Sim, a música pode trazer felicidade!

Fala meu querido leitor, tudo bem?

Você que acompanhou o blog SANTO ANGELO todo esse ano (e também nos anteriores) teve a oportunidade de refletir sobre muitos temas que envolvem a vida de um músico, além de muito estudo e foco na carreira musical.

Convenhamos… esse ano de 2018 não foi e não está sendo fácil para ninguém, principalmente para nós músicos, não é mesmo?

Para você ter uma ideia, há poucas semanas atrás, em um deslocamento para o evento Expomusic Rio 2018, eu ouvi de um motorista que a profissão que melhor o definia era “uberista”: uma mistura de operador de aplicativo com baterista.

E fiquei pensando quantos “uberistas” devem existir por aí, misturas de motoristas com “Guitarrista”, “Violonista”, “Baixista”, “Saxofonista” entre outros.

Se não fosse trágico, essa nova “profissão” seria até engraçada.

Claro que todos nós começamos 2018 com muitos projetos e planos, mas, por motivos que não dependeram da nossa vontade, nem tudo correu conforme nossas expectativas.

É hora de esquecer o que deu errado no ano que está quase acabando para encontrar exemplos e motivos para recomeçar com determinação.

Conhecer exemplos reais de pessoas como eu e você, que conseguiram passar por cima de enormes desafios, podem ajudar, e muito, a alcançarmos os objetivos que pretendemos colocar para 2019 e nos anos futuros.

Você já ouviu falar do concurso Guitar Idol?

É um concurso internacional concebido especialmente para jovens guitarristas que desde 2008 vem reconhecendo novos talentos pelo mundo afora.

Nem preciso te dizer que 2 artistas bem conhecidos da SANTO ANGELO, o Gustavo Guerra e o André Nieri, já venceram essa competição em anos anteriores e, em 2018, mais um guitarrista brasileiro deixou sua marca por lá.

Na verdade, entre milhares de inscrições, 3 músicos brasileiros foram para a final e agora você vai conhecer a história de 2 deles, o Dimas Andrade e o Paulo Zorba Romão, ganhador do campeonato desse ano.

Dois exemplos para nos inspirarem fortemente em 2019. Continue lendo…

SANTO ANGELO: Conte- nos sobre você e sua carreira?

DIMAS ANDRADE: Sou o Dimas Andrade, tenho 31 anos e mais de 16 anos de carreira, nascido em Campina Grande – PB. Fui para Brasília ainda criança e dei início a minha carreira profissional, lecionando aulas de guitarra e tocando em bandas da cidade.

Em 2010, participei de um concurso de guitarra de nível nacional chamado Concurso Double Vision (no qual a SANTO ANGELO era co-patrocinadora) que revelou Mateus Asato, Duílio Humberto entre outros grandes guitarristas.

Participar desse concurso me abriu muitas portas, entre elas foi tocar na Expomusic no estande da SANTO ANGELO como artista parceiro da marca.

Atualmente tenho uma escola de música em Brasília, em parceria com o guitarrista Bruno Albuquerque, chamada “10 DB Instituto de Guitarra” (http://10db.com.br/) que é hoje mais uma referência no ensino de música e formação de guitarristas no Distrito Federal.

PAULO ROMÃO: Sou Paulo Romão, carinhosamente chamado pelos amigos de “Zorba”, não por ser seja um parente distante da celebridade grega, mas um apelido de infância (rs). 

A minha história como músico começou aos 7 anos, quando tive o primeiro contato com um piano e conseguia tocar as melodias que vinham na minha cabeça, como por exemplo, musicas de filme, toques de telefone, enfim, eu me sentia como se já soubesse tocar.

Depois, aos 12 anos, tive contato com a guitarra de uma forma muito inusitada: encontrei um CD no chão, da cor azul, do “Iron Maiden – The Number Of The Beast”. Nesse momento, eu senti que era um sinal e ai pensei: vou ser guitarrista!

Foi amor à primeira ouvida, porque com certeza já estava nos planos de Deus.

Assim, decidi levar o CD ao meu amigo de sala de aula, o Kleber Kennedy, um cabeludo rockeiro que me apresentou ao “Metallica” e outras coisas relacionadas à Música.

Porém, depois decidi que iria trilhar o meu caminho sozinho. Eu sempre fui muito curioso com tudo, queria entender e saber tocar todos os estilos. Fiz um ano de aula em escola convencional, mas, a minha imersão no instrumento tinha sido tão grande que já havia aprendido quase tudo por conta própria. 

Aos 14 anos fui chamado para tocar na igreja que frequentava, mas também entrei para uma banda de Samba Rock , a “Ska”. Tínhamos um trio de metais e só tocávamos músicas autorais.

