CBO 2627-10 – PROFISSÃO: MÚSICO


Fala meu querido leitor: tudo bem com você?

Aqui é a Lygia Teles e hoje, Dia do Trabalho, nada mais justo do que começar nosso post com o número da CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) que descreve a profissão de “Músico Interprete Instrumentista” como aqueles que:

“Interpretam músicas por meio de instrumentos ou voz, em público ou em estúdios de gravação e para tanto aperfeiçoam e atualizam as qualidades técnicas de execução e interpretação, pesquisam e criam propostas no campo musical.” Conheça mais clicando: 

De acordo com esse documento o CBO serve para classificar as profissões no mercado de trabalho, para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Isso significa que, cada profissão possui uma nomenclatura perante o Ministério do Trabalho e Emprego, como também, normas regulamentadoras que estabelecem as atividades que devem ser exercidas em acordo com cargo.

Portanto, músico e caro leitor: comemore esse dia porque você exerce uma profissão como outra qualquer, devidamente reconhecida.

Se você preferir, ao invés de ler esse post, a partir de agora ofereço mais uma opção aos nossos leitores: você poderá ouvi-lo clicando na imagem abaixo. Depois me conte como foi essa experiência.

Uma vez esclarecida essa questão (e espero que você a repita para quem te falar que Músico não é profissão), talvez passe agora pela sua cabeça a questão:

“Mas Lygia, de que adianta ter estudado Música, se não consigo nenhum registro na minha Carteira Profissional devido ao desemprego atual?”

Concordo com você que não está fácil para ninguém, mas antes que comece a se sentir arrependido de ter dedicado tanto tempo ao aprendizado de um instrumento musical, vamos relembrar alguns trechos de um post publicado aqui no blog SANTO ANGELO em novembro de 2014, escrito pela jornalista Isis Mastromano Correia que continua incrivelmente atual.

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O Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador é celebrado em muitos países no dia 01 de Maio. Mas, antes mesmo de procurar ou ter um trabalho efetivamente todos nós passamos pelo período de escolher uma profissão.

E com certeza você passou por essa fase de enfrentar a livre e espontânea pressão da família dizendo a velha máxima de que precisamos ter uma profissão antes de sermos músicos, sabe o quão difícil é esse momento da vida, o de escolher uma carreira para seguir.

Sabemos que seguir na carreira musical não é simples e exige além do talento muito esforço. Pois, muitos ainda acreditam que a fama como rock star está ao alcance de todos. Já falamos sobre isso no blog, se não viu acesse:

O funil do mercado é bem apertado e nem sempre nosso esforço em nos tornarmos músicos instrumentistas de qualidade será reconhecido pelo mercado.

Fazer o que, então? Seguir em frente ou desistir?

A maioria dos nossos amigos que estão passando por esse período de dar o primeiro passo rumo à vida profissional e, que não vai ingressar na carreira musical, deve agora estar pensando em como encaixar baterias, violões, guitarras, baixos e outros instrumentos musicais, na sua carreira daqui por diante, já que não terá a Música como profissão principal.

Claro que dá para viver de qualquer profissão sem abandonar a Música. Prevejo alguns praguejando contra todos os anos dedicados ao instrumento enquanto outros estão corroídos no dilema entre o tempo que agora terão de dividir com livros de outros temas.

O fato é que a Música pode continuar sendo o maior diferencial do seu currículo profissional e não importa nem um pouco qual carreira você escolheu.

Muitos músicos conciliam a paixão pela música com outras profissões, como por exemplo, o médico Alexandre Berni, o engenheiro civil Rodrigo Yukio ou o professor Denis Cândido Monteiro, entre tantos outros profissionais já citados nas redes sociais da SANTO ANGELO.

A Música inspira e sempre tem muito a ensinar, portanto, a intimidade musical que conseguiu certamente te deu condições diferenciadas na eventual busca por uma vaga no mercado de trabalho.

Claro que seria imprudente afirmar que quem estuda Música é mais competente ou mais capacitado que qualquer outro para ocupar uma vaga.

