Tarraxas: a hora do aperto

2016-04-22 - FB

A busca pelo timbre, na minha opinião, nunca deve parar para o guitarristas a credito que todos devemos sempre procurar novos equipamentos, seja testando, comprando, trocando, barganhando…, enfim, tudo para termos a nossa própria opinião. Tudo bem com a opinião de endorsers respeitados, como os da SANTO ANGELO, mas nada substitui o nosso “ouvido” e o nosso gosto pessoal. Vocês podem me perguntar por que estou dizendo isso? Porque cada vez que pudermos colocar acessórios de boa qualidade em nosso querido instrumento, seja ele de qual custo for, estaremos a caminho de construir um melhor timbre e melhor, mantendo-o por mais tempo. É neste ponto que as tarraxas participam do timbre. Como assim?

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Vamos explicar melhor esse assunto.

As tarraxas podem ser basicamente de duas formas: as chamadas em linha (6), uma ao lado da outra, como nos modelos Stratocasters e as (3 + 3), ou seja, três em cada lado do headstock do instrumento. Podem ser blindadas, semi-blindadas ou abertas como categorias principais. As blindadas, além da construção mais resistente, são totalmente fechadas, o que impede a entrada de sujeira, que poderiam engripar o funcionamento das engrenagens. As tarraxas semi-bilindadas são aquelas que conseguimos desmontá-las e expor suas engrenagens. Já as abertas, tem todas as engrenagens expostas e sem proteção mecânica. Os demais tipos de tarraxas são variações destas.

As tarraxas de boa qualidade são facilmente identificadas pois, além do acabamento cromado primoroso são mais pesadas em comparação com  as originais de um instrumento de baixo custo. Podemos perceber maior estabilidade em seu eixo, ou seja, sem folgas, e se houver uma leve resistência em girar a tarraxa, isto significa  maior estabilidade.

Antes de pensar em trocar o jogo de tarraxas observe, como visto na figura abaixo, o tipo e a angulação do headstock da sua guitarra, para conferir a tensão entre as cordas e as tarraxas. Desta forma, com tarraxas de baixa qualidade, e alta tensão das cordas, é comum que a afinação se mantenha por menos tempo que com tarraxas de qualidade superior.

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As tarraxas não participam do timbre, mas estão diretamente relacionadas a qualidade do som que você emite aos ouvidos dos outros e, principalmente, aos seus!! É muito confortável tocar em uma guitarra que consegue se manter afinada por mais tempo. Quando um guitarrista iniciante que comprou uma guitarra de baixo custo perceber que as tarraxas não estão segurando bem a afinação, já é um bom sinal de sua evolução na sua curva de aprendizado. Assim, consideramos muito importante a forma como você toca e a regulagem de sua guitarra, assim como já explicado em posts anteriores. O importante é entendermos quais são os tipos de tarraxas para ajudar em nosso aprendizado como músicos e principalmente na hora da compra.

Então: quais tarraxas você deve escolher?

Primeiro considere quanto pode investir na troca de um jogo novo de tarraxas. No mercado atual você encontrará preços variando entre R$70,00 à R$350,00, ou mais baratos se já comprou nos sites internacionais e teve paciência para esperar a entrega. Certamente dentro destes valores encontraremos tarraxas que atenderam a sua necessidade.

Uma situação que raramente as pessoas dão importância, ou nunca leram nas embalagens das tarraxas é sobre o número de voltas da “borboleta” sobre seu eixo (360º)  para a tarraxa completar uma volta completa.  As informações são geralmente: 1:12, 1:14 e até 1:20. A informação que devemos tirar é que quanto maior for o número de voltas da “borboleta” para um giro completo da tarraxa significa melhor precisão na afinação. Por exemplo nos modelos citados, o mais preciso tem a especificação 1:20. No entanto, o mais comum no mercado são tarraxas entre: 1:12 à 1:18.

Vamos agora conhecer os tipos de tarraxas mais comuns.