Já aos 16, comecei a tocar com bandas de casamento e, nesse momento, o meu trabalho começou a rentabilizar. Ao mesmo tempo, comecei a dar aulas em uma das melhores escolas de Música de Maringá, a “Salmus”. 

Assim, me aventurei em diversos gêneros musicais, chegando a trabalhar até com música sertaneja. Dessa forma, tornei-me produtor musical e abri meu próprio estúdio, que tenho comandado por quase uma década.

Como músico de apoio e produtor musical, tive a oportunidade de viajar com grandes e pequenos artistas por pelo menos 12 estados brasileiros com uma média de 5 shows por semana.

Em 2012, iniciei meus estudos acadêmicos de Bacharelado em Composição pela Universidade Estadual de Maringá, no segundo ano comecei estudar regência e devo me graduar este ano.

Na mesma época, coloquei em prática um sonho muito antigo, que é era de ter um canal no YouTube e gravar vídeos tocando as musicas do meu gosto, igual os guitarristas que eu cresci assistindo

Aprendi a mexer com filmagem e hoje, também sou diretor de filmagem, cinegrafista e editor, graças a necessidade de ter que aprender para não depender de ninguém.

No meu canal Youtube está disponível todo o meu trajeto e evolução na Música, por meio das habilidades que exerço tocando, gravando e filmando, que foram melhorando com o tempo e não tenho vergonha de mostrar os vídeos antigos que nem tocava tão bem como hoje (rs)

Logo mais lançarei meu CD, com algumas musicas instrumentais, mas a maioria são cantadas, mas em 2019, irei me mudar para Londres para cumprir um dos prêmios que ganhei no Guitar Idol: um contrato com uma das maiores empresas de vendas de aula online do mundo, a “Lick Library”.

Além disso, também fui aprovado em um programa de mestrado em Performance na Guitarra em uma Universidade em Londres de Música Contemporânea.

SA: Como você se auto impôs o desafio de chegar no Idol 2018?

DA: Eu decidi que participaria do concurso porque já tinha tido a experiência de quanto isso impacta positivamente na nossa carreira em 2010 e agora eu queria esse empurrão novamente.

Isso me motivava, então fiz um planejamento para me preparar para participar do concurso internacional, o que incluía o que fazer, como e quando.

O mais legal dessa jornada foi que a partir daí tive a ideia de construir  dois cursos inéditos, o Alta Performance na Guitarra e o curso de Palhetada Híbrida onde eu trabalhei não somente a técnica mas também o desenvolvimento de fraseado usando a técnica.

Ambos os cursos já foram testados e com resultados que me empolgaram muito, tudo isso graças aos meus estudos e estratégias para participar do concurso.

PAULO ROMÃO: Em 2008, acompanhei todas as etapas da primeira edição do Guitar Idol, quando o brasileiro Gustavo Guerra, ganhou.

Nessa época,  fiquei apaixonado pela ideia de um concurso para composições instrumentais de Guitarra, e ainda mais, pelo fato de ser um brasileiro ter ganhado a primeira edição.

Isso me trouxe a esperança de também ser um vencedor, como o Gustavo Guerra, que inclusive, também é do Paraná. Desde então, participar desse concurso tem sido um sonho e a caminhada foi longa até chegar o dia de enviar o primeiro vídeo. 

Participar do festival não era meu único objetivo no futuro, mas era um deles. Comecei gravando vídeos, um dos meus sonhos era ter o canal no Youtube tocando as musicas que eu ouvia.

Em 2 anos,  já tinha um material apresentável na internet e conhecido muita gente desse meio, além de ter feito muitos amigos guitarristas e musicos em geral.  Ou seja, meus vídeos estavam surtindo efeitos e trazendo resultados.

No ano de 2014, me inscrevi com minha primeira composição, “Inimaginável” (disponível no meu novo disco ainda esse ano), cuja edição, o grande Andre Nieri venceu. Nessa etapa eu fiquei entre os  50 finalistas.

Em 2017 compus uma musica, gravei o áudio e clipe no meu estúdio, sem qualquer finalidade. Um dia estava tocando aleatoriamente e de repente fiz um download do universo e a música ficou pronta de uma vez.

Com essa musica e o clipe prontos, apareceu uma primeira oportunidade em 2018, o Samsung E-festival, um dos maiores festivais de musica instrumental do Brasil. Inscrevi a musica e acabei selecionado entre os 10 finalistas.

