A evolução dos métodos para aprendizagem musical

Olá querido leitor ou leitora, tudo tranquilo com você?

Não é de hoje que o blog SANTO ANGELO se preocupa com o Ensino da Música no Brasil e um dos primeiros posts sobre esse tema foi escrito pela jornalista Isis Mastromano Correia em junho de 2013, que você relê clicando aqui

Numa pioneira análise sobre o Aprendizado Musical, a Isis escreveu sobre professores e respectivos métodos para ensino de tocar guitarra ou qualquer outro instrumento musical daquela época que, convenhamos, não está tão longe assim, não é mesmo?

Mas, como sempre, por trás de um método bem-sucedido de Ensino Musical, sempre existiu um professor dedicado, que o desenvolveu ao custo de muito empenho pessoal e paixão pela Música. Verdadeiro espírito de Super Herói.

Dessa forma, cada método (leia-se professores extraordinários) deu origem a escolas que se diferenciariam, no tempo, pela aceitação de seus alunos.

Se você preferir, ao invés de ler esse post, temos também outra opção aos nossos leitores: você poderá ouvi-lo clicando na imagem abaixo. Depois me conte como foi essa experiência.

No entanto, como tudo na Vida segue em constante mudança, será que um dia as escolas de Música convergirão para um só método de Ensino? Antes de responder, lembre-se daquela imagem clássica da Biologia que mostra a evolução da espécie humana:

Acredito que, na Música, a evolução do Ensino seguirá mais ou menos assim também.

Se hoje o comportamento dos estudantes inegavelmente mudou muito com as mídias sociais tais como o Facebook, YouTube, Instagram, Skype e até mesmo por aulas por grupos de WhatsApp e Telegram, fez surgir diversas plataformas disponíveis para facilitar o aprendizado e comodidade do aluno, tanto presencial como online.

Porém, tudo o que está disponível atualmente surgiu da evolução daqueles métodos citados no post da Isis que mencionei acima.

Ou você achava que seus professores aprenderam por métodos online? Pelo contrário, foi na base de muito estudo e olho no olho.

O ensino de Música no século XX pode ser discutido por diversas perspectivas e Músicos de várias nacionalidades que ofereceram propostas para a Educação Musical que ainda hoje suscitam discussões e reflexões: uns por serem métodos ainda muito utilizados e outros, ainda que consagrados, serem relegados por não mais satisfazerem a inquietação do estudante moderno.

Cá entre nós, aprender Música é ação constante e métodos mal feitos ou ultrapassados têm mesmo o poder de afastar bons alunos de aprenderem.

Afinal, quantas vezes você desistiu de aprender Inglês por achar o método da escola de Idiomas muito cansativo ou desatualizado?

E no Ensino Musical não é diferente: uma partitura somada a um método inadequado, por mais um aluno inexperiente e ansioso se esforce para tirar os primeiros sons do instrumento, muitas vezes, é a forma mais rápida para fazê-lo desistir.

Infelizmente, o abandono do aprendizado musical acontece diariamente em escolas de músicas presenciais ou online.

Depois do “fracasso”, não são raros os que buscam por si só, com seus próprios meios e em seu tempo uma forma de tocar (e bem!).

Mas, nem sempre estudar sozinho sem nenhum direcionamento funciona.

Para crianças é ainda pior: pode parecer que o professor mal preparado queira passar goela abaixo mais uma aula de Matemática com aquela coisa toda de tempo, valores das notas, símbolos.

Digamos que essa tirinha também precise evoluir, porque o comentário final do nosso personagem deveria ser: Por quê? A senhora acha que eu vou morar em algum lugar que não tenha WiFi” (rs).

Falando sério agora, o certo é que, em termos históricos, quando falamos de métodos para o Ensino Musical, a grande revolução ocorreu nos últimos 100 anos.

Com a invenção dos chamados métodos ativos foi rompido um paradigma que afirmava que o aprendizado era exclusivamente vinculado à questão pessoal do talento e do gênio musical.