TARRAXA ABERTA

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Este primeiro modelo com mecanismo exposto é mais comum em violões com cordas de nylon ou aço e também em  alguns modelos de contrabaixo. Vale a pena lembrar que mesmo sendo um mecanismo de tarraxas mais primitivo, existem modelos de boa qualidade e outros que deixam muito a desejar no quesito estabilidade do mecanismo.

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TARRAXAS SEMI-BLINDADAS

Acompanhando a “evolução das Tarraxas” logo surgiram alguns modelos que conhecemos como semi-blindados ou blindados, onde as estruturas não ficam visíveis. Desta forma, são menos sujeitas as oxidações e ao acumulo de sujeira como já dito anteriormente.

Os modelos abaixo são semi-blindados, pois, como já disse antes, conseguimos desmontar e expor as engrenagens. São encontradas em modelos de guitarras Les Paul, Flying V e outros.

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TARRAXAS BLINDADAS

O modelo abaixo faz parte das tão procuradas “Tarraxas Blindadas”, mas CUIDADO, assim como existem tarraxas abertas de boa qualidade, existem tarraxas blindadas de baixa qualidade. O material com o qual ela é feita e a precisão de suas engrenagens que determinam a sua qualidade e não apenas a nomenclatura blindada ou não. Nesta categoria é que encontramos a maior variedade de marcas no mercado pois são aplicadas a todos os modelos de guitarras.

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Muitos guitarristas, principalmente aqueles que não usam guitarras com ponte tipo Floyd Rose e gostam de “abusar” dos bends e da ponte tipo tremulo, procuram o modelo de tarraxa blindada da figura abaixo, que apresenta uma peça a mais que trava o mecanismo das engrenagens.  O mais importante neste modelo é que a quantidade de corda que fica enrolada na tarraxa é muito pequena, com isso, quando tocamos e mudamos a tensão das cordas nas tarraxas, existe pouca corda presa para “afrouxar” e alterar a afinação.

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Existe uma variante deste modelo, como mostrado na figura abaixo, que além da  tarraxa ser blindada e com trava, ela ainda corta o excesso de corda. Infelizmente seu custo limita muito seu uso.

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Eu não consigo imaginar qual seria a próxima evolução em tarraxas além deste modelo mostrado a seguir que afinam sozinhas as cordas!! Basta você ligar o afinador e tocar todas as cordas de uma vez só e aguardar o afinador analisar e afinar. Enquanto todos os LED´s (diodos emissores de Luz) que representam as cordas não estiverem verdes você deve continuar tocando as cordas para que o afinador e as tarraxas façam seu trabalho sozinhos. Existe um modelo de guitarra da Gibson que saiu de fábrica com sistema semelhante mas muito mais sofisticado. Trata-se da Gibson Robotic.

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Espero que com esta breve ilustração sobre os tipos de tarraxas tenha ajudado ao seu entendimento no assunto. Mande suas dúvidas e sugestões para juntos aprendermos mais.

Um grande abraço.

Alexandre A. Berni é médico cirurgião geral, músico, produtor musical e entusiasta da Guitarra. Escreve regularmente para o blog SANTO ANGELO com o pseudônimo de Dr. SANTO ANGELO.




4 comentários em “Tarraxas: a hora do aperto

  • 26 de agosto de 2013 em 11:14 AM
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    Uma dúvida:
    Posso colocar tarraxas de destro com trava, em uma guitarra canhota ?

    Resposta
  • 26 de agosto de 2013 em 4:17 PM
    Permalink

    Muito bom!! Curti pra caramba!!

    Resposta
  • 18 de setembro de 2016 em 4:03 PM
    Permalink

    Amigo, minha guitarra é uma strato e veio com tarraxas semi-blindadas, tem algum problema colocar tarraxas blindadas ou com trava nela?

    Resposta
    • 19 de setembro de 2016 em 8:57 AM
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      Kleiton, olá, tudo bem?

      Não há problema nenhum, contanto que a furação delas respeite as furações do headstock da sua guitarra. Um abraço!

      Resposta

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