Carnaval como Music Business
Esse é o 4º post que fazemos aqui no blog sobre Carnaval e muitos de vocês devem estar se perguntando: essa galera da SANTO ANGELO deve gostar mesmo dessa festa. A todos respondemos:
Gostamos das oportunidades que o Carnaval proporciona como Music Business.
A preparação, execução e pós-carnaval movimentam a economia brasileira e geram milhares de empregos formais e informais. Enquanto muitos aproveitam o feriado nos blocos de rua e em viagens pelo país, a indústria do turismo, hotelaria e entretenimento estão a todo vapor para levar uma excelente experiência o público em geral e em particular.
A música não poderia ficar de fora, pois é a atração principal desta grande festa, como vimos o depoimento dos irmãos Macedo: Armandinho, Andre, Aroldo e Betinho no vídeo acima.
Para entendermos mais sobre a relação do Carnaval com o Music Business, convidamos nosso endorsee, Luciano Magno, guitarrista, compositor, cantor, arranjador e produtor musical, para contar mais sobre essa experiência.
SA: Quantos shows você fez durante o período carnavalesco?
LM: Durante o Carnaval propriamente dito, fiz sete shows. Mas, o meu Carnaval começou desde dezembro do ano passado, com as prévias e se estendeu ao longo do mês de janeiro, intercalando com as Oficinas de Música de Curitiba, onde ministrei aulas e fiz apresentações.
SA: Qual o tipo de apresentação é mais gratificante para o artista?
LM: Além dos shows do Carnaval, me apresentei também no Gravatá Jazz Festival 2016, recebendo como meus convidados especiais o mestre Roberto Menescal e Sabrina Parlatore.
Foi um show sensacional, com um ótimo público atraído pela música de qualidade. Este tipo de apresentação sempre é muito marcante. Em dezembro, também fiz um show recebendo o Armandinho Macedo como convidado, justamente na minha terra natal, Paulo Afonso – BA.
Foi um grande encontro de guitarras, celebrando o natal da cidade! Um tipo de evento que deve ser copiado e expandido para outros lugares, pois existe um público carente desse tipo de atividade. Mas, o carnaval também tem os seus encantos.
Neste ano, participei mais uma vez da abertura do Carnaval do Recife, no Marco Zero, com um público imenso, lotando aquele grande espaço e tem também o Galo da Madrugada, onde saí mais uma vez como convidado especial no Trio de André Rio, no evento que reúne dois milhões de pessoas nas ruas do centro do Recife.
E segui com os meus shows carnavalescos até a quarta feira de cinzas, passando por polos do carnaval do Recife e cidades no interior.
SA: Você conseguiu mostrar seu trabalho ou apenas acompanhou artistas?
LM: Desde 2007 que não acompanho artistas. Na verdade, já comecei profissionalmente com a minha própria banda, depois, quando desfiz o projeto, passei a tocar com muita gente bacana e foi uma experiência maravilhosa.
Mas, voltei a fazer os meus próprios shows no carnaval pernambucano desde 2007, quando lancei o disco Novos Carnavais. E cuido da minha carreira instrumental, desde 2000, quando lancei o disco Liberdade. Então, já tenho muito tempo de dedicação aos meus projetos pessoais.
SA: Quando começou a tocar no Carnaval foi muito difícil?
LM: Comecei a tocar por volta dos 11 ou 12 anos de idade e lembro que participei já do primeiro carnaval, tocando frevos pernambucanos e frevos eletrizados.
Quando vim morar no Recife, eu já tinha um repertório vasto, ligado ao carnaval e com o passar dos anos, fui me inserindo cada vez mais, compondo, escrevendo arranjos, produzindo figuras ligadas à folia de Momo. Para mim, sempre foi algo muito intrínseco, natural, de muita proximidade mesmo.
SA: Tocar durante o carnaval abre outras possibilidades de trabalho?
LM: Creio que sim. A visibilidade é muito grande. Cobertura das televisões, a imprensa cobrindo tudo e tal… Mas, tenho um trabalho eclético que vai muito além dessa coisa do carnaval.
Sou um compositor de música brasileira e me apresento também em festivais de Jazz e World Music pelo mundo afora. Não quero rotular o meu trabalho, nem me limitar a um único gênero.
SA: A apresentação do Angra e Sepultura durante o carnaval de Salvador gerou inúmera repercussão na imprensa e redes sociais. O que você achou?
LM: Por incrível que pareça, não tive a oportunidade de ver, nem pela TV. Você imagina, 07 shows em 04 dias. Não sobra tempo nem pra dormir direito. E a gente acaba se divertindo, brincando, entre um show e outro.
Mas, acho importante que se dê espaço também para bandas de rock no carnaval de Salvador. No Recife, temos o REC BEAT, voltado para a música alternativa e também pro Rock. É um espaço já consolidado durante o carnaval.
SA: Como você seleciona os shows que vai participar ou as marcas que vai aparecer durante o carnaval?
LM: Faço questão de usar os equipamentos que escolhi com as empresas que me patrocinam. Também tenho parceria com marcas de roupas e acessórios, para cuidar do visual, durante o carnaval.
É uma via de mão dupla e me sinto muito feliz por ter esses parceiros sempre por perto.
A SANTO ANGELO faz parte dessa história, desde 2003.
Com relação aos shows, a gente recebe alguns convites a exemplo da abertura do Carnaval que foi em homenagem ao Maestro Forró, um grande amigo. O Galo da Madrugada também mantém sempre o convite de pé e acabo escolhendo sair no trio do André Rio, parceiro de composições e temos afinidade musical muito forte, fica fácil.
A gente já sai cantando e tocando!
As demais apresentações acontecem em forma de edital, no Recife e no Governo do Estado e prefeituras do interior que procuram o nosso empresário.
SA: Quais conselhos você daria para os fãs que desejam seguir seus passos?
LM: Em face da degradação musical que assola o nosso país, aconselho a rapaziada a procurar fontes seguras de informação.
É o “beber na fonte”. Procurar ouvir grandes compositores e saber separar o joio do trigo. O que estão enfiando goela abaixo, na mídia, não traz nenhuma base musical.
Trace o seu próprio caminho e dê a sua parcela de contribuição para que consigamos superar esse momento caótico em que o país se encontra, cultural, econômica e politicamente! Música é vida!
Gostou da trajetória de sucesso do Luciano Magno? Inspire-se!
Aproveite que ainda falta muito tempo para o carnaval de 2017 e planeje suas ações, e não esqueça: A música é universal, amplie seus horizontes.
Abraços e até a próxima!
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Lygia Teles, é Relações Públicas, formada pela Faculdade Belas Artes e pós-graduanda em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP. Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da SANTO ANGELO.