Há 2 meses atrás, por meio da votação popular, acabei não levando o troféu, mas logo depois saiu a chamada para os finalistas do Guitar Idol. Estava entre os selecionados e essa noticia foi uma das melhores que já recebi na vida

SA: Como foi o frio na barriga e o que você sentiu ao subir no palco?

DA: O frio na barriga é inevitável nessas ocasiões, mas o quê aprendi por ter participado de outro concurso foi não ser pego de surpresa pela pressão psicológica dessa hora. Isso ajudou muito e, na verdade, acho que estava curtindo muito aquele momento.

Lembro que, um pouco antes de tocar, fiquei recordando todos os desafios que enfrentei para chegar lá e senti uma enorme gratidão por tudo o que estava vivendo, além de já ter no meu dia a dia a “vida dos sonhos” que é pra mim, viver de Música.

PAULO ROMÃO: Um filme passou pela cabeça, uma década sonhando com o dia que chegaria a minha vez de ir para os palcos disputar a final do maior concurso de guitarra do mundo. 

 No grande dia, eu poderia dizer que o quê me fez ganhar foi dedicação, resiliência, comprometimento, assiduidade com meu sonho. Mas, a verdade é que essa preparação aconteceu durante todos os esse anos e no dia da apresentação tinha algo muito maior guiando meus passos, me abrindo os caminhos.

Era como, se de repente tudo estivesse dando certo para mim e as coisas finalmente estivessem entrando no eixo. Lei da colheita? Lei do retorno? Muitas possibilidades, mas creio que o plano de Deus para mim ainda é a mais forte possibilidade.

Graças a Deus tivemos uma boa passagem de som a tarde, que foi excelente para quebrarmos o gelo, pois, todos nós (guitarristas selecionados) estávamos nervosos e completamente inseguros e com medo.

Mas, após o ensaio, o clima que se criou entre os participantes era magico, um torcendo para o outro, uma coisa linda.

Então, o que eu senti quando subi no palco quando a musica começou, foi literalmente de uma descarga de energia. Respirei fundo, um filme passou pela minha cabeça de todas as coisas que eu fiz para chegar até ali, quantos anos sonhando, estudando, tentando ser um musico melhor, um ser humano melhor, quantas frustrações e barreiras ao longo desses 16 anos como musico?

Meu Deus, quantas vezes a realidade esfregava na minha cara que era hora de parar com esse sonho da Música. 

Em frações de segundos, eu vi se materializando algo que era apenas um sonho abstrato, mas com muita luta e mérito por ter corrido atrás a vida inteira, virou realidade.

Naquele momento, me senti como alguém que salta de paraquedas, o momento “X” do pulo foi quando deram o play, dali em diante era se entregar por completo e deixar a magica acontecer. 

Terminadas as apresentações, todos fomos chamados ao palco, para anunciar o Cacá Barros, como segundo lugar e melhor performance com todo merecimento. Cacá é um grande amigo e, como músico é melhor ainda, ai que começa toda história.

Dentre os prêmios estavam uma guitarra da Ibanez e uma da PRS, quando anunciaram o Caca e lhe deram um pedal. Eu imaginei que o próximo prêmio seria a guitarra e que poderia ser entregue a qualquer um que os juizes escolhessem.

Ok, depois de anunciarem o Cacá, o Johnathan, que era o host (apresentador), segurando uma PRS faz um discurso, um silêncio dramático no final e grita: “ZORBA!”.

O que eu entendi? “Caramba, ganhei uma PRS, pelo menos uma guitarra eu vou levar.” 

Por que isso? Primeiro por que eu estava conversando com meu amigo Phill Short (ganhador da última edição do Guitar Idol) e acabei não ouvindo o que o anfitrião do evento disse.

Eu tinha certeza que não iria vencer, porque os outros competidores foram muito bons em suas composições e tantas coisas me fizeram crer que não tinha chance. 

Bom, ele me anunciou, fui até ele recebi meu premio, agradeci rapidamente porque, para mim, essa guitarra era a premiação antes do vencedor. Peguei a guitarra e voltei pro meu lugarzinho no canto do palco junto com os outros competidores, para ouvir o anuncio final do ganhador. 

O anfitrião, novamente me chama para um discurso, voltei para o microfone e muito calmamente agradeci a todos, expliquei o quão feliz estava por aquela oportunidade e que esperava que minha música os tivesse tocado de alguma maneira. Agradeci a guitarra e voltei novamente para o meu canto, aguardando ansiosamente pelo resultado final. 

Johnathan encerra a noite no microfone e o Cacá vira pra mim e grita: 

“VOCÊ GANHOU O GUITAR IDOL, ZORBA!” 

 Eu respondi: O QUÊÊÊÊ???? 

