Como conciliar a música com outra profissão? É possível?

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Confira exemplos de músicos que tocam suas carreiras e ainda trabalham em outras áreas

Conhecemos muitos casos de pessoas que conseguem conciliar um trabalho fora da música com a paixão de tocar o seu instrumento, ou de ter uma banda com uma agenda repleta de shows. Talvez, querido leitor, este também seja o seu caso! Se for, saiba que não está sozinho, pois assim como você, muitos outros profissionais, atuantes em diferentes áreas, dividem o seu tempo entre o trabalho e as suas atividades como músico.

Um exemplo é o guitarrista e endorsee da SANTO ANGELO Alexandre Magno, que também trabalha como analista de sistemas sênior em uma empresa de TI em Brasília. Fora do trabalho, o músico dedica todo o tempo que pode à música. “Tenho o meu projeto instrumental de guitarra e estou trabalhando para fechar um EP. Além disso, produzo material para as minhas redes sociais e da SANTO ANGELO sempre que possível”, ressalta o guitarrista, que também ministra aulas de guitarra e violão no GTR Instituto de Música e toca em algumas bandas da região.

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Mas não pense que a tarefa de levar duas atividades é fácil. No caso de Alexandre, ele trabalha em horário comercial, das 8h às 17h, conciliando, após esse período, seus afazeres com a música. “Geralmente, entre 18h e 2h da manhã, divido meu tempo entre ministrar aulas particulares de guitarra e violão, estudar, compor, produzir e editar vídeos, gerenciando, ainda, minhas redes sociais”, lista o músico.

Na mesma pegada, o baixista Ernani Junior, que também é figura conhecida aqui nas mídias da SANTO ANGELO, se divide entre duas grandes paixões: a música e a publicidade. “Eu amo a música, mas sou um artista fora dela também, pois amo a produção audiovisual, cinema, vídeo clipes, etc. Acho que se vivesse apenas da música, daria um jeito de acrescentar o que faço hoje em dia para o meu sustento, que é tocar a minha agência”, acrescenta Ernani.

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Depois de muitos anos trabalhando com publicidade, Ernani resolveu, em 2011, criar a sua própria agência, a “Margem Publicidade”. “Quando abri a minha empresa, foi mais fácil, pois eu podia conciliar melhor os horários. A empresa e a minha atuação na música se completam. Como sou produtor de vídeo, fica fácil para mim, por exemplo, tocar eu mesmo o meu canal com a qualidade que já é conhecida. Graças a Deus, consigo fazer duas coisas que amo, e ainda trago o leite das crianças”, orgulha-se o baixista.

De dia, terno e gravata. À noite, batucada

Por quase dez anos, o cotidiano do baterista e relações públicas João da Silva, mais conhecido como Jhonny, ficou dividido entre o ambiente sério e institucional da Câmara de Comércio Americana, onde atuou no Rio de Janeiro como gerente de eventos, e a agenda lotada de shows da sua ex-banda Vício Nato. Nessa época, ele lembra que chegava a fazer entre oito e 12 shows por mês. Nos meses de dezembro, eram mais de 20.

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“Financeiramente, era um bom reforço, mas o crescimento profissional da banda foi maior do que eu gostaria. Meu emprego começou a ficar prejudicado com o meu desgaste e a banda também sofreu com isso. O melhor foi seguir meu caminho em um esquema mais amador”, lembra João, que atualmente é coordenador de Relações Institucionais do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

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Hoje em dia, além de ser baterista da banda de classic rock B-Side Rockers, João é um dos organizadores do bloco Fogo & Paixão, um dos mais tradicionais do carnaval carioca. “Esse ano, fizemos nosso 6º desfile para 20 mil pessoas. Faço assessoria de imprensa, captação de recurso, toco caixa e ajudo na regência dos naipes. Para quem olha, parece que são dois trabalhos muito distantes, mas posso garantir que tudo se complementa”, explica o músico.

Quando a música fala mais alto

No começo de sua carreira, o guitarrista Mateus Starling, fundador da Starling Music Academy, escola de música sediada no Rio de Janeiro, se viu dividido entre a advocacia e a música. “Quando me formei em Direito, tomei a decisão de não me envolver com nada que não fosse música. No fim da faculdade, tive que fazer uns estágios obrigatórios e, naquele período, já tinha certeza de que ser advogado não tinha nada a ver comigo. Não me identificava com as pessoas, com a mentalidade, com o ambiente. A música sempre foi uma escolha muito acertada para mim, apesar do medo de assumi-la como sustento da minha casa”, recorda o guitarrista.

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Finalizada a faculdade de Direito, Mateus resolveu alçar voos mais longos na música, se mudando para Boston, nos Estados Unidos, para estudar na renomada Berklee College of Music, conquistando ao final de sua graduação a Summa Cum Laude, honra máxima concedida pela instituição.

Professor experiente, Mateus dá a dica para quem deseja conciliar a música com outra profissão. “Basta você ter uma rotina regular de prática, pois não adianta tocar cinco horas em um dia e não praticar mais durante a semana. Melhor 40 minutos quatro ou cinco vezes na semana. É preciso também ter um material e cronograma de qualidade, no qual esteja claramente avançando em uma sequência, vencendo etapas. E, no fim das contas, faça música, se envolva com outras pessoas e deixe seu trabalho circular”, recomenda o professor.

E aí, você também é músico e trabalha em outra área? Deixe seu comentário abaixo e nos conte como consegue conciliar essas duas atividades!

André Iunes Pinto é guitarrista e jornalista. Já trabalhou como editor da revista Áudio Música & Tecnologia e colaborador da Backstage. Foi colunista de tecnologia musical no jornal O Globo e no Território da Música (Portal Terra). Atualmente, é editor do site www.estrategistasdigitais.com.br.




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