Matriz SWOT: outra ferramenta do Plano de Negócios

ASWOTANSN - FB

por Dan Hisa

No post anterior, conversamos sobre a aplicação do método Canvas na estruturação de um plano de negócios bem funcional, fácil de montar, acompanhar e que resulte numa visão bem ampla do produto/serviço para a sua tão sonhada empresa possa acontecer.

Também comentamos que falaríamos um pouco sobre uma das ferramentas de análise: a famosa (para quem cursa faculdades de administração e disciplinas correlatas) Análise ou Matriz SWOT. Portanto, o post de hoje vai te levar para o mundo das análises matemáticas que fazem os sonhos tornarem-se realidade.

Como um clássico do rock, a matriz SWOT não é nem um pouco nova.

O método foi desenvolvido por Albert Humphrey na norte- americana Universidade de Stanford, entre as décadas de 1960 e 1970, como um projeto de pesquisa que utilizou dados das 500 maiores corporações dos EUA fornecida pela revista Fortune na época. E comprovando que toda boa música antiga é um sucesso imortal, a matriz SWOT continua funcionando de forma magistral até hoje.

O termo SWOT é um acrônimo da língua inglesa para “Strengths”, “Weaknesses”, “Opportunities” and “Threats”, ou traduzidos em Português para “Forças”, “Fraquezas”, “Oportunidades” e “Ameaças” em referência à sua empresa e os produtos/serviços que oferece. Outro termo bem brasileiro para essa técnica é “FOFA”, que deixaremos de fora por motivos óbvios pouco corporativo.

Resumidamente falando, essa ferramenta estrutural faz uma analise dos ambientes internos e externos da empresa, existente ou não, oferecendo uma visão estratégica para quem a analisa. Veja o quadro abaixo:

ASWOTANSN 004

É possível, apenas olhando o quadro, ter um vislumbre de como ela funciona. Mas muita gente (empresários) pode dizer “é só teoria, não funciona na prática. Devemos lembrar que IBM, Mcdonald’s entre outras gigantes, sem falar da própria SANTO ANGELO (que a aplica anualmente nas revisões de seu Plano de Negócios) já aplicaram a matriz e nenhuma delas faliu.

Vamos começar a explicação da metodologia dividindo o quadro acima em duas partes ou ambientes (como visto na figura): interno e externo.

O ambiente interno agrega as forças e fraquezas da empresa. A famosa máxima de “olhar para si mesmo antes de olhar para os outros”. Se bem consolidada internamente, fica mais fácil (não querendo dizer necessariamente que será uma certeza absoluta) de uma entrada no mercado mais forte e com bons feedbacks.

É lá que identificará o que de melhor você tem no seu negócio, tais como: mão-de-obra especializada, tamanho, localização, ativos, equipe unida e preço competitivo. Mas não deixe de fora o que você precisa melhorar (inclusive os processos que hoje possam estar ruins) como entregas fora do prazo, matéria-prima de má qualidade e maquinário (ou ferramental) ultrapassados.

Exemplificando o ambiente interno:

Vamos supor que você quer oferecer (ou já oferece) serviços de gravação e produção musical tais como gravação, mixagem e masterização.

Seus Pontos Fortes são:

  • Equipamento da melhor qualidade: cabos da SANTO ANGELO (que nunca podem faltar em seu projeto ou instalação, diga-se de passagem), mesa de som digital de ultima geração, amplificadores valvulados, microfones e periféricos de primeira linha;
  • Ambiente agradável: um lounge para quem estiver trabalhando ou acompanhando seu trabalho no estúdio poder descansar ou tomar um café, por exemplo,
  • Localização: está em um ponto de fácil acesso na cidade, próximo a estações de metrô ou grandes avenidas;
  • Estacionamento: para quem vem de carro não deixar o veículo na rua.

Já seus Pontos Fracos:

  • Mão-de-obra sem conhecimento: técnicos de som sem formação para atender projetos mais profissionais;
  • Preço alto: Seu preço para os clientes está muito acima do que o mercado está pagando.

Analisando em planilha, temos:

ASWOTANSN 001

Exemplificando o ambiente externo:

Já o ambiente externo conta tudo que circunda seu negócio (existente ou não), desde clientes, concorrentes e fornecedores, fora o cenário econômico e legal (leia-se taxas e impostos) de onde você está empreendendo.

