Manutenção de Baixos: faça você mesmo

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Olá pessoal, tudo “grave”?

Falamos bastante das guitarras em nossas mídias sociais, aqui no blog e em muitos eventos que participamos.

Porém, seria um erro colossal de nossa parte não falar dos baixistas, aqueles que sofrem bullying o tempo todo (inclusive esse humilde músico que vos escreve), mas que, se não estivéssemos lá para dar o suporte, faríamos uma falta e tanto (já falamos sobre isso em um post anterior).

E para prestigiar essa “low class” que é indispensável para qualquer banda, deixo, na sequência do post anterior sobre guitarras, as dicas revisadas para uma regulagem básica dos baixos (em adição ao nosso ebook “Só para Baixistas).

Estar preparado para uma regulagem rápida não faz mal a ninguém, certo?

Assim como já disse aos guitarristas, seria muito bom se os baixistas soubessem regular bem seus instrumentos para não passarem por eventuais apuros quando estiverem em algum lugar sem acesso fácil a um bom luthier.

E pela “Lei de Murphy”, esta situação certamente acontecerá quando você estiver prestes a entrar no palco para tocar no show da sua vida. Duvida?

Por isso chamamos novamente os posts anteriores do Dr. Alexandre Berni e que, devidamente atualizados pelo Renato Moikano , trazem muitas dicas para enfrentar esses dias tão difíceis de queda no nosso poder de compra.

Vamos lá?

Olá, aqui é o Renato Moikano e mais uma vez estou aqui para ajuda-los, sem me esquecer de agradecer à equipe da SANTO ANGELO pela oportunidade.

Sugiro que leiam o meu post anterior sobre manutenção de guitarras porque as ferramentas para a regulagem são as mesmas que relacionei para quem deseja fazer por si mesmo essas pequenas regulagens e manutenção do Baixo.

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Vale lembrar que ferramentas de boa qualidade são fundamentais neste processo porque, caso contrário, além de não conseguir o resultado desejado no ajuste, você ainda poderá danificar, sem querer, o seu tão querido instrumento musical.

E por falar em danificar seu instrumento, só siga adiante se estiver seguro de que consegue fazer. Se não estiver, procure a ajuda de um bom luthier conhecido, combinado?

Limpeza – A limpeza, na regulagem simples, consiste em usarmos algum produto a base de extrato de limão, hoje, mais fáceis de encontrar no mercado nacional.

É o ideal para as escalas escuras (tipo Rosewood) porque além do perfume característico, também hidrata e não engordura como as soluções caseiras com óleos de cozinha ou azeites com suco de limão.

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Nas escalas claras, envernizadas, pode ser usado o mesmo produto utilizado para limpar o corpo do instrumento.

Muitos músicos usam palha de aço para limpar os trates e lhes devolver o brilho. Apesar de comum, recomendo uma esponja abrasiva que traz ótimos resultados sem o resíduo ingrato que a palha de aço deixa no instrumento e no meio ambiente.

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E para finalizar, utilize uma flanela ou algodão embebidos em produtos encontrados nas lojas de instrumentos musicais, arrematando com uma flanela ou algodão seco para tirar o excesso.

Ajuste do tensor – Após efetuar a limpeza e a troca das cordas, inicie o ajuste pressionando a primeira e a última casa do braço do baixo com o dedo, ou ainda, usando um capotraste em uma delas. Dessa forma, a corda do baixo vai se tornar uma régua precisa para se avaliar o alívio do braço.

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Esse alívio é medido na metade da distância entra a primeira e a ultima casa da escala, ou seja, por volta do 7o traste. A altura entre a corda e esse traste vai definir um alívio maior ou menor. Uma boa forma caseira de medi-lo é utilizando um cartão de crédito e um cartão de visitas.

Os baixistas que gostam de uma ação mais alta, a melhor regulagem recomenda que o cartão de crédito deve passar com facilidade no espaço entre a corda e o traste. Quem prefere uma ação mais baixa deve ajustar o tensor até que a distância fique justa para um cartão de visitas.

