Music Business: os desafios de carreira de DJ

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Olá pessoal, tudo tranquilo?

Se tem alguém que te incentiva a viver da Música, sem cobrar nada por isso, sem dúvida somos nós da SANTO ANGELO aqui no blog.

Clicando na seção “Empreendedorismo” ou buscando por “Music Business”, você encontrará dezenas de sugestões para criar uma carreira bacana dentro da economia criativa, a única que ficará a salvo da “inteligência artificial” que despontará nos próximos anos.

Em honra desse nosso compromisso, hoje falaremos sobre os Disc Jockeys ou DJ´s, uma profissão que fascina e encanta muitas pessoas ao redor do mundo.

Atrás de todos aqueles equipamentos e pick-ups, com a música acelerada, geralmente homens e mulheres DJ´s são vistos pela maioria como descolados e bem relacionados.

 Mas, afinal, DJ´s são talentos natos ou podem ser formados?

Como sempre alertamos, não existe almoço grátis, ou seja, essa profissão exige a difícil tarefa de dominar técnicas e deixar a galera sempre em movimento e vibrante.

Além disso, é preciso saber interpretar o ambiente e o público, escolher a “track” certa, traçar um roteiro, estabelecer sintonia, mixar com exatidão e personalidade, ou seja, ser bem criativo.

Enfim, compreender (e até antecipar) as tendências, entender o público e proporcionar a todos uma energia insuperável.

Ser DJ é algo muito além de conhecer Música: assim como tocar instrumentos musicais, utilizando as técnicas específicas, é preciso envolver sentimentos, amor à profissão e a dedicação em oferecer sempre o melhor.

Por isso, para nos contar sobre os “macetes” da área, convidamos 2 profissionais: o DJ Rogério Fergam, que também atua como professor na formação de outros DJ´s e a Renata Scarpin, sócia proprietária da empresa DJ Vitrine.

Ambos dividirão suas experiências com a gente, de maneira que todos possamos evoluir juntos na Música.

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SANTO ANGELO: Quem é o Rogério Fergam?

ROGÉRIO FERGAM: Sou cantor, compositor e hoje também professor de DJ. Tenho banda de rock/pop que toca nas noites de São Paulo e uma banda de música própria que mistura heavy metal com música eletrônica.

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SA: Em qual instituição você leciona (ou particular)?

RF: Leciono no Studio Leo Casagrande que fica na Zona Norte de São Paulo que vocês conferem mais detalhes nesse link.

SA: Qual é a grade curricular de um curso de DJ?

RF: Tentamos fazer um curso completo que ensina desde o início. A pessoa pode começar sem saber o que é um CDJ que isso não é um obstáculo para as aulas.

O curso é profissionalizante e focado em música eletrônica, mas as técnicas e o conhecimento nos equipamentos acabam servindo para todos os tipos de DJ, seja corporativo ou para clubs.

Portanto, para fazer o curso não precisa de nada além de amor pela Música.

SANTO ANGELO: E quem é a Renata Scarpi?

RENATA SCARPI: Eu sou DJ há pelo menos 10 anos. Comecei estudando Hip Hop e performances em vinil com 14 anos e desde então venho me aperfeiçoando para ampliar o conhecimento na área.

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Hoje estou mais voltada para música eletrônica, mas ainda tenho muita paixão por RAP e Hip Hop. Atualmente estudo produção (uma área muito mais ampla) e tudo que envolve a criação de música e timbres para o estilo.

SA: Rogério, já que a profissão está aberta a todos os gêneros, como mostrou a Renata, quais são as competências comportamentais e técnicas necessárias para ser um DJ de sucesso? Atualização é importante?

RF: Acima de qualquer coisa, o DJ, seja homem ou mulher, precisa ter a percepção do ambiente, o feeling da pista! Colocar a música certa na hora certa é primordial.

Vejo as pessoas muito mais focadas na aparência, claro, estar bem vestido, ter carisma é muito importante também, mas saber realmente o que está fazendo é, sem dúvidas, essencial para o sucesso na área.

A constante atualização eu considero importantíssima! Estamos falando de música eletrônica que é quase sinônimo de tecnologia.

A cada dia as grandes empresas lançam equipamentos novos com funções modernas e se ficar parado, fica para trás. Vejo uma galera ainda tocando com CD, por exemplo, e acho bem estranho isso.