Você lidará com oportunidades que podem aparecer como uma nova lei de incentivo, ter acesso á novas tecnologias ou abertura de negócios que fomentem sua atividade no seu entorno.

E com certeza, ameaças aparecerão como a entrada de um (ou mais) concorrente na sua vizinhança ou região , escassez de mão-de-obra e até mesmo recessão econômica.

Voltando ao exemplo:

Suas Oportunidades:

  • Abertura de uma escola de música próxima ao seu estúdio: ela trará os alunos que tiverem interessados em produzir um CD solo ou com a banda, e mesmo eventos internos;
  • Festival mensal de bandas na cidade: trazendo tanto público quanto novas bandas que podem contratar o serviço;
  • Eventual parceiro comercial não concorrente: algum estabelecimento que aumente o fluxo de clientes para ambos (estacionamento, hotéis, agencias de viagens, etc).

Mas as Ameaças são muitas:

  • Concorrência próxima: um novo estúdio, de qualidade próxima com preço bem mais acessível;
  • Tecnologia: Ela te ajuda, mas também se vira contra você, com pessoas produzindo mais os seus trabalhos em homestudios;
  • Leis que não incentivam a Música: os instrumentos estão caros demais, logo, menos pessoas tocando e formando bandas, logo, menos trabalho;
  • Marketing: as outras empresas do segmento têm investido alto em Branding e propagandas (online e off-line) e estão capturando seus clientes mais fiéis com propostas audaciosas.

Ficamos então, desse jeito:

ASWOTANSN 002c

Com esse “mapa” nas mãos, podemos vislumbrar possíveis estratégias para fortalecer o que temos de melhor internamente e diminuir os problemas nos quais não estejamos tão bem quanto desejamos. Também imaginar novas abordagens para o que nos enfraquece, trazendo soluções diferenciadas e fazendo com que algumas ameaças acabem “indo para a esquerda” (em referência ao quadro acima).

Podemos observar também graficamente (de maneira simples, sem dar peso a cada tópico citado, apenas contando-os):

ASWOTANSN 003

Em análise rápida: temos um número interessante de forças comparado às fraquezas, mas eclipsados pelas ameaças que circundam, visto que existem oportunidades em menor número.

Podemos também atribuir pesos às categorias (às vezes a importância de uma parceria é maior do que ter um café dentro do estúdio). Isso fica ao critério do empreendedor.

Lembrando que esses pontos que citamos são fictícios e mutáveis. Um ponto fraco, quando resolvido se torna uma força motriz como também uma oportunidade pode se transferir de algo bom para algo ameaçador (imaginando, no exemplo, que a nova escola de música firme parceria com o seu concorrente).

E isso tudo para lembrar-lhe do sempre necessário planejamento prévio.

Você pode tomar muitas decisões assertivas apenas analisando esse gráfico e os dados que eles trazem. O mercado é competitivo e dinâmico, então, não deixe que impressões erradas te guiem para um caminho sem volta. Assim,  suas futuras tomadas de decisão certamente contribuam fortemente para o crescimento e perseverança de sua empresa.

E lembre-se sempre: percalços podem aparecer, pessoas ou empresas podem tentar te derrubar e muita coisa pode te fazer voltar alguns degraus na escada do seu objetivo. Se quiser uma visão sobre isso, veja o que o Bruno Mello tem a dizer clicando aqui.

Caso queira saber mais sobre a matriz, clique nos links das fontes ao final do post.

No próximo post, falaremos sobre outro tipo de análise, a BCG. Fique sempre com a gente para aprender e para ensinar também, caso queira contribuir nesse assunto. Assim todos nós evoluiremos juntos.

Até a próxima.

Fontes:

Portal Administração

Blog Luz




Um comentário em “Matriz SWOT: outra ferramenta do Plano de Negócios

  • 14 de maio de 2015 em 2:33 PM
    Permalink

    Mais uma excelente matéria!
    Esses posts de caráter mais empresariais e empreendedores tem me estimulado mais a estudar esta área! 😉
    abração pessoal!

    Resposta

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