Isso é grave!

Por Isis Mastromano Correia

Como já mencionamos no post “O Baixo em Alta” aqui no blog no mês passado, um dos grandes equívocos no meio musical – e também fora dele – é a crença de que não há importância do baixo na música mesmo sendo o baixista responsável por determinar as nuances de uma composição.  É chegada a hora de todos nos redimirmos e então, além do concurso cultural lançado esta semana pela SANTO ANGELO dedicado somente aos baixistas (saiba mais aqui: http://kingo.to/1j6y) vamos falar um pouco também de como é ser um músico que escolheu o baixo como companheiro de estrada.

A internet nos bombardeia a todo tempo com sites e canais especializados no ensino da guitarra e do violão e assim, baixistas seguem carentes tanto de materiais consolidados para o estudo quanto de ferramentas que facilitam demais a nossa vida e deixam tudo mais prático como é o caso dos tutoriais via web, aplicativos e sites dedicados.

Quando o baixo elétrico surgiu pelas mãos de Leo Fender, no início dos anos 1950, foi um estouro: a plateia escutava o som grave, no entanto, pensava ver apenas duas guitarras no palco, uma pequena e outra maior de quatro cordas! De onde afinal vinha aquele som, questionavam-se atordoados!

Leo Fender escandalizou eletrificando o baixo

Mesmo passadas décadas da consagração e popularização do instrumento ainda não é raro um baixista ser pego por um desavisado qualquer que questione a falta de cordas de sua “guitarra”.

Além de lutar para conseguir as mesmas facilidades de estudo de um guitarrista sob a ótica da tecnologia, no caso, a internet, outro entrave do músico que escolheu o baixo é conseguir material para estudar seja como autodidata ou para complemento do que ele aprende nas escolas e conservatórios.

Slap It, de Tony Oppermhein e Building Jazz Bass Lines, de Ron Carter, da década de 1980, são métodos que podemos citar como clássicos e apesar da passagem do calendário, continuam atualíssimos, muito devido à qualidade ainda não superada, mas também ao fato de poucos de seus pares terem se esmerado em publicar outros estudos em larga escala.

Ron Carter com seu baixo tradicional fez um dos métodos ainda mais procurados

O material que descreve os métodos para o instrumento que temos à disposição é praticamente todo ele internacional e assim, deixa de refletir em muito as boas e originais nuances que o brasileiro concedeu ao instrumento.

Continuamos a ralar através de métodos, sobretudo americanos, mesmo tendo nós, os brazucas, imposto diversas peculiaridades ao instrumento: enquanto o jazzista americano segue os compassos em 2 e 4 tempos, o brasileiro com sua bossa nova – uma espécie de “samba-jazz” – conta em 1 e 3.

Apesar desse salto de criatividade, não temos muito material que documente isso para ensinar os estudantes por aqui e se bobear, há mais coisas nacionais circulando para baixistas no exterior do que dentro da nossa própria casa! Nos Estados Unidos existe songbook do Tom Jobim, aqui não, veja só!

Por aqui, para aliviar a situação, temos songbooks da série “Bossa Nova”, de Almir Chediak, com uns 5 livros com o melhor da bossa nova feita em conjunto com os compositores das músicas e ainda contando a história do estilo. Trata-se de material da década de 1980 e é ainda o melhor que temos.

Outros grandes nomes, novos e antigos, como Celso Pixinga e nosso endorser Fabio Zaganin, estão ai para dar suas contribuições, claro, mas, está lançado o desafio de você procurar material para estudar baixo com seus próprios meios! Você não levará cinco minutos para se doer com a ditadura da guitarra na web!

Fabio Zaganin

Vamos mudar esse panorama começando por incentivar os amigos baixistas, da escola, da banda ou da igreja a participar do nosso concurso “Só Para Baixistas” que a SANTO ANGELO promove durante este mês de outubro. Se tiver amigos nos países nos quais os cabos da empresa são vendidos, faça também o convite porque a participação está aberta para nossos ‘hermanos’ de língua espanhola também!

Ah, e não deixe de escolher um presente musical para as crianças que eventualmente conviverem com você. Afinal essa é a campanha da SANTO ANGELO para o próximo Dia das Crianças: incentivá-las a tocar um instrumento!

Até a próxima!

Concurso Cultural Santo Angelo “SÓ PARA BAIXISTAS”

 

 

 

 

 

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