A Música mudando o curso da história
por Isis Mastromano Correia
Se a Música já mudou o curso da história não é arrogante pensar nela como uma forma de mudar a vida das pessoas. E, assim como de cordas, de tecla a gente entende, então, até o Natal continuaremos a insistir nesta ideia: procure um lugar, um grupo, uma pessoa que seja, para doar voluntariamente seu talento musical. É um presente sem custo e não há crise econômica que tire a Música de dentro das pessoas!

A sociedade do espetáculo, que enxerga valia somente naqueles que alçaram ao posto de artistas, retira o espaço e a importância dos profissionais da Música que fazem parte da mão de obra de um país como qualquer outro profissional. Esse movimento emburrecido subtraiu em muito do Músico seu papel social, que, entre tantos atributos, deve zelar pela alegria do mundo, como bem citou (nos bons tempos) Caetano Veloso nos versos de “Podres Poderes”.
Não é apenas em cima de um palco que o trabalho do Músico se desenvolve. Nesse final de ano, é hora de descer um pouquinho dele e dividir com os outros o seu talento, cumprir a função de tornar a Música um bem social e não somente alvo de consumo efêmero. Já demos várias dicas de onde e como fazer acontecer essa doação musical nos posts anteriores.

Se ainda resta algum desentendido sobre o fato de que a Música pode mudar o estado de espírito de alguém, basta acompanhar pelo noticiário as imagens do funeral do líder sul-africano Nelson Mandela, onde a Música dá o tom para as homenagens do povo e mudou completamente a ideia de como deveríamos nos portar em um funeral. Quebrar o “protocolo” com Música foi o artifício escolhido por eles para expressar sentimentos pesarosos, porém, sem pesar.
Usar a Música em momentos pouco usuais, altera a postura de quem observa com a expectativa de tristeza.
São nesses sentimentos de pesar, de tristeza e solidão que queremos dar um jeito nesse final de ano. Tirar essa impressão de dentro de hospitais, asilos e orfanatos, onde há vida pulsando e que aguarda pacientemente para ser revelada e, de repente, será pela sua Música.

Como bem sabemos, a ajuda do poder público para instituições sociais no Brasil é parca, cabendo a nós, cidadãos, fazemos nossa parte. Louvamos as iniciativas dos Músicos que não almejam somente o palco, mas, que entendem que o grande trunfo da profissão está fora dele! Que esse entendimento esteja sempre entre nossas metas, não só para 2014.
Até a próxima.