Cai no chão e comecei a chorar. Foi pelo menos meia hora assim, conversando com os jurados, com os amigos guitarristas, com o dono do evento, chorando, chorando como uma criança.

Naquele dia tive a sensação de ter ganhado duas vezes (rs).

Só tive a chance de vencer porque me inscrevi no concurso. O aprendizado para gravar, filmar, editar, compor, para eu ter um vídeo com uma composição minha fez parte da iniciativa em ir atrás das coisas, desde as pequenas e até as maiores, pois ambas são importantes no panorama geral da sua caminhada.

É como se o grande teste aqui fosse, quanto tempo você aguenta ficar correndo atrás do seu sonho sem realiza-lo?

Quantos desistem no meio caminho? Eu quase desisto todo dia. 

Depois do resultado dos jurados, eles me contaram o porquê votaram em mim. Recebi elogios sobre a minha composição, meu timbre, minha performance, minha sensibilidade e sentimento ao tocar, mas no final, todos eles disseram a mesma coisa: “Mas, sabe o que fez a gente decidir que você deveria ganhar?”

“A sua humanidade, o jeito que você trata todo mundo, a sua alegria que contagia todos ao seu redor. Por esse brilho que você tem, foi isso que cativou a todos nós”.

SA: Qual foi a grande lição que você aprendeu com essa experiência? E qual o legado que você deixa.

DA: A grande lição que ficou dessa experiência é que eu posso e irei conquistar muito mais, não necessariamente participando de outros concursos, mas trabalhando da forma organizada como trabalhei para chegar até aqui.

Assim, conseguirei ter, no meu dia a dia, os comportamentos certos para seguir melhorando e, resumindo, conquistar os grandes resultados no dia a dia, pouco a pouco. Essa é a lição.

O maior legado que deixo é o exemplo para meus alunos e todos os que seguem meu trabalho. Precisam se preparar e as coisas vão acontecer como você deseja, porque sempre existe um jeito de você chegar lá.

Talvez você somente não saiba, agora, qual seja o caminho, mas siga procurando que vai encontrar.

Hoje consigo trabalhar com mais sensibilidade com meus alunos e isso também é um grande legado para mim.

PAULO ROMÃO: Talvez esse tenha sido meu maior legado: o reconhecimento de algo que estava além da Música. Ahh, … mas o que tem a ver uma coisa com a outra?

Há algum tempo eu venho estudando sobre autoconhecimento e controle emocional, devido estar ligado diretamente ao músico dentro de mim.

Quando comecei a consertar alguns problemas na minha personalidade, refletiu na minha musicalidade por completo, o sentimento de amor e respeito ao próximo, de estar presente por completo nos lugares, fez toda a diferença. 

A autoconfiança da minha parte como músico se transformou quando comecei a tratar o meu lado humano e, hoje  fico feliz quando consigo transbordar isso.

Sobre o legado, acredito que agora depois de ganhar esse concurso, fica mais fácil construir um, agora é o momento de começar a criar um. 

Meu maior sonho desde criança era conhecer o mundo e ser um musico reconhecido. Hoje, tenho um plano de juntar os dois sonhos, que é de viajar o mundo fazendo turnês com minhas musicas, Workshop, master classes, palestras com assuntos relacionados à Música, guitarra, Music Business, problemas de saúde que convivem com o músico, como reconhecer, tratar e até prevenir, produção musical, gestão de carreira.  E também poder trocar experiências musicais com gente de todo o planeta.

Os planos e assuntos são muitos, mas o segredo agora é trabalhar duro para que tudo isso se realize. 

Como reconhecimento do meu esforço, ganhei uma guitarra PRS, um amplificador full stack Laney Lion Heart, $1,000 Libras Esterlinas e um contrato de trabalho com LickLibrary.

 

Obrigada Dimas Andrade e Paulo Romão por dividirem com nossos leitores suas experiências como profissionais de sucesso. Desejamos ainda mais sucesso e reconhecimento pelo seu trabalho.

Animado com a carreira de sucesso dos nossos entrevistados? Então assista esta entrevista que um dos fundadores do EM&T, o  Célio Ramos, concedeu ao nosso parceiro, Juninho Carelli, com dicas e valores poderosos para também te guiarem numa carreira musical bem sucedida. Acesse aqui

 

Qualquer dúvida, elogios ou outros comentários é só escrever aqui no blog ou nas redes sociais da SANTO ANGELO, combinado?

A gente se vê novamente em 2019. Muita sorte e Sucesso para o próximo ano.

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Lygia Teles, é Relações Públicas e especialista em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP. Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da SANTO ANGELO.

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