Educação Musical no século XXI

2016-09-05 - FB

Olá pessoal, tudo bem?

Com a proximidade da Expomusic, continuamos pensando na questão da educação musical. Estamos em 2016, tecnologias novas pulam aos nossos olhos em nossos smartphones, smatrwatches e glasses (óculos). Aproveitamos esse momento de extrema tecnologia para relembrar um post de 2013, feito pela Isis Mastromano Correia, que falava sobre Realidade Aumentada.

Interessante pensar que o grande divisor de águas da AR (Augmented Reality) foi o tal Pokemon GO!, que despertou amores nas pessoas que gostam de cultura pop e uma certa aversão dos músicos. A música já estava inserida nesse conceito à tempos, então, vejo que podemos aprender muito com a evolução dessa tecnologia. A onda é muito grande para surfarmos contra ela.

Vamos ao texto e veja quantas coisas legais a realidade aumentada pode trazer.

É Músico? Estudante de Música? Professor de Música? Arranha um violãozinho? Enfim, é bom que a partir de agora todos nós nos acostumemos com um novo termo na tecnologia acessível aos mortais: Realidade Aumentada.

É que esse tipo de tecnologia pretende revolucionar o ensino e o aprendizado da Música nas próximas décadas, desde que o Google prometeu lançar seu Google Glass, que nada mais é do que um aparelho que funciona a base dessa nossa nova amiga, a Realidade Aumentada. Apesar do projeto ter sido um fracasso, abriu caminho para muita coisa.

Nos próximos anos, os pesquisadores planejam mais e mais tirar os gráficos da tela da TV ou do monitor do computador e integrá-los aos ambientes do mundo real e a esta nova tecnologia se dá o nome de Realidade Aumentada. Ela tornará ainda mais estreita a linha que separa o real do virtual. Displays de Realidade Aumentada irão sobrepor, ao mundo real, gráficos gerados por computador.

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Entre a Realidade Virtual, que cria ambientes gerados por computador, e a Realidade Aumentada, que sobrepõe no ambiente concreto desenhos e sons de computador, esta ganha por uma série de vantagens, pois, é ela que está justamente muito mais próxima do que é o mundo real.

A tecnologia da Realidade Aumenta servirá para adicionar gráficos, sons, sensações táteis e até cheiros ao mundo natural. É de se esperar que os jogos liderem o desenvolvimento da Realidade Aumentada, mas a tecnologia terá muitas aplicações, inclusive o ensino da Música!

Como já mencionamos em posts anteriores, existem atualmente diversos métodos para o ensino de notação musical em conservatórios e escolas. Cada método tem suas virtudes e defeitos. Alguns são especializados no ensino de Música para crianças, outros para adultos e assim por diante.

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A Realidade Aumentada deverá oferecer alternativas para o aprendizado musical possibilitando maior interatividade entre aluno e material graças às técnicas de visão computacional da Realidade Aumentada.

Seja qual for o sistema de ensino musical proposto, o certo é que ele irá interagir com o usuário de uma forma muito mais atrativa, mais eficiente e intuitiva onde símbolos conhecidos poderão ser acrescentados sob a forma de objetos virtuais tridimensionais no sistema, auxiliando o usuário visualmente na compreensão dos conceitos propostos. Ainda muitos têm dificuldade de achar compatibilidade entre uma unidade de tempo e bolinhas pretas (as notas na partitura, que você pode resolver nessa marterclass do Ricardo Giuffrida).

Realidade Aumentada na prática

Para entender na prática a Realidade Aumentada, a Apple Store vendeu, tempos atrás, o Ghost Guitar, um aplicativo de guitarra onde você podia tocar canções através da tela do seu dispositivo iOS. O preço do aplicativo era US$ 1,99 e ajudava em bastante coisa. É muito legal e você pode ver como funciona a “mágica” aqui.

Os instrumentos foram explorados pela Realidade Aumentada também na guitarra-camiseta. Frente ao computador, a máquina lê a estampa da guitarra como um código que possibilita o som. O projeto foi vencedor do prêmio SXSW Accelerator no Texas.

Ensino da música já testado com a Realidade Aumentada

Não a toa, foi por conta do ensino da musical que o estudante gaúcho Lucas Sperb , 18 anos, foi um dos oito mil escolhidos da Google dentre centenas de milhares de inscrições no mundo para ter em primeira mão o óculos futurista de Realidade Aumentada.

Para ganhar o direito de ser um dos primeiros a experimentar o aparelho, Lucas desenvolveu um aplicativo que roda a partir da para plataforma Android, chamado de Smart Tab.

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O Smart Tab são “tablaturas inteligentes” onde o usuário de um gadget (um óculos como o Google Glass) enxerga tanto a letra da Música escolhida passando aos olhos como as notas que devem ser tocadas. Perfeito para quem está começando a tocar violão ou guitarra. Lucas Sperb pensou na ideia no último dia para as inscrições do projeto “If I Had Glass”, em 31 de março de 2013.

“Vi meu violão estirado na cama e, como não toco muito bem, imaginei esse aplicativo”. Mesmo sendo da Biomedicina, Sperb disse que sempre se interessou pela área tecnológica. “Sou o legítimo ‘nerd’”, disse em entrevista.

Outra funcionalidade para o ensino e aprendizagem da Música em Realidade Aumentada e já testada partiu de uma professora de violino chamada Mei Ohara que gravou sua aula usando a câmera do Google Glass.

Mais uma função prometida pelos dispositivos de Realidade Aumentada é um sistema de vibração que vai induzir a música no tímpano. Um elemento vibratório que proporcionará áudio ao usuário pelo contato com a sua cabeça, um sistema de condução através do osso humano. Ou seja, a música será “tocada” diretamente na cabeça do utilizador.

Quem também brincou de testar a Realidade Aumentada foi a Intel em parceria com a revista musical Rolling Stones ainda em 2010. Anúncios impressos continham códigos que mostrados à câmera do computador se transformavam em dois instrumentos, guitarra e um mixer, e a pessoa podia tocá-los direto do papel.

Mais possibilidades se encontram no aplicativo Blippar, que utiliza embalagens reais de produtos para trazer conteúdo especializado da marca. Veja como é interessante o funcionamento desse app:

E você? Vai se adaptar a esse mix de realidade e tecnologia?

Depois dessa leitura, o futuro da educação musical parece não dar mais espaço para muitas coisas tradicionais. Essas tecnologias disruptivas se assemelham a quando a guitarra elétrica surgiu, muita gente resistiu mas ela penetrou no cenário musical de forma a nunca mais sair. Será que essas tecnologias estão no mesmo caminho?

Hora de nos adaptarmos, assim como os músicos já estão acostumados à se virar diante de mudanças. Aproveite tudo isso para espalhar o conhecimento musical e trazer novas oportunidades para seu trabalho com a música.

Nos vemos em breve.

Dan Souza é CMO, Relações Artísticas, fissurado em tecnologia e música, além de baixista nas horas vagas e apaixonado por Publicidade, Propaganda, Literatura e Filosofia. Formado em Marketing pela UNINOVE/SP, faz parte, desde 2013, da equipe de Marketing SANTO ANGELO.




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