PJ: UMA LONGA CAMINHADA

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Olá pessoal, tudo bem?

 Disse Lao-Tsé (filósofo e escritor chinês, a quem é atribuída a obra “Tao Te Ching – marco do Taoísmo filosófico): “ uma longa caminhada começa com o primeiro passo”.

Se você leu nosso post anterior sobre música e previdência social  e tomou a decisão de se tornar um MEI, decidido a trabalhar por conta própria e oferecer serviços musicais como Pessoa Jurídica, considere-se em marcha para um dia, se tudo dar certo, ser uma grande empresa.

Claro que essa primeira decisão vai abrir-lhe muitas portas, pelo simples fato de ser visto pelos contratantes com outros olhos, além de os deixarem mais tranquilos por tratar com um profissional autônomo.

Claro que eles também economizarão em impostos e encargos sociais, uma vez que não precisarão lidar com os custos de contratação e manutenção de um empregado no regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Por outro lado, você também estará livre de aturar um patrão exigente e seguir atrás dos seus próprios interesses e horários.

Só que essa independência também implica em novas responsabilidades e assim chegou a hora de dar os próximos passos: ser triplamente organizado e separar as contas.

Você já deve ter percebido que o post de hoje vai se debruçar nisso: organização da sua Pessoa Jurídica, ou PJ para simplificar.

Antes de qualquer coisa, você sabe o que é um Fluxo de Caixa?

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Podemos dizer que o Fluxo de Caixa é uma ferramenta de controle.

Todo o dinheiro que entra e sai de sua PJ em certo período (normalmente, por mês) deve estar ali relacionado, mais ou menos como dissemos para você fazer com seu controle financeiro pessoal, lembra?

Não? Então clique aqui para lembrar.

Com uma boa planilha de Fluxo de Caixa, você tem noção do que deve, do que tem a receber e o seu saldo na conta da PJ. Com essas informações, conseguirá fazer previsões para os períodos futuros.

Caso o saldo (receitas menos despesas) esteja positivo, maravilha, você conseguirá pagar tudo o que se comprometeu e ainda saberá quanto sobrou no Caixa.

Mas se estiver vermelho, sinal de que sua PJ está gastando mais do que pode.

Já viu isso acontecer, não é mesmo? Que tal imaginar que você está agora sob o regime de uma “PEC do Teto” para começar bem a sua PJ?

Como já vimos, o Excel é a ferramenta mais simples para se utilizar em uma planilha de Fluxo de Caixa e para não inventar a roda, disponibilizamos um arquivo do nosso parceiro portal Financeiro Amigo.

É um modelo bem simples, mas que poderá te ajudar no começo de sua empreitada. Lembrando que mais detalhamento e anotações constantes conforme sua PJ for se desenvolvendo, serão bem vindas para a planilha ficar cada vez mais completa e funcionar como uma boa ferramenta de gestão.

Agora que você já sabe o “esquema” dessa planilha, vamos dar mais alguns passos e começar o verdadeiro desafio e não são todos os empreendedores que conseguem superá-lo.

Estamos falando do monstro da “bagunça financeira”. 

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“Mas quem é essa aberração que espreita embaixo das mesas de escritórios ou home offices?” você pode estar se perguntando.

Esse “ser bizarro” cresce e se nutre quando se confundem as contas pessoais com as profissionais.

Pode ser pedindo ao “seu roadie” (contratado por que você é um MEI) para pagar a conta de água da sua casa no banco (o tempo dele é pago pela empresa, certo?) ou pegando um dinheiro da jarra de moedas em cima da sua geladeira para comprar material para seu escritório.

Saiba que essa “besta” pode matar o seu pequeno negócio. Ela não tem piedade.

Mas existem formas de se proteger da devastação que ela pode causar. E uma das mais importantes é a sagrada Organização.

Pense da seguinte forma antes de agir: esse serviço é para a minha PJ ou para mim, como Pessoa Física?

Se você conseguir dividir seus gastos e recebimentos fazendo essa pergunta, já é um grande passo.

 Adiante, no texto, faremos um pequeno teste com você.

