Do som viestes, ao som retornarás.

por Dan Hisa

Eu estou aqui, a Rita Lee”, “Tudo pira, até caipira”, “Ninguém queria pagar a conta, a Cássia Kiss”.

Trocadilhos infames? O titulo do post até que não, mas serve para continuar com a série sobre Criatividade. Aliás, você já leu o anterior sobre a Música Caipira e o quanto as duplas de músicos eram inovadoras para a época? Só clicar aqui e ler, aproveitando para conferir se não perdeu algum dos 5 posts da série.

Usamos aquele trocadilho para apresentar o tema de hoje sobre a Música Eletrônica, que transforma eletricidade em ondas sonoras, no caminho inverso, podemos dizer assim, dos captadores dos instrumentos musicais que transformam a vibração das cordas em impulsos elétricos que, conduzidos pelos cabos SANTO ANGELO (não vá me dizer que você ainda não tem o seu!!!) chegam ao amplificador.

Como você viu, quando em 1910 a música caipira estava começando por aqui, a música eletrônica já entrava na “pré-Adolescência”. Em 1897, Thaddeus Cahill criou o primeiro Telarmónio, um “instrumento” que utilizava um dínamo elétrico e indutores eletromagnéticos para produzir diversas frequências sonoras. Ele era comandado por um teclado e os sons se transmitiam pela linha telefônica até amplificadores acústicos posicionados em locais públicos. Esse sistema não era lá muito bom, visto que atrapalhava nas ligações de outras pessoas.

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Claro que o projeto não poderia dar certo, mas entusiasta que era, Thaddeus ainda fez mais 3 versões do seu brinquedo, a mais leve pesando 7 toneladas e a mais complexa com os míseros 200.000 quilos. Para ter uma ideia do que isso representa, saiba que 200 toneladas é mais do que pesam 2 aviões 737-800 carregados e com passageiros?

Como portabilidade era um problema, depois da 1ª guerra mundial, a modernização desse tipo de aparelho veio com um instrumento que não tinha teclado e usava dois detectores de movimento para controlar volume e altura do som de acordo com o movimento das mãos: o Teremim.

Ainda acha que aparelhos como o Roland SP-555 são “coisa nova” ?

Mas a evolução mesmo só veio na década de 1960, com a melhoria dos sons gerados pelos até então chamados sintetizadores.  Utilizado até por jazzistas pioneiros, esses instrumentos foram se popularizando até seu ápice nos anos 1980 e continuando até hoje. Desde então, vários estilos musicais tem se apropriado dos sons eletrônicos para inovar. Depois da criação das linguagens MIDI (Musical Instrument Digital Interface), ficou mais fácil ainda inserir esses elementos para dar uma nova cara às composições.

E hoje, podemos dizer com orgulho, que além de nossa MPB que quebrou fronteiras e é extremamente reconhecida no exterior, o swing do brasileiro (de influência prioritariamente africana como já falamos no post “Nosso muito obrigado à musicalidade negra.) na Música Eletrônica é também sinônimo de qualidade fora daqui. Gui Boratto, FTampa e Renato Cohen são alguns desses nomes, que pegaram o estilo que já existia e deram suas “pitadas” para criar algo singular.

As formas de colocar um pouco desse toque “robótico” nas músicas é bem simples. Um pequeno sintetizador (que não deve passar de 2,5kg hoje), cabos (de preferência SANTO ANGELO) e a sua guitarra podem gerar resultados bastante agradáveis e dar um toque diferenciado para o seu som. Matthew Bellamy da banda MUSE é um exemplo e prova viva de que o processo funciona, pode ser bem legal e aceito entusiasticamente pelos fans.

Outra possibilidade é colocar esses elementos depois que a música estiver gravada (como uns sons em 8-bit por exemplo), na hora da produção. A sua composição com certeza vai ficar com outra cara (é a mesma coisa que combinar instrumentos musicais, porém, o elemento agora é outro).

Dito isso, daremos apenas um conselho que poderá abrir novos horizontes para a sua composição: Inovar nem sempre é criar algo novo. Você pode reinventar, reler, adicionar, subtrair e alterar a música como você achar melhor. O que manda é o seu feeling e o seu ouvido. Brinque com a música.

Não se esqueça de que, mesmo que você queira apenas ter uma banda cover para tocar nos finais de semana, experimente criar versões de grandes clássicos. O caminho e ter sempre o estudo em dia, conhecendo mais estilos e incorporando tudo isso à sua visão (ou audição) musical.

Como exercício e lição de casa, que tal aproveitar as informações desse post e fazer um vídeo de 15 segundos para o SANTO ANGELO OnStage com elementos eletrônicos.

A gente não se cansa de repetir que gostaríamos que opinasse, elogiasse ou mesmo nos criticasse nos comentários (pode ser no blog ou no Facebook). O espaço aqui livre e realmente queremos que compartilhe mais conhecimentos e dicas para que todos possamos aprender mais e juntos.

Até a próxima.


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