Os gatilhos e a inteligência emocional que disparam a Mente!

Olá sapiente leitora ou sábio leitor, tudo bom?

Nosso mergulho na mente humana e nas barreiras que te impedem de avançar, tanto na carreira musical como na Vida em geral, continua nessa semana, depois dos dois últimos posts falando sobre os bloqueios mentais, de onde vêm, quais são os mais comuns e como se preparar para superá-los.

A finalidade dessa abordagem é fazer com que você, e todos os amigos ou amigas com quem compartilhar o blog SANTO ANGELO, possa conhecer mais sobre si mesmo.

“Conhece-te a ti mesmo” ou NOSCE TE IPSUM, um dos aforismos mais famosos da história, primeiramente atribuído ao filósofo Sócrates (469-399 a.C.) provavelmente era um dito popular, escrito no pórtico de entrada do templo de Apolo, na cidade de Delfos na Grécia, no século IV a.C. de acordo com esse link.

No entanto, o que sabemos ter Sócrates realmente dito foi:

“Só sei que nada sei”

O filósofo não deixou nada escrito, mas essa frase, compreendida como algo bom, resume a importância dada por ele ao pensamento crítico, à incerteza e a tomada de consciência da própria ignorância.

Assim, todo aquele que sustenta conhecimento em opiniões dos outros, acaba se afastando da verdade, satisfazendo-se com um falso saber. O filósofo compreende que é necessário questionar as certezas, as opiniões e os pré conceitos.

Convencido em seguir adiante, mais confiante de está num caminho seguro para evoluir?

Lembramos, se você está chegando agora ao blog SANTO ANGELO, que poderá continuar nesse assunto no formato de podcast, via Spotify clicando na figura abaixo ou em qualquer outro agregador de sua preferência, buscando por BLOG SANTO ANGELO.

Apesar do conhecimento ser neutro, sabemos que a nossa “vibe” abaixa quando pensamos ou falamos bastante sobre assuntos que remetem à problemas que podemos ter ou enfrentar, como por exemplo se precisarmos de atendimento, pelo frágil sistema brasileiro de Saúde, caso nos contaminemos com a COVID-19. Que medo, hein?

Quando falamos de coisas animadas, nosso espírito (entenda, nossos sentimentos, caso pretenda continuar pensando secularmente) acaba se alegrando e falamos com mais energia.

Caso você, leitor ou leitora, preferir pensar de maneira cristã, apoie-se em Provérbios 4:23 “Com todo o cuidado, guarda teu coração, porque dele emana a Vida”.

Assim, devidamente alinhados com o pensamento crítico, secular e bíblico, vamos para o assunto que abordaremos hoje: os gatilhos emocionais.

Esse assunto, assim como todos que envolvem o cérebro e dão lastro para extrapolarem a esfera da psicologia, tem bastante pseudoconhecimento em sua volta, porém, vamos trazer o mais apurado conhecimento para que possamos tirar, juntos, conclusões mais críticas.

Antes de prosseguirmos, quero deixar bem claro que, para a psicologia, gatilho mental não existe.

O termo mais correto é o de “atalhos mentais”, criado por Robert Cialdini, professor emérito de Psicologia e Marketing na Universidade do Estado do Arizona e que nada tem a ver com o que a psicologia estuda.

O termo “gatilho mental” foi disseminado (mas não criado) pelo autor da “Fórmula de Lançamento”, Jeff Walker, e foi se banalizando conforme sua obra foi “viralizava”.

Gatilho Emocional refere-se à um estímulo que leva à lembrança de algum passado traumático, causando tristeza, ansiedade e até pânico.

Ele é bem diferente de um bloqueio mental, enquanto um está ativo o tempo todo (o bloqueio) o outro aparece subitamente, por algum determinado motivo que o “dispare”.

Não há entendimento completo sobre como os gatilhos emocionais funcionam, porém algumas teorias se formaram nesse entorno.

Uma delas é que o cérebro ativa um “sistema de defesa” que prioriza recursos para reagir à uma determinada situação.

Outra teoria diz que nossa mente dispara com base nas sensações e não tanto na questão de sobrevivência, como citado no parágrafo anterior, e que nos paralisa.

Independente da teoria ou do tipo de reação, precisamos entender o quê manifesta esse e outros gatilhos adormecidos em nosso cérebro.

Uma forma de você identificar é se questionando de acordo com o que propõe Mariana Plata, Mestre em Psicologia pela Universidad Católica Santa Maria La Antigua, no Panamá:

“(Exemplo) Um amigo próximo ou parente compartilha algumas notícias interessantes sobre si mesmo. Você está feliz por eles, mas não pode deixar de sentir inveja.

Sobre o que são as notícias? É uma promoção de emprego? Um carro novo? Ela vai se casar? Ele tem um novo relacionamento? Eles estão esperando um filho? Você já reparou que há alguém que você segue nas mídias sociais com quem você se compara constantemente?

Qual é a coisa que mais incomoda em suas postagens? Como você lida com isso? Você já reparou que existe um tópico de conversa que o desencadeia quando sai com amigos e/ou familiares?

(…)

Responder a essas perguntas pode aproximá-lo da identificação de seus gatilhos emocionais.”

A partir do momento que você tem em mãos o conhecimento das matrizes que fazem sua mente travar ou reagir, é que se consegue resolvê-los, seja internalizando e agindo por si mesmo, seja procurando ajuda profissional (o que sempre recomendamos).

Com a resolução encaminhada de tudo isso, é que se começa a ter outras visões.

É aí que enxergamos muitos músicos e profissionais que fizeram de seus gatilhos emocionais, pontos de partida para realizações incríveis.

