Teclas pra que te quero
Por Isis Mastromano Correia
Os teclados e sintetizadores são sem dúvida os mais versáteis dos instrumentos musicais, tanto que, um dos sucessos de vendas nas bancas de revistas sempre foram os livretos de “Aprenda a tocar teclado”. Esses livros, verdadeiros clássicos, são populares desde os anos 60, quando revistas voltadas à juventude, como a Melodia, traziam adesivos indicativos para que o interessado em tirar sons do instrumento colasse nas teclas e assim seguisse as indicações visuais das lições.
Hoje, com a internet, vídeos e tutorias pela web e programas computacionais são a coqueluche da geração Millenium (ou “Y” como alguns também chamam os nascidos depois de 1980), formada por adultos (alguns nem tanto) com idades de 25 aos 35 anos. Empreendedores por natureza, a maior parte é autodidata no instrumento. A tendência comportamental desse pessoal diante do teclado – e qualquer outro instrumento de escolha – é a de que seja aprendido sem a mediação direta de um professor, sobretudo presencialmente.
Existem alguns mestres que, generosamente, se empenham em dividir os seus dotes para ensinar gratuitamente ou profissionalmente pela internet. Lições sobre a posição das notas nas teclas, acordes, acordes dissonantes, escalas, campo harmônico, tudo agora está a disposição em vários canais no Youtube ou no site desses professores.
Aplicativos para Android e outros sistemas operacionais de smartphones e tablets também estão ai. São opções variadas para o aluno de todas as idades treinarem a habilidade com os dedos utilizando as teclas do próprio computador para compor músicas como se estivesse utilizando um piano ou teclado de verdade ou programas com a possibilidade de conectar o instrumento ao computador e facilitar a tomada de lições.
Por felicidade, a própria estrutura física do teclado proporciona facilidade visual em mostrá-lo ou reproduzir o modelo das teclas na tela.
Simuladores como o Everyone Piano que transforma o teclado do computador no instrumento musical e mostra uma imagem de todas as teclas transformadas para reverberar as notas: basta apertar aquela que você gostaria de ouvir para começar a criar o seu próprio som. Mas, se quer treinar no instrumento de verdade, basta conecta-lo no computador para gerar as notas. A SANTO ANGELO tem vários cabos que auxiliam essas interligações inclusive entre teclados com interface MIDI (Musical Instrument Digital Interface).
O Synthesia, inspirando nos famosos jogos musicais Guitar Hero e Rock Band, é um software que permite que você aprenda a tocar piano e teclado enquanto se diverte. Entretanto, o simulador leva a sério o aprendizado ao contrário dos jogos. Este software não utiliza o teclado do computador para realizar ações, sendo necessário conectar um teclado à maquina para ser possível acompanhar as instruções passadas pelo aplicativo.
O Musical Mastery The Piano, outro simulador, apresenta um piano na própria tela do computador e pode ser controlado por meio do teclado ou através do ponteiro do mouse. Há outros ainda que você pode testar como o Little Piano e o KB Piano.
Em uma escola ou com um professor particular, o curso de teclado é dividido geralmente em 10 módulos com seis meses de duração cada e as aulas são semanais com uma hora e meia de duração.
Por tudo isso, no 2º Concurso Santo Angelo Curando Seu Improviso Gospel, os tecladistas não ficaram de fora: eles foram reconhecidos em uma categoria digna da importância desse que é um dos instrumentos musicais mais populares e queridos de todos os tempos estando par e passo com o violão.
Pedro Neto, de 19 anos, vencedor da categoria, explica que toca desde os 9 anos de idade e que tem como influência os tecladistas de bandas brasileiras como Oficina G3 e Rosa de Saron além de Alter Bridge, Skillet e Dream Theater da qual um dos pontos fortes é justamente a performance do tecladista Jordan Rudess e seu teclado móvel. Rudess reinventou a performance dos tecladistas no palco, participando ativamente dos shows e dando destaque ao instrumento para além de sua técnica indiscutivelmente aprimorada.
“Decidi participar do concurso, pois, estava precisando de um empurrão na vida. Acordei em uma segunda-feira, vi o anúncio e disse: porque não? Foi uma das melhores experiências da minha carreira”, conta o Pedro que é de Parnamirim, Rio Grande do Norte.
Outro selecionado entre os tecladistas do concurso, Lucas Dias, 20 anos, de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, conta que toca desde os 11 e tem total apoio da família. Ele elege mais uma vez Jordan Rudess como inspiração além de Alex Argento, Keith Emerson, Jeff Lorber e Cezar Camargo.
“Sempre soube das oportunidades que a SANTO ANGELO oferecia para os músicos do Brasil. É quase impossível existir concurso de teclado e hoje fico grato por esse incentivo dado para nós”, avalia Lucas.
Mateus Botelho, de 26 anos, de Araraquara, São Paulo, é mais um que traz o teclado na bagagem desde a infância, desde os 8 anos. “Comecei com um curso de órgão eletrônico, depois resolvi estudar aos poucos, por conta, e, há pouco tempo, comecei estudar também piano, treinando por enquanto como autodidata”, diz.
Versátil, Mateus aponta outros instrumentistas como os guitarristas Steve Vai e Paul Gilbert como influências para sua empreitada na música além dos tecladistas Jens Johansson, Jordan Rudess (olha ele ai denovo!) e Derek Sherinian, que também atuou na banda Dream Theater e ajudou a firmar o conjunto como uma das bandas contemporâneas que mais exaltam a participação do teclado em suas canções.
Mateus diz que resolveu participar do concurso, pois, considera que solos de teclados são ainda incomuns na música gospel. “Decidi participar ainda para saber a opinião das pessoas sobre minha maneira de tocar”, explica.
Outro músico selecionado, Paul Dikson, 24 anos, de Eldorado da Serra, Espírito Santo, é arranjador e produtor musical e toca teclado desde os 8 anos de idade. “Comecei com piano clássico, por ai fui e não parei mais!”, diz.
Suas influencias são Jean Carllos, da banda Oficina G3, Herbie Hancock e Thomas Holopainen, da banda Nightwish e advinhem: Jordan Rudess! “Achei linda a iniciativa da SANTO ANGELO em contemplar o instrumento e decidi participar. Me deixou animado ainda a interpretação de um amigo guitarrista, Anderson Fontes, no concurso”, explica Paul.
Hoje falamos da geração Millenium que, por acaso, foi a mais ativa dentro do concurso gospel no quesito teclado. No próximo post falaremos um pouco da chamada Geração Z, que é a galera com menos de 18 anos. Vamos abordar um pouco a quantas anda a relação deles com a música.
Até lá.
Poxa cara, sou muito sortudo…Conheço dois desses grandes tecladistas, Paul Dickson e Pedro Neto…tive a oportunidade de tocar com os dois… Grandes Tecladistas, caras muito versáteis e de primeira qualidade. Além de serem grandes músicos são excelentes pessoas, humildes e Cristãos exemplares. Desejo toda sorte pra eles….Deus abençoe.