O que você precisa saber sobre Direct Boxes

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por Rafael Cerqueira

Olá, aqui é o Rafael Cerqueira e hoje vamos entender um pouco mais sobre um dispositivo simples, que é um grande “pequeno” amigo do músico e do técnico de som: o Direct Box, ou simplesmente DI entre os brothers.

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Sabe aquele acessório que está sempre presente em nossas vidas, mas nem sempre damos muita atenção a ele? Acertou quem respondeu cabos, mas já falamos um pouco sobre eles (vide esse post) e hoje a estrela é o DI. É muito comum um músico ou técnico de som trabalhar diariamente com um Direct Box e não parar para pensar na sua importância e se o está usando de forma correta, ou tirando o máximo proveito das suas qualidades

Com isso em mente, começaremos abordando sobre quais são as finalidades de um Direct Box e depois as diferenças e aplicações dos diversos tipos que existem.

O que é e pra que serve um Direct Box?

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A principal função de um DI é converter um sinal não balanceado e de alta impedância (como aquele gerado pelos captadores de uma guitarra) em um sinal balanceado de baixa impedância permitindo que você passe cabos por uma distância maior sem acrescentar ruído. Outra função muito útil é a de eliminar ruído de corrente elétrica ou eletromagnética.

Um DI básico tem no mínimo uma entrada e duas saídas. As saídas são: uma direta para ser ligada no amplificador do instrumento musical e a outra com nível de sinal de microfone, para ser ligada, na mesa de som, em uma entrada de microfone.

Os Direct Boxes podem ser ativos e passivos.

Direct Box Passivo.

Dizemos “Passivo” por não precisar de eletricidade para funcionar. O sinal passa da entrada para a saída por um campo magnético compartilhado e, por não ser inteiramente conectado pelo cabo, é isolado eletronicamente eliminando o ruído da corrente elétrica. Uma grande vantagem dos Direct Boxes passivos sobre os Ativos é que eles não distorcem ao receber um nível excessivo de sinal, o que ajuda muito ao trabalhar com instrumentos ativos ou instrumentos com o volume de saída alto. Por outro lado, não são ideais para trabalhar com instrumentos que tem baixo sinal de saída, tais como baixos, guitarras e teclados mais antigos.

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Direct Box Ativo

Os Direct Boxes Ativos podem ser considerados, praticamente, como pré-amplificadores. Eles precisam de uma bateria, uma fonte ou Phantom Power para funcionar. Ao contrário dos Passivos, os Ativos são excelentes com instrumentos de sinal baixo, dando mais “força” e qualidade ao sinal. Porém, caso receba um sinal com um nível excessivamente alto, um Direct Box Ativo poderá distorcê-lo devido à saturação dos transformadores.

Outros tipos

Além dos básicos Ativos e Passivos, existem algumas subdivisões (não muito comuns) como Direct Boxes que fazem Summing, Splits de microfones e outras aplicações que poderei explicar melhor, caso desejem, em um futuro post.

Botão Ground Lift  (em tradução livre “Levantar o Terra”)

No DI, você também encontrará um botão, muitas vezes com os números 1 e 0, ou simplesmente “on” e “off”. Esse botão é chamado de “Ground Lift”. Como mencionei antes, o circuito não é inteiramente ligado por fios, o que elimina o ruído da corrente elétrica. Isso é causado, pois o terra da entrada (input) é completamente separado do Terra da saída (output) quando o botão “Ground Lift” está na posição “on” ou “1”. Se você desejar conectar o aterramento da entrada ao da saída, basta desligar o botão que separa o Terra.

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Atenuação (ou ATT)

Fora o botão “Ground Lift”, você também encontra em vários DI´s um botão de atenuação (ou ATT). Esse botão geralmente tem 3 posições, as posições padrões sendo 0, -20dB e -40dB, mas variando de cada modelo. Caso o instrumento mande um sinal muito forte e, mesmo reduzindo o ganho da mesa de som, o sinal continue distorcido, você pode aplicar essa atenuação para deixar o sinal em um nível “aceitável”.

Mas como saber qual Direct Box utilizar?

O ideal é ter disponíveis os 2 tipos (Ativo e Passivo). Assim como vimos em um dos meus posts anteriores sobre microfones (dinâmicos e condensadores), os Direct Boxes também não tem um que seja melhor e outro que possa ser pior.

Para a mesma aplicação, você pode utilizar os dois e obter dois timbres diferentes. Não necessariamente um bom e outro ruim. Simplesmente diferentes.

