Você precisa mesmo de um método para aprender a tocar um instrumento musical?

Por Isis Mastromano Correia

Sabe aquela imagem clássica da biologia que mostra a evolução da espécie humana?

Evolução do Homem a Música

Para a Música a coisa funciona mais ou menos assim também. Se hoje o comportamento dos estudantes inegavelmente mudou muito com o twitter, facebook e youtube, tudo o que está disponível na atualidade surgiu da evolução de métodos mais rudimentares.

O ensino de Música no século XX pode ser discutido por diversas perspectivas e Músicos de várias nacionalidades ofereceram propostas para a educação musical que ainda suscitam discussões e reflexões: uns por serem métodos ainda muito usáveis e outros por, ainda que consagrados, não mais satisfazerem a mente do estudante moderno.

Cá entre nós, Música é ação e métodos mal feitos ou ultrapassados têm mesmo o poder de repelir alunos de tocar! Uma partitura somada a um método antiquado mais um aluno inexperiente e afoito para tirar os primeiros sons do instrumento é uma excelente fórmula para fazê-lo desistir! Depois do “fracasso”, não são raros os que buscam por si só, com seus próprios meios e em seu tempo uma forma de tocar (e bem!).

Para os menorzinhos a coisa complica: pode parecer que o professor de Música queira passar goela abaixo mais uma aula de matemática com aquela coisa toda de tempo, valores das notas, símbolos…!

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O certo é que, em termos históricos, quando falamos de métodos para o ensino musical, a grande revolução ocorreu nos últimos 100 anos. Com a invenção dos chamados métodos ativos foi rompido um paradigma que se perpetuava até então, a de que o aprendizado era exclusivamente vinculado a questão do talento e do gênio musical na qual grande parte das pessoas estaria impossibilitada de se desenvolver musicalmente: o exercício da canção estava essencialmente atrelado ao talento inerente da pessoa.

Métodos passaram a ganhar força apenas no século 20. Fonte –

A partir da criação dos métodos, o estudo da Música foi revolucionado e estendido a crianças, jovens e adultos de forma universal e o “caminho das pedras” ficou mais fácil, como um professor que ensina a construção das palavras em uma aula de português, por exemplo.

Por ser um sistema lógico que torna eficiente e ordenada as atividades, converter a Música em método contribuiu tanto para sua evolução, popularização e a renovação de talentos na área sem que dependesse da habilidade nata.

Com método, a educação musical passou a acontecer assistematicamente na sociedade, muito difundida na indústria cultural e ainda que de forma parca, passou a integrar o currículo das escolas e outras instituições de ensino.

Um dos métodos de ensino musical que abriu alas para todos os outros métodos populares foi o desenvolvido pelo compositor italiano Pasquale Bona (1808-1878) e que leva seu sobrenome. O método Bona ensina a praticar solfejo – a fala da nota juntamente com a batida da mão, marcando corretamente o tempo e o compasso de cada uma – e divisões de notas com seus respectivos valores.

Seu método completo de divisão para qualquer tipo de instrumento, ainda em uso hoje na preparação para a leitura da Música, educou gerações de estudantes apesar de datar dos anos 1830.

O Bona foi composto exclusivamente para os alunos se treinarem com facilidade na interpretação da leitura das várias formas rítmicas dos agrupamentos construídos com métrica musical. Atualmente a teoria é usada, por exemplo, em várias igrejas tradicionais que se apoiam na Música e incentivam o ensino musical entre seus membros.

Mas, e no dia-a –dia, você precisa mesmo de um método? O Bona, por exemplo, é taxado por muitos como um método chato e tem causado a fuga de muitos promissores músicos por não cativar a mente para a fase seguinte.

Ai, depois de penar com métodos e mais métodos, alguns alunos logo passam a treinar a musica “de ouvido” ao invés do estudo sistematizado por terceiros. Caso do guitarrista Marcinho Eiras, por exemplo, que prova que a música não depende de formatos estáticos para acontecer. O certo é que há muitos caminhos a serem desbravados no fantástico desafio de tocar um instrumento musical e não dá pra desistir na primeira tentativa!

Em tempos em que os alunos dos cursos superiores de Licenciatura, justamente os que formam os formadores são os mais abandonados nas universidades brasileiras, os métodos (hoje todos dispostos e explicados na internet) ajudam os alunos absorverem conteúdos importantes. É possível testar vários deles até encontrar um na justa medida da sua ansiedade em aprender!

Quer entender mais o que é o Bona que citamos aqui? Na web você poderá baixar o método em http://migre.deme/fa6Tk ou descobrir em vídeos facilmente encontrados nas redes sociais. São dessas pesquisas que você vai descobrir novos caminhos e descartar outros que ainda não fazem sentido para você!

 

Qual foi a fórmula que você escolheu para aprender a tocar? Conta pra gente!

 

No próximo post continuaremos o assunto falando sobre os métodos de se aprender a tocar guitarra, que convenhamos, é a nossa praia. Até lá.

 

 

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