As barreiras mentais que nos seguram!
Olá demolidora leitora e derrubador leitor, tudo bom?
Você, que acompanha semanalmente o blog SANTO ANGELO, já deve ter percebido que estamos enveredando cada dia mais pelos limites da mente humana, correto?
Sabemos que você já toca um instrumento musical, ou seja, tem um cérebro diferente da maioria das pessoas, e agora queremos que entenda mais sobre suas sinapses, as possibilidades e as barreiras mentais que podem te impedir de realizar todo o seu potencial.
Se puder, releia novamente o último post/ para relembrar que abordamos conhecimentos básicos, completamente alicerçados pela ciência, sobre as possíveis origens dos Bloqueios Mentais, para conseguir entender um pouco mais sobre como e quando a mente constrói essas paredes ilusórias que impedem que avancemos rumo aos objetivos escolhidos.
Hoje iremos listar, através das pesquisas que fizemos, os tipos de Bloqueios mais comuns pelos quais a nossa mente nos segura a seguir adiante, como se fossem verdadeiras âncoras.
Lembrando que os tópicos que abordaremos já são de conhecimento da Psicologia há bastante tempo e que eles podem se aplicar em diversas áreas, desde uma terapia bem direcionada até o mais raso curso de autoajuda.
Portanto, faça bem o seu filtro para que absorva bons e úteis conhecimentos.
Consultamos parte da literatura abordada no nosso último post e adicionamos alguns sites que tratam de maneira muito responsável o tema, para que não divulguemos informações desencontradas ou mesmo clinicamente falsas.
Há uma certa nuvem de pseudoconhecimento que circunda as afirmações sobre a mente humana, pois sabemos que cada cérebro é tão plural e extenso como um universo particular dentro da sua caixa craniana.
Por isso, nos empenhamos em fazer um guia geral onde você, depois de ler ou ouvir o podcast, possa identificar e buscar soluções mais personalizadas.
E por falar em podcast, você já sabe que pode acompanhar este e outros posts aqui do blog SANTO ANGELO, através do Spotify ou de qualquer outra plataforma de podcasts, não é mesmo? Portanto, clique na imagem abaixo para seguir ouvindo o que preparamos.
É com essa mentalidade que prosseguimos, enumerando os principais bloqueios mentais:
EU NÃO SOU CAPAZ
Sabe aquela música dificílima que você nem tenta pois tem “certeza” de que não vai conseguir? Essa pergunta se baseia na proposição do psicólogo canadense Albert Bandura, que estuda a autoeficácia.
Temos que esse é um dos bloqueios mais comuns em uma sociedade de alta performance, onde erros não são aceitos e só os exemplos de sucesso são valorizados.
É nesse momento que sua mente titubeia e sabota sua vontade de tentar. Aliás, não somente a sua, como a minha também.
Um reforço na percepção da nossa competência ajuda no planejamento e realização de metas de curto prazo, deixando de lado as impressões de que faltam fatores genéticos ou mesmo talento para a realização de um objetivo.
Não pensemos nisso como Resiliência, mas sim como uma autoafirmação que nos impulsionam a fazer e, independente do resultado, seguir buscando o resultado.
Pesquisador e professor da UFF (Universidade Federal Fluminense), Vicente Cassepp-Borges comenta:
“A gente tem que ter consciência do próprio potencial, de que é capaz de fazer determinadas coisas e identificar a quantidade de esforço que vai precisar colocar na empreitada”
ISSO NÃO TEM A VER COMIGO
Desde imemoriais tempos o ser humano “terceiriza” a culpa de alguma falha ou falta de conhecimento e este bloqueio ocorre com bastante regularidade, seja na vida pessoal ou na profissional.
“Eu já compus a música, que outros a apresentem e a vendam ela por mim” pode ser um pensamento que já passou pela sua cabeça.
É compreensível que, em um mundo cheio de pessoas e especialidades diversas, você não precise saber de tudo, e de fato, não mesmo. Porém, algumas atividades são inerentes do seu cotidiano, da sua vida, da sua profissão e precisam ser feitas.
Zerar as mensagens e e-mails dos fãs, ligar para toda aquela lista de casas de show que você quer tocar, vender a sua música, negociar com fornecedores e agentes dos outros músicos, são algumas das tarefas que precisam ser executadas com competência.
Por mais que suas habilidades estejam em compor e arranjar sons, habilidades em marketing, administração e finanças (todas elas exaustivamente já tratadas aqui no blog/podcast em mais de uma vez) também fazem parte e não podem impedir seu caminho.
Dome-as e destrua mais esse bloqueio.
MAS TENHO MESMO QUE FAZER?
Engana-se quem enxerga que protelar ou mesmo cancelar tarefas é interessante.
Em tempos de pandemia, o “deixar para depois” acabou se tornando um mantra, seja ele focado na cama que precisa ser arrumada todo dia ou na louça que não para de acumular, seja ele voltado a um projeto que você sempre quis desenvolver, mas encontra desculpas para jogar mais aquela meia hora de videogame ou assistir mais um episódio viciante daquela série nova do Netflix.
