Inicialização musical: meus filhos precisam disto?
Olá pessoal, tudo bem?
Finalmente entramos em ritmo de Expomusic. E com esse grande evento na cabeça, vamos trazer em temas relevantes à educação musical, afinal, um dos grandes trunfos da Feira da Música é fazer com que as pessoas, sejam elas crianças, jovens, adultos ou idosos, continuem a se interessas na nossa arte favorita: a Música.
Começando essa semana, lembramos de um texto de uma antiga colaboradora nossa, a Karan Ballada, falando sobre inicialização musical para as crianças, com suas devidas atualizações para o ano de 2016. Vamos nessa?
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Indicada para crianças que estão começando o processo de alfabetização (junto com o “jardim” de infância), a inicialização musical não consiste apenas na aprendizagem de um instrumento, e sim no aperfeiçoamento da percepção de ritmos e sons.
Utilizando um contato lúdico (porém muito sério) com a Música, a Inicialização Musical bem feita estimula a criança a descobrir a si mesma e ao mundo através do Sentido Auditivo, fazendo-a interagir com todos os elementos que a cercam de maneira natural e espontânea.
Só por isso já é ótimo para crianças. Mas tem muito mais.
A Inicialização Musical, contudo, não aborda o assunto somente no sentido sensorial, mas também emocional e intelectualmente. O estudo funciona como uma “pré-escola musical” e tem como objetivo possibilitar que a criança se familiarize e esteja apta para estudar um instrumento musical posteriormente. Desta forma, não é indicado colocá-la em aulas deste ou daquele instrumento sem que a criança tenha passado pela fase anterior, já que esta serve como base e funciona como porta de entrada.
Trocando em miúdos, seria a mesma coisa que não ter matriculado a criança na alfabetização e já pedir para ela começar a escrever um livro.
Para que isso seja efetivo, os docentes nessa função da inicialização precisam seguir alguns passos.
O estudo pode ser dividido em três fases: a primeira delas explora a intuição, onde a criança deve sentir, descobrir, entender e experimentar a música no próprio corpo para depois passar pela fase mais teórica, sendo a apresentação dos símbolos musicais e a aprendizagem da leitura as etapas dois e três, respectivamente.
Essa prática contribui para a liberdade que a criança terá ao se expressar.
Além da importância do estudo, está o fato da criatividade ser trabalhada.
Em aulas convencionais, a criança aprende a teoria e pratica exercícios repetidamente, mas acaba deixando de lado o prazer de criar seus próprios sons, de experimentar coisas novas e expor suas idéias. O professor, ao deixar de introduzir a música da maneira correta, acaba contribuindo para que a criança não desenvolva sua criatividade ao longo dos anos. Preocupante, ainda em mundo onde se cobram diariamente inovações.
E tem mais: a Inicialização Musical possibilita que a criança manuseie, experimente e aprenda sobre uma gama enorme de instrumentos musicais, o que ajuda na decisão correta sobre qual instrumento aprender e se aperfeiçoar em um estudo posterior, como explicado em um dos textos anteriores do blog que você lê clicando aqui.
Alguns pais, no entanto, tomam a liberdade de escolher pelo filho(a) o instrumento que será seu material de estudo (considerando apenas seus próprios gostos e desejos pessoais) e matriculam seus filhos na escola de sua preferência, sem levar em conta, ainda, a opinião e a vocação da criança. Querem um músico que tenha uma carreira X e não uma criança que se delicie com a Música, como bem colocado nesse artigo incrível do Leandro Karnal (que você lê aqui).
E se o guitarrista que você imaginou para o seu pequeno “campeão” revelar aptidão para o aprendizado do violino? Já pensou se a sua pequena “princesa” quiser aprender bateria? Incentivando, como pais (ou responsáveis), a verdadeira vocação dos seus filhos no aprendizado musical, vocês estarão investindo muito bem cada centavo da família e não perdendo tempo e energia obrigando a criança a tocar determinado instrumento que não deseja.
Você já deve ter visto muitas crianças mostrando-se desmotivadas, abandonando rapidamente os estudos musicais e nunca mais voltando a se interessar por eles. Ás vezes, essa imposição não é o melhor negócio. Deixe que a criança siga seu caminho naturalmente.
Para melhor aproveitamento, dê ao “pequeno(a)” opções.
Deixe que tenha a experiência de testar diversos instrumentos. Prepare, se for o caso, você mesmo ou com ajuda de associações de escola de ensino musical da sua região, uma lista sobre escolas de música mais próximas de sua residência ou local de trabalho. Visitem todas elas e perguntem de tudo, sem medo de parecerem leigos. Na verdade, a maioria o é (a não ser que você já seja músico, como tratamos nesse post).
Permita que a criança participe da escolha, de acordo com a confiança e familiaridade que ela apresenta com cada uma das opções.
É essencial que a criança sinta-se estimulada e tenha suas vontades respeitadas para que o bom desempenho e aproveitamento da Educação Musical, tanto no aprendizado do instrumento como de sua formação futura de cidadania.
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Se você conhece crianças que ainda não tenham essa vivência na música (elas fazendo parte da sua família ou não), convide-as e leve-as (junto aos responsáveis, claro) á Expomusic, e não deixe de visitar nosso estande e aproveitar todo o conhecimento e música que estarão por lá.
Nos vemos em breve!
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Dan Souza é CMO, Relações Artísticas, fissurado em tecnologia e música, além de baixista nas horas vagas e apaixonado por Publicidade, Propaganda, Literatura e Filosofia. Formado em Marketing pela UNINOVE/SP, faz parte, desde 2013, da equipe de Marketing SANTO ANGELO.
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