Mas, dá para dizer que a intimidade musical leva o sujeito a uma situação diferenciada por uma série de vantagens cognitivas e culturais.

Segundo a analista de Recursos Humanos, Alessandra Menezes, de uma forma geral, o músico (e aqui falamos do estudante, do profissional, do amador e do simpatizante), demostra uma cultura geral acima da média por seu contato com instrumentos e pelas habilidades que a relação com a Música desperta, tais como inventividade, sensibilidade e capacidade de improviso.

Quando o candidato a um emprego revela ter contato com a Música, sabemos que isso é um diferencial. Essa característica indica que a pessoa é propensa à criatividade mais aguçada, maior desenvoltura, concentração e sabe lidar de forma mais saudável com emoções”, explica a especialista.

Alessandra diz que exercer atividades sem ligação com os aspectos técnicos da profissão, seja ela qual for, valoriza o currículo pessoal, chama a atenção dos recrutadores e coloca o candidato à frente dos demais.

Portanto, você não deve jogar para debaixo do tapete sua relação com a Música na hora de procurar um emprego fora da área musical.

Criatividade é uma das qualidades que recrutadores enxergam em quem é próximo da Música.

Músicos, via de regra, são pessoas mais antenadas, têm interesse maior do que a média por cultura, literatura, filmes e atualidades. Acompanham mais o noticiário”, diz Alessandra. “As empresas mais contemporâneas conseguem reconhecer e premiar essas habilidades” garante.

 

A relação com a Música comumente leva ao interesse em estudar as vertentes musicais e isso culmina em um repertório vasto sobre politica e movimentos socioculturais, o que ajuda no desenvolvimento de uma pessoa com pensamento crítico.

Biografias também fazem parte do pacote “sou músico”: na estante sempre há a história de algum artista, banda e apostilas sobre o funcionamento de guitarras, baixos, cabos e amplificadores.

Outro trunfo muito cobiçado pelos recrutadores de RH é o Inglês geralmente aprendido autodidata por quem é ligado à Música.

As letras em idiomas estrangeiros por todo lado facilitam esse trabalho e não são raros os casos de gente que aprende ou aprimora a língua apenas pesquisando as letras e seus significados.

A proatividade em aprender sozinho acaba contando bastante em comparação aos demais candidatos à mesma vaga.

Quem tem banda também pode colher os frutos disso. A informação de que você trabalha em equipe é bem vista pelos selecionadores de talentos. “Nesse caso, o que será levado em conta é a possibilidade dessa pessoa conseguir manter bons relacionamentos interpessoais, lidar bem com a divisão de tarefas”, diz Alessandra.

A especialista alerta que, na hora de elaborar o currículo pessoal escrito o que vale é o bom senso: nem sempre é viável relatar sua ligação com a Música se a vaga que você pleiteia não tem nada a ver com a área.

Guarde essa informação para o momento da entrevista, onde atividades extracurriculares podem ter um peso muito mais positivo na conversa, quando pode ocorrer um momento de abertura e descontração.

Tenho certeza que daqui por diante você não vai encarar uma entrevista de emprego como antes por saber que há esperança de dias melhores aos que têm a vida dedicada à Música.

Enfim, aproveite o Dia do Trabalho para estudar e fazer ainda mais Música.

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Viu como eu tinha razão? O post escrito pela Ísis continua atual porque quase não mudaram os preconceitos contra quem escolhe tocar um instrumento musical e viver (bem) da Música.

Lembre-se: Não há nada que justifique esses preconceitos contra a sua escolha. Ser músico é uma profissão reconhecida pela legislação brasileira como qualquer outra e você deve comemorar também o Dia do Trabalho como mais um trabalhador que busca o progresso do nosso país.

E nem preciso te dizer que dúvidas, comentários e sugestões (elogios também são benvindos) podem ser escritos aqui embaixo, ou nas redes sociais da SANTO ANGELO.

Abraços e até a próxima!

Lygia Teles, é Relações Públicas e especialista em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da marca SANTO ANGELO.

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