Quero matricular meus filhos na Música. E agora?

por Isis Mastromano Correia

Janeiro é hora de muitos pais correrem para matricular os filhos em atividades extra curriculares ou até mesmo a própria garotada manifestar interesse em fazer uma atividade diferente durante o ano como idiomas, esportes e é claro, a Música.

A decisão de escolher uma escola ou um professor de Música, seja para os pequenos ou para os adolescentes, começa por alguns requisitos semelhantes à eleição de qualquer outra instituição de ensino que você escolha para fazer parte da vida de seu filho. Uma boa avaliação sobre preço, localização, estrutura, ambiente, conceito e a coerência com os valores da família são os critérios a serem considerados logo de antemão.

Antes de bater o martelo sobre uma escola ou professor, pesquise!

Superada a fase mais burocrática da decisão, é hora de avaliar o que a escola ou professor tem a oferecer no campo musical. Quem tem filhos em idade pré-escolar deve buscar escolas e professores que ensinem musicalização, ou seja, a introdução aos elementos mais básicos da Música, como ritmo e tempo, traduzidos em linguagem bem simplificada, com uma didática especial para as crianças.

É possível que seu filho até mantenha contato com um instrumento específico, mas, nessa fase eles estão pouco abertos às teorias e muito empolgados com a prática. Assim sendo, é importante entrevistar o professor e visitar a escola desejada para saber que tipo de metodologia é usada e, sobretudo neste caso, se há profissionais especializados no ensino da Música para crianças cuja pedagogia é bastante peculiar.

O canto coral pode ser uma boa pedida para começar na Música

Os maiores, já na fase do ensino fundamental, têm mais autonomia e podem se interessar diretamente por um instrumento específico e, assim sendo, a busca por um tipo de escola e professor fica mais refinada. Uma boa pesquisa sobre a reputação da instituição ou do profissional pode começar pela internet. Outro passo é escutar referências de amigos ou amigos dos amigos que já tenham filhos estudando Música regulamente. O que não se pode deixar para trás de jeito nenhum é uma visita pessoal ao menos a duas escolas e entrevistas com dois professores se as aulas forem tomadas em particular para as devidas comparações e tira-teimas.

A maior parte das escolas e profissionais sérios oferecem uma aula gratuita de demonstração para que pai e  aluno entendam como as coisas vão funcionar dali por diante. Se a escola se negar oferecer ou cobrar por uma aula demonstrativa, desconfie.

É importante entender qual é o currículo e método de trabalho usado pelo professor ou escola, ou melhor, se eles trabalham dessa maneira que é a mais organizada. Não são todos os profissionais e instituições preocupados em musicalizar de maneira global e integrada. Muitos professores pulam diversas etapas do ensino jogando um instrumento nas mãos do aluno e partem para lecionar nua e cruamente uma canção, tornando assim uma aula de repetição e mímica e não de aprendizado honesto.

Esse processo pode ser muito interessante e atraente para quem está ansioso em tirar um sonzinho do instrumento, como é o caso de qualquer aprendiz, mas cairá feito uma bomba no futuro quando o aluno descobrir que não tem noção nenhuma do que está fazendo, como está fazendo e porque está fazendo, caso ele prossiga no estudo da Música. Falhas pedagógicas encabeçadas por maus professores podem inclusive minar a vontade do aluno em continuar ou pior, fazê-lo se deparar com a falsa idéia de que “não tem o dom” para a Música.

Portanto, questionar se a instituição trabalha baseada em um método eficaz de ensino é muito importante simplesmente porque é contraproducente estudar com um professor que utiliza determinada metodologia e depois, caso ele seja substituído por outro, haja uma mudança total de foco.

Aulas de música são viáveis a partir dos 2 anos de idade

Desconfie também de professores que ficam tocando mais do que o aluno para demonstrar que tocam bem. Afinal, tocar bem é o requisito básico que se espera de um professor de Música e quem tem de tocar é o aluno! Já falamos sobre métodos eficientes em posts anteriores e recomendamos novamente a leitura como base para suas decisões.

Já os adolescentes, dos 14 aos 17 anos, que estão com gás total em busca de estudar Música nesse início de ano, por terem muito mais autonomia, têm uma opção extra e vantajosa frente aos demais: podem adicionar uma busca por aulas pela internet. A gama de professores on-line é enorme e não deixa nada a desejar diante dos convencionais. Por estarem expostos na rede, a busca por referências sobre o trabalho deles fica mais fácil. Há ainda o bônus de poder tomar aulas com grandes instrumentistas que de outras formas seriam inacessíveis. Os custos muitas vezes também ficam reduzidos, pois, não se gasta com a locomoção.

Além das aulas presenciais, adolescentes podem optar pelas aulas on line

E por falar em custos, por via de regra e para os alunos de todas as faixas etárias, vale tomar cuidado na hora da comparação de preços. Muitos pais optam por um professor ou escola mais baratos pela redução de gastos ou pelos mais caros porque geram a sensação de serem melhores. Contudo, esses são fatores difíceis de mensurar sem que antes o aluno participe de ao menos dois meses de aula. Para não cair na armadilha do preço, somente a busca por referências com outros alunos e pais pode servir de alerta nesse quesito.

Para iniciar o ano, a SANTO ANGELO convidou alguns endorsers com experiência didática e metodológica para gravarem vídeos em forma de depoimento sobre como escolher um professor de Música. O resultado das diferentes dicas e opiniões você poderá acompanhar ao longo do mês no nosso canal YouTube a começar pelo depoimento do guitarrista Mateus Starling, músico há 20 anos que começou a tocar profissionalmente aos 16:

Até a próxima!




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