WhatsAulas: A escola na palma da sua mão

Olá, querida leitora e querido leitor, tudo bem com você?

E me conta, como está sua vida em quarentena?

Os números da contaminação pelo COVID-19 estão crescendo no Brasil, mas parece que se cada um fizer sua parte, conseguiremos achatar a curva de contágio sem comprometer demais o já sofrido sistema médico brasileiro.

Conto com você para se manter isolado socialmente por mais um tempo e, caso trabalhe em algum serviço essencial, que continue tomando todos os cuidados necessários com sua saúde e a de seus familiares. #FiqueEmCasa

Recado dado, vamos ao tema de hoje.

Imagino que, enquanto está lendo esse post na tela do seu celular, muitas notificações dos seus grupos da família, amigos e vários outros estão pulando na parte superior do seu celular, acertei?

Porque é justamente desse aplicativo, que não deixa a gente em paz, mas é uma ferramenta incrível no aprendizado musical, que conversaremos hoje.

Sim, ele mesmo: o Whatsapp ou Zapzap, Whats, Zipzop, Patati Passazap como também é conhecido entre os usuários.

Aqui, vamos chamá-lo pelo nome de batismo mesmo: Whatsapp.

Tudo começou com a ideia de um ucraniano radicado nos EUA, chamado Jan Koum, em parceria com Brian Acton, seu antigo companheiro no Yahoo, lá pelos idos de 2009.

Jan estava desempregado e resolveu, assim do nada, criar um aplicativo de mensagens para o novo iPhone da época, o 3GS, após uma tentativa – que não deu certo – de integrar a equipe de programação do Facebook no Vale do Silício.

Aquela ideia, que desde a falta de emprego até a venda da empresa em 2014 para o Facebook, saltou de zero para um valor quase “irrisório” de 19 bilhões de dólares. Você consegue imaginar quanto vale hoje em dia?

Se não imagina, deixe eu te dar alguns números: hoje o aplicativo conta com mais de 1 bilhão de usuários, sendo 100 milhões deles só no Brasil. Pelos dados que o próprio Whatsapp apresenta, são mais de 55 bilhões de mensagens, 45 bilhões de fotos e 1 bilhão de vídeos compartilhados todo santo dia.

Vamos deixar essa conversa sobre valores para outro dia, porque mais importante que dinheiro, foi que, sobre os números acima dos 9 dígitos, os músicos entenderam haver novas possibilidades para o aprendizado musical.

Já não é de hoje que professores vêm tentando modificar a fórmula de sala de aula presencial. Vimos, em meu post anterior, como os VHS e os DVD fizeram sua parte.

Mas ainda faltava um elo para unir professor e aluno: a supervisão.

Explico melhor: quando você comete um erro, seja ele de execução ou de posicionamento no seu instrumento e não tem alguém para enxergar aquilo, nem oferecer uma correção ou alternativa, acaba prejudicando, mais para frente, a sua evolução como músico.

Postura, posição das mãos no instrumento, melhores formas de executar os acordes, tudo isso só é passível de correção quando observado no instante da aprendizagem. Depois de 6 meses, já se tornou um vício pessoal difícil de tirar.

Os professores enxergaram no streaming, tanto gravado quanto ao vivo, a possibilidade de continuarem as aulas com a frequência necessária.

No formato de streaming gravado, como oferecido em plataformas de aula como o Music Jungle, a Udemy, a MusicDot ou mesmo em sites próprios dos músicos, o aluno consegue visualizar com perfeição como o exercício é executado, a melhor forma de montar o acorde e anotar suas dúvidas para questionar depois os professores, em fóruns próprios da plataforma ou via grupos de Whatsapp ou Telegram – os quais são montados pelos próprios docentes.

Já nos formatos “live class”, além das benesses enumeradas acima, o professor ainda consegue acompanhas a evolução mais de perto, corrigir alguns erros na hora e sugerir outras formas de estudo, caso julgue que o aluno está com dificuldades.

Ao vivo ou gravado, o streaming ajudou a consolidar diversos métodos de ensino fora da convencional sala de aula. Isso diminuiu custos para os professores, fazendo com que esses oferecessem cursos mais acessíveis e para mais pessoas – afinal, se quiser estudar algum instrumento, você vai acabar comprando e montando seu próprio setup, seja ele dos nossos queridos instrumentos elétricos, seja dos clássicos acústicos.

Não vou me prolongar com essa parte técnica, pois acho interessante trazer opiniões de quem faz isso no seu dia a dia.

Um mestre já bem conhecido nosso por aqui e uma musicista que está entendendo essa necessidade agora, em tempos de isolamento: Maurício Alabama e Luana Mascari.

Para compor esse post, fiz 4 perguntas para eles, cujas respostas foram resumidas em seguida:

1 – Como você entendeu que as aulas via Whatsapp, ou qualquer outra plataforma de vídeo conferência, funcionavam?

2 – Quais as maiores diferenças que você sente entre a aula presencial e a online?

3 – Está satisfeito ou satisfeita com os resultados? E os alunos?

4 – Acha que existe alguma tecnologia que possa melhorar ainda mais esse tipo de relacionamento professor-aluno?

Caso queira ouvir as respostas na íntegra, assim como todo esse post, clique na imagem abaixo ou ouça o podcast lá no seu agregador preferido.