Claro que, o primordial sendo garantido, ou seja, a percepção que falei anteriormente, não há problemas em não usar novas tecnologias, mas você não usa nem metade das funções do equipamento, seria o mesmo que eu preferir mandar carta ao invés de usar o whatsapp.

Funciona, mas não faz sentido a dificuldade.

SA: Já que você está bem no quesito aparência (risos) Renata, quais outros motivos te levaram a escolher a profissão de DJ?

RS: Acredito que o clichê “amo música” é muito pequeno perto do que sempre senti. Lembro que vi um DJ pela primeira vez, ainda pequena, em uma festa e o fato de uma única pessoa a ter o poder de fazer uma multidão entrar em êxtase é, no mínimo, mágico.

 Assim como um grupo de músicos acho que o DJ tem a responsabilidade de manter o seu público se divertindo. Isso sempre me fascinou!

SA: Rogério, voltando ao tema de educação, em sua opinião, as escolas estão formando bons profissionais?

RF: Acredito que as escolas dão o seu melhor. O problema é que algumas pessoas procuram o curso para: tentar relaxar, esquecer do trabalho, esposa, filhos, dar uma desencanada.

Acabam percebendo que o “buraco é bem mais embaixo” e não se dedicam o suficiente. Aprender essa arte é como tocar violão, se não se dedicar não vai conseguir muita coisa.

SA: Acredita que o ensino online em plataformas gratuitas como o YouTube contribui para um mercado mais diverso e competitivo?

RF: Depende, existe muita informação na internet, isso ajuda quando se tem um mínimo de conhecimento para se organizar e souber o que precisa aprender.

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Quando se está muito no começo tudo acaba ficando mais turvo, muita informação, mas pouco aprendizado. Fica meio bagunçado aprender sem ter uma ordem ou sequencia para os assuntos, entende?

Isso sem falar nas pessoas que tem o conhecimento duvidoso e tentam passar ele adiante.

Os cursos organizados ajudam a fazer um começo, meio e fim, deixando a coisa mais organizada e dinâmica para quem está no início. Para quem tem um conhecimento mais avançado, existe realmente muita informação legal na internet.

SA: Concorda, Renata? E qual foi o caminho que você tomou para se tornar uma DJ?

RS: Concordo: Estudo e dedicação são fundamentais! Infelizmente tem uma galera que pensa que o DJ é o cara que simplesmente aperta o play. Sempre existiu muita coisa envolvida e atualmente o “buraco ficou bem mais em baixo”, como disse o Rogério (risos) com os DJ´s tendo a responsabilidade de criar as músicas que tocam.

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Claro que o DJ clássico (toca vários estilos) ainda precisa ter a experiência de saber o momento exato e a música certa. Sempre tentei ampliar o conhecimento de todos os lados e isso exige disciplina, organização (a parte mais difícil em meu caso… risos) e tempo.

SA: Rogério, quais equipamentos/ investimento são necessários para iniciar nos estudos de DJ?

RF: Se eu fizer uma analogia com carro, eu diria que você pode comprar de um Fusca até uma Ferrari. A escola que leciono já possui a quantidade necessária de equipamentos para o estudante, sendo assim ele não precisa comprar nada necessariamente.

Caso, após o curso, ele queira ter o próprio equipamento, nós damos dicas do que se encaixa no gosto e no bolso de cada um.

SA: Em sua opinião, Rogério, a tecnologia (hardware e software) é uma aliada no trabalho dos profissionais ou apenas uma distração?

RF: Sempre aliada! A tecnologia veio para somar, o que as pessoas não enxergam é que existe sim o cara preguiçoso que vai quer usar disso para fazer menos.

Isso não quer dizer que a modernidade seja uma coisa ruim e sim a forma ao qual ela está sendo aplicada.

Um bom exemplo disso é a função SYNC nos novos CDJs (função que sincroniza automaticamente uma música na outra). Há muito preconceito em volta disso no mercado: dizem que o DJ que toca com SYNC não é DJ.

O fato é que hoje em dia com a gama de possibilidades que um sistema de DJ te dá em relação à criatividade, desde efeitos a STEMS (músicas abertas e separadas em naipes: bateria, baixos, vocais etc.),

Abre novas formas de tocar, onde o fato de sincronizar uma música na outra não seja mais o foco.