Uma das teorias que mais embasa esse tópico é a do psicólogo americano Julian Rotter, conhecida por “lócus de controle”. Basicamente, os indivíduos tomam decisões baseadas em motivos internos ou externos para a execução de tarefas ou mesmo na construção de seu próprio conhecimento.
Social Learning and Clinical Psychology (Aprendizado Social e Psicologia Clínica em tradução livre) é onde Rotter defende que o processo de aprendizado e comportamento humano tem explicações motivacionais e cognitivas.
As pessoas que têm o lócus de controle interno, tendem a ser mais independentes, pois analisam a si próprias e entendem os benefícios que tal tarefa trará para si.
Como um músico, que entende sua forma de tocar e seu público, começa a construir um financiamento coletivo para que ele continue com seus objetivos, sem deixar cada passo para depois, fazendo-os quando precisam ser feitos.
Mirando nos fatores externos, pessoas com lócus de controle voltados ao ambiente e às pessoas que o rodeiam acabam criando barreiras nas realizações de tarefas, pois tendem a depender muito mais de terceiros, além de se importarem com comentários feitos por quem os observa.
Um exemplo seria uma apresentação para um público que conhece muito sobre o estilo musical que você se especializou, onde olhares de reprovação podem ocorrer em qualquer falha que você cometer.
INDO NA DIREÇÃO ERRADA
Grande parte dos indivíduos sabem onde querem chegar, porém, não fazem ideia de como farão, de qual direção tomarão. Como se o Waze do seu celular deixasse de funcionar.
Essa falta de conhecimento dos caminhos cria bloqueios gigantescos, que geram medos e incerteza difíceis de controlar.
O mundo na sua concepção VUCA é de fato, cheio dessas ramificações que acabam confundindo as linhas retas que esperamos encontrar durante a vida, e essa bagunça precisa ser entendida como condição normal da vida, para que não levante muros contra a dificuldade.
A vida é dura, tortuosa e cabe à sua mente (com ajuda, caso precise) descobrir caminhos que te levem a alcançar os seus objetivos.
SÃO TANTAS EMOÇÕES
Liderando os bloqueios mentais estão os inúmeros sentimentos que temos, já bem identificado por Roberto Carlos na canção com título homônimo.
Erram aqueles que dizem que só os sentimentos básicos já constroem barreiras. As manifestações radicais deles é que são responsáveis por erguer a cerca que inviabiliza tantos de nossos planos.
Irritabilidade, ressentimento, remorso e até mesmo o amor podem ser o arame farpado que vai te machucar ao chegar perto desse anteparo mental.
Imagine você irritado durante a conversa de uma possível parceria para seu trabalho musical: Com certeza as outras pessoas perceberão e isso vai dificultar bastante aquele tão sonhado show ou contrato de endorsement.
Todo e qualquer sentimento pode entrar nessa conta, e como escrevi acima, o amor pode ser um belo inimigo.
Você ama tanto um estilo de música que não consegue se desvencilhar dele e ainda enxerga os outros estilos como não merecedores de sua atenção, afinal, seus olhos e ouvidos estão voltados apenas para esse amor musical platônico.
Vejo muito disso nos estilos extremos de música, onde o mantra é “ame-o ou deixe-o”.
Ouça a si mesmo, entenda seus sentimentos e controle-os para que eles não sejam os mestres de obra da sua fortaleza mental impenetrável.
Resumindo tudo o que vimos até aqui, queremos que cada um desses pontos chame sua atenção para que, se tais bloqueios sejam identificados, você comece a trabalhar (com ajuda externa, se precisar) nas soluções.
Bloqueios são inerentes dos seres humanos, porém, ao fortificá-los por desconhecimento, só complicará sua vida e seu caminhar na existência.
Diminuí-los e depois destruí-los faz com que você evolua, cresça e atinja o que almeja.
Esperamos que cada conhecimento adquirido nessa jornada pelo comportamento, que está apenas começando, seja aproveitado ao máximo e que faça sentido para que você ou mesmo para quem está a sua volta, tenha uma mente saudável e pronta a enfrentar desafios independente das dificuldades que eles oferecerem.
Sinta, explore sua mente e comente, caso se sinta seguro, por aqui ou nas redes sociais da SANTO ANGELO para que mais músicos se inspirem na sua coragem: identificou algum desses bloqueios na sua vida? Se identificou como fez para superá-los?
Faça sua parte compartilhando suas experiências e tenha certeza de que mais e mais pessoas serão ajudadas e superarão suas barreiras.
Continuaremos a tratar sobre os bloqueios mentais na próxima semana, deixando as barreiras de lado e explorando o que faz nossa mente disparar a pensar, colocando nosso corpo para agir.
Ligue as notificações e fique de olho para quando o próximo post/podcast estiver no ar, para que o assunto fique sempre atualizado e você, cada dia mais preparado!
Otimistas de que você e seus familiares estejam se protegendo de serem contaminados pela COVID-19 e mantendo a Saúde, esperamos encontra-lo por aqui na semana que vem.
Um abraço!