A vez da guitarra a distância
Por Isis Mastromano Correia
Nos posts anteriores abordamos escolas, métodos e professores de Música. No entanto, uma pergunta que não quer calar é: precisamos de tudo isto para aprender a tocar um instrumento musical?
A resposta é complexa e exige que busquemos, antes de tudo, separá-la por partes, começando pelas escolas físicas. Não é de hoje que muitas atividades estão migrando para dentro do computador. Cursos universitários de ensino a distância, organizações que buscam o e-learning para processos de desenvolvimento de seus empregados e também empresas têm abraçado o tele-trabalho para minimizar custos da realização de tarefas e transtornos dentro da (i)mobilidade urbana de quem vive nas grandes cidades!
Um modo de atividade sustentável que nos faz ganhar tempo ao mesmo tempo que poupa recursos!
O ensino da música, é claro, não fugiria dessa nova ordem e se beneficia também do ensino a distância para satisfazer quem está em busca de estudar um instrumento. A principal ferramenta de ensino não presencial à disposição do músico é a vídeo-aula.
Nesse universo, são três modalidades principais: a aula em tempo real pela internet, ministrada por ferramentas de conferência como Skype, a vídeo-aula remota e gravada, postada em sites e que pode ser acessada a qualquer momento e as aulas em DVD.
O benefício da vídeo-aula em tempo real é a interação e a avaliação da evolução do aluno e as dúvidas dirimidas instantaneamente. Já o benefício da aula gravada é o livre acesso, no tempo mais cômodo ao aluno, e também a repetição infinita do conteúdo sempre que pintar aquela dificuldade.
As vídeo-aulas gravadas são em sua maioria de distribuição livre quando estão na internet. Professores postam o conteúdo na rede para que os aprendizes acessem ou mesmo o usuário comum da web pode postar vídeos de interesse público dos alunos de Música. Como exemplo, citamos o canal YouTube da SANTO ANGELO, que mantém com seus endorsers vários vídeos com técnicas e dicas diferenciadas sobre guitarras.
Já as aulas por conferência são pagas, como nas escolas convencionais, e tem tempo de duração determinado ou mesmo são vendidas em módulos e arranjadas de acordo com o nível técnico de cada aluno.
Mas, o bom aproveitamento, seja da aula remota, seja da aula por conferência, esbarra na qualidade de conexão da internet do aluno. Também não dá para perder de vista as dificuldades sociais do país, onde grande parte da população sofre com a exclusão digital. Aprender por vídeo-aula é ainda um modo onde nos auto-impomos um desafio de responsabilidade: o de estudar sob sua própria tutela já que não há dia nem hora pré-estabelecidos.
Mas dá para aprender de verdade?
A grande questão é se o aproveitamento das aulas por internet é o mesmo das aulas nas escolas e conservatórios. Opiniões serão das mais divergentes possíveis e a avaliação é sempre bastante pessoal. Tem gente que se deu muito bem e tem gente que odiou!
Para profissionais do ensino da Música, sem dúvida, o e-learning abriu uma nova e importante frente de trabalho. Aqui começa a segunda parte da nossa resposta quando o assunto é professor de Música. O problema é que a liberdade da internet trouxe para dentro da rede muita gente desqualificada se passando por professor. Há de se ter muita cautela ao fechar um pacote de aulas a distância. Conversar com ex-alunos e buscar referências anteriores da atuação do educador musical pela web são indispensáveis!
Para se ter uma idéia de como o mercado de vídeo-aula é promissor, o músico Heitor Castro, 45, dono de três escolas de música no Rio de Janeiro faturou seu primeiro milhão de reais no ano passado vendendo suas vídeo-aulas em DVD, segundo contou à coluna de economia do site UOL. Castro, formado no GIT (Guitar Institute of Technology) explica que desde 2008 vendeu mais de 80 mil cópias onde ensina a tocar violão, guitarra, piano, bateria e canto.
Já pela internet, a estimativa de crescimento do ensino à distância só para o mercado corporativo é de 40% ao ano graças a vantagens como economia de tempo e dinheiro. E tudo indica que o e-learning, estendido a outras áreas assim como no ensino da Música, tende a continuar nesse caminho, com investimentos que ultrapassam os 2,7 bilhões de reais neste ano, segundo dados do Portal e-Learning Brasil.
Outro beneficio da vídeo-aula é o financeiro. Para se ter uma idéia, o custo de um curso presencial pode ser sete vezes maior do que o curso remoto. O primeiro custa em média R$ 300 mensais contra cerca de R$ 40 em DVDs ou em aulas unitárias por vídeo-conferência.
Gostando ou não, o certo é que não dá mais para ignorar essa nova demanda do ensino cada vez mais interligado ao computador, aos tablets e aos smartphones que causam fascínio e evidenciam as vantagens e facilidades dos cursos virtuais.
As ferramentas multimídias ajudam a manter os alunos engajados e inclusive funcionam como uma boa ferramenta atrativa para escolas físicas conseguirem manter seus aprendizes.
Quem prefere seguir o caminho tradicional da Música tem seus argumentos e sabe o que faz (só não vale torcer o nariz, porque, até pouco tempo, a grande ferramenta que facilitava o estudo eram as aulas remotas por fita de vídeo!).
Para quem gosta da tecnologia e sabe integrar bem o computador à prática da Música encontra um prato cheio. Já há sites dedicados ao ensino da Música, que enxergaram o potencial da web a serviço da canção como o www.cifraclub.com.br e o www.cifras.com.br entre outros
A ressalva fica por parte do ensino da teoria, que alguns sites ainda delegam para os professores presenciais. Mais uma vez, citamos o canal YouTube da SANTO ANGELO, onde você também pode conferir dicas especiais de professores que também são endorsers. Acesse youtube.com/CabosSantoAngelo !
E quanto ao ensino dos métodos interligados ao mundo virtual e que facilitam o aprendizado da Música? Vamos explorar esse assunto no próximo post!
Até lá!
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