Deixe em casa o que é de casa: Quem está começando no mundo corporativo sempre se dedica muito para que o negócio prospere (como exemplo, um produtor que dorme no estúdio para realizar o máximo possível dos trabalhos).

Nesse momento, as contas pessoais podem começar a se misturar. Tome cuidado e mantenha sempre tudo bem separado.

Empresa não é casamento para ter conta compartilhada: Vá até o seu banco e abra 2 contas: uma para a sua empresa e outra para você.

Essa atitude já te garante um pouco de tranquilidade na hora de receber os serviços prestados ou pagar as contas.

Use o cartão certo para a destinação certa. Além disso, com histórico bancário mais “saudável” sua pequena PJ pode até pedir financiamento a juros menores que os praticados pelo mercado. Duvida?

Seja “Bro” do seu gerente: Aproveitando que você abriu outra conta para a sua empresa, converse com seu gerente da conta empresarial.

Alguns bancos oferecem produtos bem interessantes para os empreendedores, como um crédito com taxas diferenciadas ou facilidade em alguns serviços (peça cartões de conta com cores diferentes para não se confundir com o seu pessoal e passar um fogão para a sua casa no cartão de crédito da empresa).

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O caixa da empresa não é um pote de ouro infinito: Tente se programar para retirar o seu pro-labore (que é o “salário” do empreendedor).

Não faça retiradas como se ele não fosse acabar nunca.

Pense dessa forma: “se eu contratasse um profissional para fazer o que eu faço quanto pagaria para ele?” e ai você define quanto tirará por mês.

Outro ponto interessante é definir uma data, como se fosse o dia do seu pagamento (adiantamento dia 20 e salário dia 5), assim seu controle fica melhor ainda.

Se precisar de dinheiro extra, reponha o “empréstimo” no mês seguinte sem falta. Lembrando que o saldo positivo não deve ser retirado de uma vez só, considere que,  para a PJ crescer, ela precisará de investimentos (então, não deixe o caixa “elas por elas”).

 Help! I need somebody, help!”: Citando a música dos Beatles, se você não se sentir seguro em fazer esse controle de finanças no primeiro momento, procure ajuda de um especialista.

O detalhe é não deixar para depois: peça ajuda o mais rápido possível para um bom profissional de Contabilidade.

Softwares de gestão, para PC ou celulares, podem também ajudar muito nessa tarefa ou faça também cursos de finanças porque nunca é demais aprender algo novo (mesmo que os números te deem medo).

O porta Sebrae tem vários cursos gratuitos nessa área e você pode até usar o portal “Financeiro Amigo” ou o Conta Azul  para fazer esses cursos online.

Isso não vale só para a área financeira, mas também para marketing, logística, praticas trabalhistas e outros temas ligados ao empreendedorismo.

Pesquise sempre: Não compre o equipamento que você precisa na primeira loja (por impulso, lembra-se do que falamos sobre consumismo? Está bem, clique aqui para relembrar).

Pesquise em vários lugares, físicos ou online, para que você economize e ajude seu fluxo de caixa a ficar de um azul mais bonito.

Isso tudo parece ser bem básico, mas os primeiros passos na direção correta nem sempre são fáceis de dar.

Exige muito controle (emocional principalmente na parte dos músicos, para não comprar aquela guitarra assim que bater o olho nela) e organização de minúcias (já ouviram dizer que o segredo está nos detalhes, né?).

Seguindo essa fórmula, sua PJ tem tudo para dar certo e, em um momento oportuno, se expandir. Mas isso é tema para outro post, combinado?

Agora um teste simples com 8 questões, para ver se consegue separar o que é da PJ e o que é pessoal. Vamos lá?

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E ai? Difícil?

Esperamos que tenha aprendido mais um conhecimento importante na longa jornada que o levará à realização de grandes sonhos como músico empreendedor e dono das suas próprias ações.

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Quer aprender sobre novas formas para abrir o seu negócio? Confira no próximo post!

Abraços e sucesso sempre!

Dan Souza é Relações Artísticas, Baixista e fissurado em tecnologia e música, além disso, é apaixonado por Publicidade, Propaganda, Literatura e Filosofia. Formado em Marketing pela UNINOVE/SP, atualmente é CMO da equipe de Marketing da Santo Angelo.

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