e professores das mais diversas áreas, no sentido de me apontarem quais seriam os bons pontos para focar na escolha de um curso especializado ou de um professor para me dirigir rumo às novas técnicas que sempre sonhei dominar.

A partir de agora, ouça todo esse conteúdo no formato de podcast em seu agregador preferido. Se for o Spotify, é só clicar na imagem abaixo.

A partir dessas participações, eu cheguei a várias conclusões que dividirei com você em duas partes distintas: fatores pessoais e fatores externos.

FATORES PESSOAIS

Encontre um Tempo

Antes de começar qualquer curso, você precisará de dedicação e isso, exige tempo disponível. Separar um momento no seu dia onde você não irá encontrar impedimentos – sejam eles internos ou externos, como aquele monte de mensagem do Whatsapp que você ainda não respondeu – aprimora seu foco e traz mais resultados durante seu estudo. Ou seja, mais do que nunca você precisará aprender a administrar eficazmente seu tempo.

De acordo com a leitora e ilustradora Nathália Gutierrez, é um fator determinante essa flexibilidade de horários. O importante é criar o hábito de separar uma parte do seu tempo, seja ele qual for, para os estudos.

Encontre um local

Estudar exige um ambiente que te estimule, e isso é extremamente pessoal.

Utilizando-me como exemplo, eu não consigo estudar em um espaço silencioso. A parte boa é que estudar música já não é silencioso, mas quando escolho estudar qualquer outro tema, gosto de ter música tocando, pois exige que meu cérebro se foque mais, tornando o som um fator que melhora meu foco.

Já o Ernani Júnior e o Bruno Palma, conhecidos de longa data das mídias sociais da SANTO ANGELO, me disseram que para eles é necessário silêncio total no ambiente que estiverem estudando.

Uma alternativa “meio termo” pode ser a música lo-fi (você pode ouvir clicando aqui), de acordo com o compositor paulista e cabeça do projeto Linearwave Yuri Bastos, que gera um áudio harmônico e melódico, não trazendo estímulos fortes (como se fossem as “punchlines” do humor) e mantendo o ambiente homogeneamente sonorizado.

Faça Autoanálise

Parece óbvio, mas não é tanto quanto você imagina: Olhar para dentro de si mesmo e entender seus gostos e vocações, as vezes, demora décadas.

Não precisamos ir atrás de estudos para saber que quando estudamos temas que nos agradam, mas o TopUniversities traz um bom panorama para evoluímos mais rápido, gerando uma satisfação gerada bem maior.

Sempre que possível, estude então temas que te agradem.

Obviamente sei que não é sempre que podemos fazer isso, então, caso for estudar algo que não esteja familiarizado ou mesmo não goste, procure enxergar os benefícios que isso pode te trazer no futuro.

Em ambos os casos, veja se o curso também resolveria algum problema na sua vida profissional ou pessoal, tornando algo mais fácil ou trazendo mais oportunidades, assim como um dos mestres da guitarra baiana, Jonathan Raphael, deixou claro que faz.

Seja uma posição melhor no mercado, seja mais dinheiro, o importante é balancear.

E o bolso?

Fazer cursos e desenvolver novas habilidades é sempre uma delícia, mas, por favor, não mergulhe em dívidas para fazê-lo.

Se você pode investir em cursos com certificação e tudo mais, perfeito. Se não, alternativas gratuitas não faltam.

Além de milhares de plataformas de ensino que oferecem conteúdo gratuito, o Youtube tem canais incríveis que semanalmente disponibilizam vídeos novos – não vou citar aqui pra não esquecer ninguém – e você consegue encontrar podcasts dos mais diversos com vários temas legais pra aprender, incluindo o da SANTO ANGELO, em qualquer agregador de podcasts que preferir.

A parte boa dos cursos online, seja em sites exclusivos, Youtube ou podcasts, é que eles podem te oferecer uma “aula grátis” ou outro material gratuito para analisar, assim como comentou o baterista carioca Leo Peccato.

FATORES EXTERNOS

Curriculum da Instituição ou do Professor

Um dos fatores que mais pesa na decisão de um curso é “com quem estarei aprendendo”?

Quanto mais qualificação você enxergar no curso ou no docente, mais a certeza de bom resultado ficará mais à vista.

Predeterminantes para o gaitista de blues Marcio Campassi e para a cantora Luana Mascari, estudar bem o curriculum de quem te oferecerá o conhecimento, evitará surpresas e destacará quem faz um bom trabalho.

Plano de Aula / Grade Curricular

Adianta pouco (ou nada) o professor ser um músico, virtuoso ou famoso, mas não ter organizado o conhecimento em um método inteligente e progressivo.