Em outras palavras, a grande parte das pessoas estava impossibilitada de se desenvolver musicalmente, porque o exercício da Música estava essencialmente atrelado ao talento inerente de cada um.

Assim, Métodos mais abrangentes passaram a ganhar força apenas no século 20, com aceitação do Bona, que explicarei logo mais.

A partir da criação dos métodos, pelos professores “Super Heróis” que citei anteriormente, o estudo da Música foi revolucionado e estendido a crianças, jovens e adultos de forma universal e o “caminho das pedras” ficou mais fácil, como um professor que ensina a construção das palavras em uma aula de Português, por exemplo.

Por ser um sistema lógico que torna eficiente e ordenada às atividades, converter a Música em método de aprendizado contribuiu tanto para sua evolução, popularização e a renovação de talentos na área sem que dependesse da habilidade nata.

Com método, a Educação Musical passou a acontecer sistematicamente na sociedade, muito difundida na indústria cultural e ainda que de forma parca, passou a integrar o currículo das escolas e outras instituições de ensino.

Um dos métodos de Ensino Musical que abriu alas para todos os outros métodos populares foi o desenvolvido pelo compositor italiano Pasquale Bona (1808-1878) e que leva seu sobrenome.

O método Bona ensina a praticar solfejo – a fala da nota juntamente com a batida da mão, marcando corretamente o tempo e o compasso de cada uma – e divisões de notas com seus respectivos valores.

Seu método completo de divisão para qualquer tipo de instrumento, ainda em uso hoje na preparação para a leitura da Música, educou gerações de estudantes apesar de datar dos anos 1830.

O Bona foi composto exclusivamente para os alunos treinarem com facilidade na interpretação da leitura das várias formas rítmicas dos agrupamentos construídos com métrica musical.

Atualmente a teoria é usada, por exemplo, em várias igrejas tradicionais que apoiam a Música em cultos e incentivam o ensino musical entre seus membros.

Mas, e no dia a dia, você precisa mesmo de um método?

Hoje em dia, o Bona, por exemplo, é taxado por muitos como um método chato e tem causado a fuga de muitos promissores músicos por não cativar a mente para a fase seguinte.

Ai, depois de penar com métodos e mais métodos, alguns alunos logo passam a treinar a musica “de ouvido” ao invés do estudo sistematizado por terceiros.

Caso do guitarrista Marcinho Eiras, por exemplo, que prova que a música não depende de formatos estáticos para acontecer.

O certo é que há muitos caminhos a serem desbravados no fantástico desafio de tocar um instrumento musical e não dá pra desistir na primeira tentativa.

Em tempos em que os alunos dos cursos superiores de Licenciatura, justamente os que poderiam formar os professores mais capacitados, são os mais abandonados nas universidades brasileiras, os métodos (hoje todos dispostos e explicados na internet) ajudam os alunos a absorverem conteúdos importantes.

É possível testar vários deles até encontrar um na justa medida da sua ansiedade em aprender. Inclusive, diversos parceiros SANTO ANGELO tais como: Roger Franco, Mauricio Alabama, Alexandre Almeida possuem métodos incríveis de aprendizado online.

Enfim, leitor ou leitora, esse post não tem a pretensão de indicar o melhor método para seu aprendizado ou desenvolvimento da técnica mais indicada e sim mostrar-lhe que existe uma evolução em andamento e você precisa entende-la para se tornar um profissional melhor na Música.

Aliás, se você utiliza outra fórmula ou método para aprender que não relacionei, gostaria de dividi-lo com todos nós aqui no blog?

Conto com sua ajuda para compartilhar novas alternativas e dicas de aprendizado musical, simplesmente comentando na seção logo abaixo ou, se preferir, nas nossas redes sociais da SANTO ANGELO, combinado?

Ah….sobre aquela hipótese de que um dia todas as escolas irão convergir para um só método, a gente conversa no próximo blog. E como “lição de casa” vá estudando esse link

Abraços e até a próxima!

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Lygia Teles, é Relações Públicas e pós-graduanda em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP. Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da SANTO ANGELO.

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