Em um estúdio, um Direct Box Ativo vai trazer mais brilho e deixar o timbre mais “vivo”. Em um violão ou baixo, por exemplo, eles aparecem mais na mixagem. Tudo vai depender um pouco do tipo de som que você deseja obter. Como falei, os DI Ativos são praticamente pré-amplificadores, e possuem diversos tipos, incluindo valvulados. A preocupação principal deve ser obter um bom nível de sinal.

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Se o sinal estiver muito forte e distorcendo em um Direct Box Ativo (que você irá perceber assim que começar a gravar), sugiro o uso de um Passivo. Já se o sinal estiver muito fraco e não der para trabalhar (precisando aumentá-lo nos programas de edição de áudio) com um Direct Box Passivo, sugiro trocá-lo pelo Ativo. Sabendo dessas dicas básicas, sugiro que você simplesmente teste, e veja qual som o agrada mais.

Estão gostando dos meus posts? São muito básicos? Preferem que eu seja mais técnico? Gostaria muito do feedback de todos para que as matérias sejam mais proveitosas à vocês de maneira que eu os ajude sempre mais.

Dúvidas, sugestões, criticas e comentários? Deixe uma mensagem aqui no blog da SANTO ANGELO ou entre em contato comigo pela fanpage do Sound Cara.

Um abraço e até a próxima.

 

Fonte da imagem: WhirlWind USA




13 comentários em “O que você precisa saber sobre Direct Boxes

  • 20 de outubro de 2015 em 9:26 PM
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    Valeu pelas Dicas… Tem alguma dica de marcas nacionais ou que se encontram aqui no BR?

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  • 21 de junho de 2016 em 11:57 PM
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    Olá amigo. Muito bom o post. Mas fiquei com uma duvida sobre o uso da funçao ground lift. Quando devo usar essa função?

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    • 22 de junho de 2016 em 9:52 AM
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      Gerson, observe se no sistema houver um zunido forte (isso representa um loop de terra). Se sim, acione o GROUD/LIFT para acabar com esse zunido. Abração!

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      • 22 de junho de 2016 em 10:51 AM
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        Ok. Ainda não tenho esse equipamento na igreja. Estamos montando um som novo e estou estudando os periféricos que vou precisar.

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          • 19 de setembro de 2016 em 5:07 AM
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            Olá, vc indicaria um direct box que ofereça a função PRÉ/POST? grato!

    • 19 de setembro de 2016 em 5:00 AM
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      Olá, vc indicaria um direct box que ofereça a função PRÉ/POST? grato!

      Resposta
  • 15 de agosto de 2016 em 6:19 PM
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    Olá amigo, muito bom o artigo. Tenho um grupo de maracatu e outras culturas populares e compramos três DI’s para ligarmos duas violas e um violão, para melhorar a qualidade do som. Como o grupo é muito dinâmico (saímos das posições várias vezes para dançarmos no meio do palco, depois retornamos), acontece às vezes de esbarrarmos levemente nos directboxes. Mesmo os esbarrões sendo sutis, eles causam um estouro disgramado de forte nas caixas de som. Isso nos assusta toda vez, e ficamos com medo até de queimar os equipamentos. Isso é normal? Obrigado.

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  • 19 de outubro de 2016 em 2:43 PM
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    Boa tarde ! Meu nome é Helio Romero, (romerohelio@hotmail.com) gostei muito da postagem, porém eu como um bom “fução” gosto um bocado de eletrônica, mas tudo bem amador, tenho um grupo de samba e sempre sobra uns cabos, uns xlr´s, uns p10´s para arrumar, as vezes até uma potencia e por ai vai, andei pesquisando na internet mas não encontrei, eu gostaria de fazer um pedido, não seria possível vocês publicarem um passo a passo de como construir um DIRECT BOX Passivo ??? seria muito util. obrigado!!!

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  • 7 de março de 2017 em 4:28 PM
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    Opa, blza?

    tenho uma fonte sonora (pod antigo) que já está timbrado como quero que soe no PA. Mas a saída dele é p10 unbal… quero usar o DI pra entregar o sinal em XLR balanceado, mas SEM, SEM mudar o timbre que já fiz. É possível somente essa conversão?

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  • 5 de julho de 2017 em 2:48 PM
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    Olá! Tenho uma dúvida, estou pensando em adquirir um power amp, para rodar as simulações da pedaleira. Gostaria de saber se dá para ligar um power amp (Magnun44 por exemplo) no direct box e então na interface?

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  • 21 de agosto de 2017 em 5:20 PM
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    Muito bom!
    É correto afirmar que para um instrumento passivo o melhor é usar um DI ativo? OU posso usar o DI passivo para um Baixo passivo, por exemplo?

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