O Maurício Alabama migrou definitivamente para as plataformas online. No seu instituto, o IMA  hoje ele conta com dois professores para aulas presenciais enquanto ele foca 100% do tempo no conteúdo via streaming.

Alabama fez essa migração após ter trabalhado inclusive com aulas em DVD – como já foi tratado no blog, cujo post você acessa clicando aqui  – e encontrar alguns problemas como atraso de envios, a durabilidade dos DVDs quando riscados entre outras complicações.

Visando ter uma melhor qualidade e diminuir o custo operacional – gravação, frete, capa – ele enxergou no streaming a solução.

O curso de 6 módulos, que ele lançou via Whatsapp, foca em Criatividade e Improvisação e se adequa completamente ao tempo do aluno – aquele famoso dilema de o que fazer com as horas que você não está trabalhando.

No curso também está incluído o envio de vídeos com exercícios, tablaturas em .pdf, arquivos em GuitarPro e Backing Tracks para estudo.

Maurício sentiu bem a diferença pelo alcance que suas aulas têm alçado. Ele configurou seu estúdio de maneira a oferecer a melhor experiência para o estudante – a tão falada UX ou User´s Experience – mostrando os exercícios em detalhes para completo aproveitamento do aluno.

Essa forma diminui muito as dúvidas do aluno que possam surgir.

Ele se diz extremamente satisfeito com os resultados e conta também que os alunos escrevem depoimentos incríveis, com saltos evolutivos de um mês para o outro e melhoria no entendimento do instrumento.

Isso só o anima em trazer sempre mais conhecimento e conteúdo para o grupo de estudantes.

E por fim, Alabama entende que algumas plataformas ainda pecam em oferecer ferramentas para avaliar melhor a evolução, porém, algumas delas promovem “quiz’s” – ou pesquisas – que fazem essa medição.

O app Telegram também se mostra uma saída interessante, que resolve algumas limitações do Whatsapp, ao ponto de estar avaliando seriamente em abandonar esse último em prol do Telegram.

Já a Luana Mascari, professora de piano e ukulele em Caraguatatuba-SP custou a entender a questão online por ter recebido uma educação musical bem presencial, envolvendo até viagens para outras cidades.

Luana utiliza mais o Hangouts como plataforma, pela estabilidade e possibilidades de espelhar a tela. A estratégia deu tão certo que ela diz não saber se volta tão cedo para as aulas presenciais, já que, mesmo não tendo um controle sobre o ambiente, tem ótimos resultados.

As maiores diferenças, como ela mencionou acima, são o controle do espaço de estudo – com menos distrações – e a visão de como o aluno se porta por inteiro, sendo possível observar mais atentamente as minúcias de postura e posições para tocar.

As formas online de ensino, para ela, são mais organizadas e as vezes benéficas para o futuro, já que algumas partituras antigas precisam ser digitalizadas, o que acaba por imortalizá-las.

Ela se sente muito satisfeita com as aulas e os alunos também apresentam evoluções significativas em curtíssimos períodos. Dizem os estudantes que o fato de não pararem de praticar e terem mais tempo de estudo nesse momento, acaba por motivá-los ainda mais.

E como salto final para uma evolução das aulas via streaming ao vivo, Luana entende que falta alguma plataforma livre específica para ensino musical onde seja possível disponibilizar um cronograma, uma biblioteca de arquivos e que não prejudique quem só tem acesso ao smartphone – compartilhamentos de tela acabam ficando difíceis de visualizar em celulares.

Deixo aqui meu agradecimento ao Maurício Alabama e à Luana Mascari por dividirem suas experiências com todos nós aqui no blog SANTO ANGELO. Que o Sucesso lhes sorria cada vez mais.

Claro que temos outras visões de muitos professores no Brasil, mas entendo que começamos um debate que só tende a incrementar a tecnologia para que as aulas à distância sejam cada vez mais possíveis e acessíveis para que mais brasileiros e brasileiras possam tocar um instrumento musical o mais rápido possível.

Esse é o sonho por detrás da marca SANTO ANGELO que cada dia vai ficando mais real. Aliás, não é à toa que tem gente de peso dizendo que “um sonho é a parte mais importante da realidade”, concorda?

E já que você agora está com a palavra, conte-nos se já fez alguma aula via Whatsapp, Telegram, Hagouts ou via qualquer outra plataforma? Valeu a experiência ou foi frustante?

Pelo número de usuários, o Whatsapp se tornou uma plataforma muito atrativa, por isso ela foi e ainda é a porta de entrada para o aprendizado em geral, não só o musical.

Com a facilidade de baixar qualquer outro app com funcionalidades diversas, os professores se adaptam e oferecem cada vez mais conteúdo de qualidade das mais diversas formas e nas mais plurais plataformas.

E qual será o próximo passo?

Conto com a sua opinião e comentário aqui no post, no Facebook ou no Instagram. Traga suas experiências e ideias para fortalecermos nosso conhecimento em grupo e todos evoluirmos juntos.

Agradeço a você pela leitura e pelas contribuições.

Grande abraço.

 

 

 

Dan Souza (IG: @danhisa) é músico e profissional de Marketing, Relações Artísticas, Branded Content, Performance e Music Business, formado pela UNINOVE.

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