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Para “folgar” o tensor e mover o braço no sentido da tensão das cordas, você deve girá-lo no sentido anti-horário com a chave Allen (a maior).

Por outro lado, para apertar o tensor e mover o braço no sentido contrario ao da tensão das cordas, você deverá girá-lo no sentido horário.

Evite movimento excessivo da madeira através de ajustes bruscos: gire lentamente a chave cerca de ¼ de volta de cada vez. Sempre mantenha o instrumento afinado durante esta regulagem do tensor, para que a tensão adequada esteja sendo exercida ao braço do instrumento.

Ponte – O ajuste da ponte é complementar ao alívio do braço. Além de controlar também a altura da ação das cordas, é essa regulagem que vai garantir a curvatura das cordas em relação ao raio da escala.

Na regulagem de ponte usamos a chave Allen e sempre é feita por tentativas (apesar de existirem instrumentos e métodos para tal). É o famoso “olhômetro”. Recomendamos que você toque algumas frases para sentir o braço e a “pegada”.

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No contrabaixo, devido ao calibre das cordas, nós regulamos a ponte de tal maneira que as cordas fiquem o mais baixo possível dos trastes, mas sem trastejamento excessivo. O ideal seria um leve trastejamento que escutamos ao tocar, mas que não seja audível através do amplificador.

Oitavas – Para fazer o ajuste das oitavas, você deve usar um bom afinador (de preferência um da SANTO ANGELO). Toque a corda solta e depois pressionando a 12ª casa, ambas devem bater exatamente a mesma nota no afinador.

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Se a afinação da 12ª casa estiver com mais alta que a corda solta (ponteiro passando da nota), você deverá apertar o parafuso do carrinho (Saddle, já falamos deles), se estiver mais baixa, você deverá “folgar” o parafuso.

Um bom método também é usar os harmônicos da corda para conferir a o oitavamento, principalmente os do 7o E 19o trastes.

Altura dos captadores – O captador da ponte deve ficar um pouco mais alto que o captador do braço. Geralmente deixamos o polo do captador que recebe a vibração da corda Sol um pouco mais elevado.

O importante é ouvir os volumes que apresentam as cordas, pois, conforme o caso, distanciaremos ou aproximaremos os captadores para equilíbrio do som.

Os manuais de regulagem sempre aconselham 4mm a altura entre as cordas e os captadores, entretanto já ouvimos resultados ótimos com maior ou menos distância.

A altura ideal será determinada pelo seu gosto pessoal e timbre que desejar atingir.

Mais uma vez esperamos ter agregado conhecimento a todos, independente do instrumento que toquem. Caso tenham dúvidas ou comentários sobre o post, entrem em contato conosco pelas mídias sociais da SANTO ANGELO.

E fiquem sempre ligados que traremos informações úteis, tanto para a carreira musical como para manutenção do seu instrumento musical.

Um abraço!

Alexandre A. Berni é cirurgião geral, músico, produtor musical e apaixonado por guitarras. Escreve regularmente para o blog Santo Angelo com o pseudônimo de Dr. Santo Angelo.

Dan Souza é Relações Artísticas, Baixista e fissurado em tecnologia e música, além disso, é apaixonado por Publicidade, Propaganda, Literatura e Filosofia. Formado em Marketing pela Uninove/SP, atualmente é CMO da equipe de Marketing da Santo Angelo.

Renato Moikano é jornalista de formação e hoje é proprietário da Major Tone Guitars. Apaixonou-se pelo ofício no começo dos anos 90 quando comprou sua primeira guitarra e hoje se dedica full-time à luthieria.

 




5 comentários em “Manutenção de Baixos: faça você mesmo

  • 23 de março de 2013 em 9:03 PM
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    estou regulando o tensor qual seria a altura perfeita pra deixar as cordar do baixo?

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    • 25 de março de 2013 em 9:24 AM
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      A altura é a gosto Mateus, mas recomendo não deixar exagerado, nem na altura, nem muito frouxa. Abraços 😉

      Resposta
  • 1 de setembro de 2013 em 9:03 AM
    Permalink

    Quando Regulei as minhas guitarras usei óleo mineral e não ficou engordurado.

    Resposta

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