Intercâmbio Musical: levando e trazendo mais música

por Dan Hisa

Já se imaginou em uma viagem, onde você, além de conhecer pessoas de todo o mundo, pode ficar tocando por dias a fio sem se preocupar, apenas ensinar o que sabe de Música Brasileira e absorver o mesmo de outros países? Parece um sonho. Ficamos felizes em informá-lo que, mesmo difícil, isso é possível.

Alguns projetos hoje em dia fazem exatamente isso. Eles selecionam uma galera do mundo todo, cada um trazendo a cultura de seu país em forma de sons e ritmos e os colocam juntos para tocar, dividir conhecimentos e gravar. Essa é a base do OneBeat, que está com suas inscrições abertas só até dia 14 de fevereiro de 2015.

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Fomos pesquisar e descobrimos que esse projeto é uma incubadora de talentos e está indo para a sua 4ª edição. Eles selecionam músicos entre 19 e 35 anos para um trabalho que impacte comunidades locais e globais, trazendo cultura para onde se apresentarem e levando novas inspirações para seus países natais, tornando a Música cada vez mais global.

E na última (terceira) edição, tivemos a participação brasileira no OneBeat, de uma amiga percursionista, a pernambucana Lara Klaus (que tocou com Luciano Magno no estande da SANTO ANGELO na Expomusic 2014). Ela levou a criatividade e o ritmo “BR” para os gringos conhecerem e se dispôs a contar a sua experiência. E pensando em vocês, sempre aberto para novas idéias e oportunidades, fizemos algumas perguntas para ela ajudar a quem pretende participar de programas como esse ainda nesse ano. E se você participa de um trabalho voluntário, como poderá ler na entrevista, suas chances de ser selecionado podem aumentar. Se estiver interessado, aproveite as dicas e mande seu “Application” que ainda dá tempo, até 14/02/15, de participar do OneBeat. Confira a entrevista:

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Lara, como ficou sabendo do OneBeat?

Através de uma amiga. Me interessei pela proposta e fui atrás de informações a respeito do projeto.

Por que optou por esse programa, sabendo do tempo que ele ia tomar na sua carreira?

Busco sempre viver novas experiências, viajar, conhecer pessoas, ampliar meus conhecimentos, e trabalhar com Música tem me proporcionado tudo isso. Por isso não vi a possibilidade de participar do “OneBeat” como algo que tomaria meu tempo de forma negativa, muito pelo contrário. Foi uma ótima oportunidade de fazer Música com pessoas de diversas partes do mundo, além de criar fortes laços de amizade.

Tem ideia de quantas pessoas se inscreveram? E por que você acha que foi escolhida? (instrumento que toca, curriculum como musicista, trabalhos sociais que fez)

Em 2014, foram quase 2.000 músicos inscritos, do mundo todo. Claro que o currículo conta, os trabalhos que já realizei, a forma como toco, etc. Mas, pra mim, o mais importante é a disponibilidade para trabalhar em colaboração com outros músicos e o quanto podemos oferecer à nossa comunidade, em nossos países de origem, quando voltarmos. Meu trabalho voluntário, com pessoas com Síndrome de Down na ONG Integrarte, que tem como foco principal a integração social através da música, teatro e dança, também foi um ponto positivo no processo seletivo.

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Por quanto tempo e com quantas pessoas você conviveu durante o evento? O que ou quem mais te marcou durante o evento e por quê?

O programa teve 1 mês de duração, sendo 15 dias de residência artística, nos quais produzimos música original, gravamos, participamos de workshops e vivências, e mais 15 dias de turnê em cidades da Califórnia, Arizona e Novo México. Participaram 25 músicos de 12 países, dentre eles Índia, Iraque, Zimbábue, Venezuela, Colômbia, Rússia, Egito e Indonésia, além de equipe formada pelos idealizadores e organizadores do projeto – também músicos. Em cada lugar que estivemos, realizamos parcerias com outros músicos e artistas e participamos de workshops e oficinas em escolas. É difícil pensar em algo que mais me marcou, já que o programa inteiro foi muito intenso, cheio de momentos especiais e enriquecedores. Mas, os primeiros 15 dias que passamos juntos, o contato inicial com a música de cada um e a colaboração musical que estabelecemos foram muito marcantes. Além de tudo, todos eram músicos incríveis. Comprovem assistindo esse vídeo:

Como você está usando o que aprendeu por lá na sua vida como musicista? Como você manteve o contato com os músicos que conheceu no OneBeat?

Após o OneBeat, a forma como eu enxergo Música mudou e isso me fortaleceu. Passei a enxergar as possibilidades que podemos ter quando nos desprendemos de conceitos pré-estabelecidos, de gêneros e formas. A Música pode ser livre, sem fronteiras. Hoje tenho contato com todos que participaram e, inclusive, estamos desenvolvendo um projeto que envolverá shows e workshops no Brasil, Colômbia, Venezuela e Estados Unidos.

Que conselhos você daria aos músicos sobre esse tipo de evento? Onde procurar, por que se inscrever, requisitos mínimos entre outras dicas.

Estimular o processo criativo, trabalhar em colaboração e usar a arte para, de alguma forma, servir à nossa comunidade, à sociedade como um todo, são aspectos tão importantes quanto passar horas se dedicando ao estudo de um instrumento. O OneBeat é uma grande oportunidade para quem deseja abrir a cabeça, estimular as ideias e trabalhar com incríveis músicos do mundo inteiro. Obrigado pela oportunidade de falar a respeito, boa sorte a quem for participar e um grande beijo a toda a galera que curte a SANTO ANGELO.
Ah!!! Acessem o site 1beat.org e assistam aos nossos vídeos clicando aqui.

Obrigado pelas respostas e dicas, Lara.

E ai, se empolgou com a ideia de participar desses tipos de projetos, levando o seu talento e trazendo na bagagem novas coisas? Já participou de algo parecido, mesmo que em âmbito nacional? Conte sua experiência para nós aqui no blog ou em nossas redes sociais.

Até a próxima.




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