Imagina aqui comigo você entrando na sua primeira aula e já recebendo informações sobre Sweep Picking ou sobre Simetria Temporal, sem sequer saber quais são as notas musicais ou os conceitos básicos de Harmonia.

Ter uma grade curricular e um plano de aulas bem definido é fator que a nossa leitora, advogada e cientista de dados, Shaiala Marques, entende como mais importante.

Então busque saber qual o nível mínimo de aprendizado que o curso exige, o que você aprenderá e qual a ordem desse aprendizado.

Opiniões de terceiros

Sabe quando você está nesses aplicativos de comida, escolhendo algo para jantar e olha as avaliações do restaurante? Então, como já deve estar familiarizado com essa prática, aplique-a na avaliação do curso que você fará.

Nossa leitora e arquiteta brasiliense, Jéssica Oliveira, diz que as avaliações e indicações são critérios que ela leva em consideração em todos os cursos que escolhe, inclusive um de Canto que está fazendo atualmente.

Pergunte e peça ajuda para amigos, além de ler bastante todas as opiniões relevantes para ser certeiro na qualidade do conteúdo.

Tecnologia e Acompanhamento

O curso será ministrado em uma via só (o professor falando)? Será streaming ao vivo como já tratamos aqui? As dúvidas serão tiradas na hora ou depois via algum grupo em aplicativos de mensagens?

Alguns cursos você até consegue fazer apenas assistindo à uma videoaula ou ouvindo um Áudio, mas outros, precisam de certo acompanhamento ou supervisão do professor.

Faça essa análise para que o tipo de didática utilizada cubra todas essas lacunas, assim como nossa leitora, consultora de tecnologia e cantora, Thais Souza, disse que faz antes de escolher um curso.

Objetividade

Entenda se o curso de fato explora todas as horas oferecidas com conteúdo relevante.

Provavelmente já frequentou alguma aula onde a cada três minutos de conteúdo, você tinha outros sete de piadas e mais dez de conversa, acertei?

Procure sempre otimizar seu tempo assim como nossa leitora, designer e desenhista, Rafaela Tonin, pensa ao escolher o professor ideal.

Seu tempo é precioso demais nesse momento para ser desperdiçado, ainda mais quando está pagando por isso.

Outras necessidades

Ponto perfeitamente bem levantado pelo nosso leitor José Camargo, técnico em Informática, que você também precisa analisar se o curso oferece certas acessibilidades, como um acompanhamento real, didática diferenciada e ferramentas para pessoas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), dislexia e outras condições como essas, caso seja a sua situação.

Em caso de Deficiência Auditiva, observe se o curso também oferece aulas com mais estímulos visuais. Já em caso de Deficiência Visual, confira também se os áudios do curso abordam com detalhes o que deve ser aprendido.

Independente da limitação, o conhecimento tem que ser acessível a todos. E lembrando: toda e quaisquer melhorias feitas para pessoas com necessidades especiais são benéficas para todos.

E por fim, o bolso novamente.

Sendo o único fator que permeia os fatores pessoais e externos, pesquise.

As vezes um curso na Udemy está mais barato do que na Music Jungle. Ou você encontra módulos com preços diferentes em outras plataformas.

Alguns conteúdos serão mais caros do que outros, mas sabemos que, as vezes, pagamos caro demais por algum serviço ou produto.

Uma dica é acompanhar promoções nos sites de curso e com seus professores, além das redes sociais de empresas que fomentam o Aprendizado Musical, como a SANTO ANGELO, que firmou, até o final de abril/20, uma parceria interessante como a plataforma Music Clan .

Enfim, você pode conseguir valores quase irrisórios por cursos incríveis nessas épocas de promoção, principalmente agora durante a Quarentena devido ao COVID-19.

Agora me diz: quais desses passos você usa para decidir? Faltou abordar algum? Já está fazendo algum curso? Qual?

Lembre-se que seu comentário é essencial no dia a dia do blog SANTO ANGELO para construirmos mais conteúdo relevante.

E antes de me despedir, deixo meus sinceros agradecimentos aos amigos e amigas que participaram desse post: Bruno Palma, Ernani Júnior, Jéssica Oliveira, Jonathan Raphael, José Camargo, Leo Peccato, Luana Mascari, Marcio Campassi, Nathália Gutierrez, Rafaela Tonin, Shaiala Marques, Thais Souza e Yuri Bastos.

A gente conversa mais na próxima semana!

Um abraço.

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Dan Souza (IG: @danhisa) é músico e profissional de Marketing, Relações Artísticas, Branded Content e Music Business, formado pela UNINOVE.

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