O setup diferenciado do timbre André Nieri

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Olá amigos leitores do blog da SANTO ANGELO.

Retornando ao blog depois dos meus posts sobre setup, que vocês podem relembrar aqui e aqui vou trazer agora uma série de matérias que devem matar a curiosidade de muitos dos nossos leitores: como alguns guitarristas conseguem o excepcional timbre que vinculam a seus nomes.

Na série que começo desenvolvendo hoje, conversaremos sobre cada conceito e influências de grandes guitarristas brasileiros na hora da escolha dos equipamentos e em cada detalhe que compõem seus timbres incomparáveis.

Sabemos que a literatura sobre os setups internacionais é grande. Sabemos também que nosso país exporta talentos para o mundo, incluindo cabos SANTO ANGELO na bagagem de muitos deles.

Ou seja, temos nomes gigantes que as vezes não valorizamos devidamente e, por isso, meu trabalho é trazê-los à vocês.

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Não poderíamos começar melhor do que explicando o timbre do brasileiro André Nieri, que ganhou notoriedade em um dos concursos promovidos pela SANTO ANGELO e hoje integra a banda de Virgil Donati, que você conhece mais clicando aqui.

Quer saber mais sobre o Concurso Vintage Times no qual André se destacou em 2011? Então, tire alguns minutos da sua leitura e assista o vídeo oficial dessa apresentação:

Falando de forma resumida sobre a trajetória musical do André, lembro que logo aos nove anos ele já dava seus passos na Musica. Influenciado pelo Rock and Roll, o som das guitarras não parou desde que foram apresentados um ao outro.

Até aí, nada muito diferente de cada um de nós, não é?

Após alguns anos, através de um professor de sua cidade natal, teve os primeiros contatos com o estudo da musica brasileira, foi então que a técnica cada vez mais foi sendo aprimorada. Com o passar de cada ano, o resultado já demonstrava um guitarrista muito promissor.

Todo conhecimento adquirido ao estudar no conservatório Carlos de Campos em Tatuí/SP, aliado a experiência que a “noite” lhe proporcionava em seus trabalhos, sem dúvida alguma foram fatores determinantes na criação da sua identidade musical.

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No entanto, o setup que André utiliza é pequeno e cheio de truques.

Anote os instrumento e equipamentos atualmente utilizados pelo músico:

Guitarras: endorser da fabricante norte-americana Suhr, André utiliza uma Signature Nieri Specs Suhr modern 7 cordas, um modelo Satin e outro Tele.

Amplificadores: também endorser Bogner, ele modelos Shiva EL34 e Ecstasy 20th.

Pedais: Bogner Ecstasy Red e Harlow Compressor, Eventide H9 Harmonist, MXR Micro Flanger, TC Elecronic Flashback Delay, TC electronic Polytune e Suhr Shiba Drive.

Cabos: SANTO ANGELO SSPL (Linha Premium), AC 22 (Linha Standard) e Kit VC POD para o pedalboard. Cabo Shogun L (Linha Premium) da guitarra para o pedalboard e cabo High-End Rock do pedalboard para o amplificador. Relembre a opinião do André sobre a SANTO ANGELO nesse post de 2013.

O funcionamento de cada pedal.

Para entendermos como André usa seu set, vamos analisar cada situação de atuação, focando principalmente em 2 tipos de show. O primeiro em que ele pode utilizar seu próprio amplificador e a outra em que ele usa outros amplificadores, mas com todos seus pedais a disposição.

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O uso do amplificador.

Geralmente vemos o André usando seus Bogner Ecstasy em workshops e masterclasses que realiza, tendo a possiblidade de levar seu head.

Nesse caso o uso dos drives vem direto dos canais Blue (azul) e Red (vermelho) do amplificador.

Notaremos o Compressor, Booster (Shiba Drive) e afinador ligados diretamente na frente do amplificador e os efeitos (H9, Flashback Delay, MXR Micro Flanger) ligados ao loop de efeito do amplificador.

Dessa forma é possível utilizar todos os recursos do amplificador combinados aos efeitos interagindo entre si, perfeitamente.

Temos nesse caso o uso do compressor para acentuar as notas no fingerstyle ou até mesmo “empurrar” drives mais leves. O Shiba Drive exerce uma função de boost de ganho tanto para o clean como para qualquer um dos outros drives.

O H9 realizando a função de efeitos como Reverb, alguns tipos de Delay, Chorus, etc. Para algumas propostas, é possível notar o uso do Flanger, funcionando como uma alternativa muito interessante no lugar de um provável Chorus.

O delay TC Electronic Flashback atuando geralmente no modo 2290, como uma simulação do lendário rack de mesmo nome, tão cobiçado pelos guitarristas ao redor do mundo.

O uso dos pedais sem amplificador.

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Nesse caso mais rápido, temos todos os pedais em uma cadeia de efeitos, ligados diretamente ao pré de outro amplificador como, por exemplo, um Marshall JCM900. Essa situação é comum em workshops onde, por outras razões, fica inviável levar os amplificadores ou heads mencionados.

Nesse cenário temos o drive do amplificador Ecstasy dentro do Bogner Ecstasy Red, um pedal que com uma dinâmica incrível que permite um corte de drives com dinâmicas de amplificador no próprio volume da guitarra. Usamos, nesse tipo de pedal, uma expressão muito comum que é a “Amp Feel” (sensação de amplificador).

A ordem de pedais composta por afinador, compressor, Shiba Drive, Ecstasy Red, Micro Flanger, H9 e Flashback Delay. O uso de cada pedal se aplica da mesma forma como no amplificador, mas agora temos o drive do amplificador apenas no Ecstasy Red Pedal.

Um detalhe extremamente fundamental de todo set é o fato que o André usa apenas os cabos da SANTO ANGELO, com bitolas específicas para o seu som os quais possa confiar. O cabo Shogun está sempre presente nos equipamentos. Também os utiliza nas conexões entre pedais e no head e caixa. Qualidade absoluta se faz presente em todos os momentos.

Gostaria, sem dúvida, de agradecer ao meu grande amigo André Nieri pela paciência em meio a toda correria de uma viajem e outra, cedendo seu tempo na explicação de cada detalhe dessa matéria, para que o leitor possa conhecer seus segredos e  sempre aprender um pouco mais!

Obrigado como sempre a SANTO ANGELO pelo espaço e a confiança no meu trabalho, trazendo a todos os melhores caminhos para desvendarmos e aprendermos esse universo tão maravilhoso do setup de guitarras!

O conhecimento só é bom quando passado adiante”.

Até a próxima.

Éric Paulussi é guitarrista profissional há 10 anos. Atua também como sideman, coordenador e professor de Setup de instrumento nas licenciadas do EM&T do interior de São Paulo. Endorsee de marcas nacionais e internacionais, Éric desenvolve workshops passando conhecimentos sobre assuntos envolvendo guitarra e tecnologia.  




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