Claro que existe o DJ performático do vinil, o DJ Live, que toca instrumentos e faz um mix de tudo, o cara dos controladores, o do corporativo que toca todos os estilos imagináveis.

Cada um tem um foco, mas independentes disso, todos podem usar de novas tecnologias para ampliar o conhecimento e principalmente, a criatividade.

SA: E você Renata, o que considera fundamental para se destacar na área?

RS: Saber o que está fazendo! Não digo só com relação aos equipamentos e à tecnologia atual, mas também com relação às bandas e estilos musicais. Ou seja, saber a diferença entre um Deep House e um EDM é o básico.

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O momento em que você é responsável pelo sucesso de uma festa, balada ou evento, exige que tenha não só o conhecimento das músicas, mas o feeling de perceber o que fará todos se divertirem.

SA: Você já passou por alguma situação embaraçosa por ser uma DJ Mulher? Acredita que o mercado é patriarcal e machista?

RS: Algumas!! (risos) Fui tocar em uma festa uma vez onde só tinham homens. Foi bem complicado, não via a hora de ir embora.

O mercado ainda é bem machista. Infelizmente, as mulheres são julgadas como se não soubessem tocar e alguns organizadores acham que podem pagar menos ou, pior ainda, tentam tirar proveito da situação para tentar algo a mais, se é que me entendem.

O fato de estar em um relacionamento sério já me tirou de muitas oportunidades e conheço DJ´s que aceitam esse tipo de negociação, como se fosse uma forma extra de programa pós show.

SA: Quais foram os desafios que você, Renata, enfrentou para chegar até aqui?

RS: O principal desafio é esse citado na pergunta anterior: a mulher DJ tem quase que fazer tudo em dobro para compensar esse cenário ainda bem machista.

SA: Alem dessa questão de gênero, Renata, você acha que o mercado de DJ’s é muito restrito (com muitas barreiras de entrada) ou está em expansão e facilitação de novos entrantes?

RS: Assim como tudo no Brasil, a coisa funciona pela “politicagem” ou, como vocês dizem ai no blog: pelo Networking. O amigo indica para outro amigo e, às vezes, a troca de interesses comanda.

Isso deixa sim o mercado bem restrito. Não basta saber fazer ou ter experiência, tem que saber se relacionar profissionalmente, separando quem é quem nesse ramo, sem “puxar o saco” de ninguém.

O mercado atualmente está em expansão mais para o lado corporativo.

O DJ da noite tem quase a obrigação de escrever, gravar, mixar e masterizar as próprias músicas para ser reconhecido e ter um “público” fiel. Falando diretamente: ou o profissional faz isso ou opta pelo caminho mais curto do “puxassaquismos” e “politicagens” já falados aqui.

Parece desanimador, mas infelizmente é a realidade.

SA: Para finalizar, qual mensagem você, Rogério, deixa para quem deseja ingressar e seguir a carreira de DJ?

RF: Escolha um caminho e foque nele. Não fique preso a preconceitos de fulano que é mais frustrado do que DJ. Ouse, crie, tente, erre, reinicie. Sempre!

Música em primeiro lugar, mas cuidado para não ficar preso na imagem como muitos fazem hoje, tiram a melhor foto para o Facebook, mas na hora de tocar a coisa não acontece.

SA: E você, Renata, qual mensagem você deixa para quem almeja seguir a carreira de DJ?

RS: Estude! Não só para DJ, mas tente expandir o conhecimento, estudando música (algum instrumento), fazendo cursos de áudio e, principalmente: não tenha preconceitos, escute música!

Não há nenhum equipamento melhor do que os seus ouvidos!

Por fim, desejo muita sorte e boas oportunidades a todos.

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Obrigada Renata Scarpi e Rogério Fergam por dividirem conosco suas trajetórias profissionais e por serem exemplo e inspiração para homens e mulheres que almejam viver profissionalmente de música.

Desejamos ainda mais reconhecimento e sucesso nas carreiras de vocês!

Para quem se interessou, lembramos que existem vários outros cursos espalhados pelo Brasil que ajudam a dar os primeiros passos. Mas, se tiverem qualquer dúvida sobre o tema, procurem comentar aqui no blog ou nas redes sociais da SANTO ANGELO que procuraremos ajudar.

Abraços e até a próxima!

Lygia Teles, é Relações Públicas e pós-graduanda em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP. Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da SANTO ANGELO.




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