Um exemplo simples está na composição das músicas. Um amor não correspondido cria um trauma na adolescência que fica guardado, até o momento de uma banda ser formada e músicas começarem a surgir.

Um segundo episódio de não reciprocidade ocorre e isso culmina na letra da música que faz a banda atingir seus auges.

Pode pesquisar, muitas das bandas e artistas que gostamos criaram seus grandes sucessos através de algo negativo que ocorreu.

Esse sentimento de incapacidade ou mesmo de fracasso, às vezes, é a força motriz para iniciar-se algo, assim como raiva, descontentamento e outros problemas gerados por gatilhos emocionais.

Podemos colocar outra situação para deixarmos bem claro.

Imagine-se em um momento que exige distanciamento pessoal, escolas fechando, casas de show sem movimento pela falta de confiança das pessoas em frequentar espaços públicos, com medo de um possível vírus bem perigoso.

Qualquer semelhança com a vida real, não é mera coincidência.

Toda a forma que você conhecia de trabalho não funciona mais e dispara um medo de que sua vida não consiga sair do lugar se apodera de você.

Pronto: o gatilho emocional se manifestou!

Após internalizar a situação, você começa a pensar e agir de forma a sair dessa situação, estudando possibilidades, vendo o que outros estão fazendo para se manterem ativos em suas profissões, e realizando cada vez mais tarefas diferentes, até voltar ao seu estado anterior e muito possivelmente, ultrapassá-lo.

Apesar de sabermos que o termo “gatilhos mentais” é uma invenção meio que “sem pai”, podemos tranquilamente enxergá-lo com suas palavras separadas.

Os gatilhos são inerentes do ser humano e eles se manifestarão em dados momentos de nossa existência, normalmente relembrando algo que não nos fez bem.

À partir daí é que nossos atributos mentais começam a ser úteis, entendendo à nós mesmos, observando ao nosso redor, pensando no que fazer, tomando a coragem necessária e, por fim, saindo em direção ao alvo graças à esse gatilho.

A chave para que tudo isso prossiga é criar uma inteligência emocional, termo difundido pelo psicólogo americano Daniel Goleman, autor do livro “Emotional Intelligence” de 1995.

Esse conceito caracteriza o indivíduo que consegue identificar sentimentos e emoções com facilidade.

Não se trata de uma inteligência baseada no conhecimento adquirido através de livros ou informações, mas sim, advinda do autoconhecimento, aquele famoso “conhece-te a ti mesmo” que falamos no início desse post, lembra?

Uma inteligência emocional bem apurada retorna em saúde física e mental, previne ansiedade, depressão e até distúrbios psicossomáticos como insônia ou enxaqueca.

Porém, ela não se desenvolve do dia para a noite, mas sim, com muita atenção a si mesmo e trabalho em descobrir os pontos que necessitam de melhora.

Obviamente sempre indicaremos a busca de um profissional, mas os princípios descritos por Goleman podem nos dar algumas dicas do que precisamos fazer e observar.

  • Uma análise mais apurada do seu comportamento em diversas situações, sejam ela boas ou ruins. Além das sensações físicas, entender também onde sua mente está te levando.;
  • Dominar seus impulsos através de respiração, meditação ou até mesmo na prática regular de uma atividade física sem muita explosão (pois essas mais estressarão seu corpo e reduzirão sua imunidade) ajuda a manter um bom autocontrole;
  • Entender mais à fundo as emoções negativas do que as positivas, pois são elas que sempre trabalharão na direção contrária da nossa inteligência emocional;
  • Trabalhar e aumentar sua autoconfiança, encontrando suas motivações, desejos e objetivos;
  • Aprender diariamente a lidar com as pressões da vida, sejam elas profissionais ou pessoais, pois é no caos que se encontram saídas mais efetivas e se evolui mais (a famosa frase “mar calmo nunca fez bom marinheiro”);
  • Exercitar expressar-se de forma sincera e mais constante (normalmente, na nossa sociedade, isso é bem complexo para os homens que são julgados como frágeis, mas faça, faz muito bem demonstrar fragilidades, te torna mais humano);
  • Tenha empatia e alteridade ou até compaixão pelas outras pessoas, independente do grau de proximidade que elas tenham de você;
  • Evite reagir às coisas no “modo automático”, pense e responda ao invés de agir com reflexo;
  • Conheça seus limites e os pontos que fazem com que você “quebre” e trabalhe para superá-los, porém, caso não consiga nem com ajuda profissional, entenda que isso faz parte de você como indivíduo.

Com todos esses conhecimentos que explicitamos, esperamos que entenda um pouco melhor seus gatilhos emocionais, controlando-os e ao mesmo tempo desenvolvendo uma boa inteligência emocional para lidar com as “coisas da vida”, para que cada dia seja mais edificante e interessante.

Agora, conte para nós: já pensou em identificar seus gatilhos emocionais? E se já identificou, quais são (não precisa contar de onde vieram, pois é algo bem pessoal)?

E caso já tenha evoluído disso, como anda sua jornada de autoconhecimento e inteligência emocional?

Esse tipo de interação só contribui para nossa sociedade mais saudável em todos os âmbitos e mais preparada para o tal do mundo VUCA.

E gente mais saudável é mais alegre e faz mais arte, principalmente a Música, que precisa disso também.

Certos de que nossas inteligências se cruzarão na próxima semana, com bastante saúde, para mais construções sinápticas, a gente se despede com mais conhecimento.

 

 

Um abraço!

 

Dan Souza (IG: @danhisa) é músico e profissional de Marketing, Relações Artísticas, Branded Content e Music Business, formado pela UNINOVE.

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