Músico de quarto: Quando e como sair fora?

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Fala pessoal, tudo bem?

Depois de tanta polêmica sobre a expressão (ou xingamento?) “Músico de Quarto” e como os endorsees SANTO ANGELO pensam a respeito (que você pode reler clicando aqui , tivemos um debate interessante sobre as alternativas de “sair ou não” do quarto.

Será que tocar somente no quarto é viável para o desenvolver uma carreira?

Todos concordamos que a troca de experiências entre pessoas e sua exposição aos mais variados estilos musicais e artistas em geral são necessários para a evolução de todo músico ou, pelo menos, de quem deseja seguir vivendo da Música.

Como fazer então para que alguém saia do seu quarto em busca de melhores resultados com trabalhos criativos e de qualidade?

A resposta é complexa, em especial por conta das mudanças do mercado, mas conhecer alguns depoimentos de quem já passou pela porta (e sobreviveu) pode te ajudar a criar coragem para entender melhor o “mundo externo”.

Já sabemos que a formação técnica, conhecimento e um plano de estudo estruturado são essenciais na construção de uma carreira consistente, assim como desenvolver a criatividade, criando e produzindo músicas novas.

Tocar somente covers de outras músicas ou ficar repetindo sempre o mesmo repertório pode ser um obstáculo a mais que retardam sua decisão.

Por isso, nada melhor do que ler depoimentos reais de músicos que já deram esse passo. Não tenha medo porque todos eles são ou já foram tão inseguros quanto você é hoje e, se reparar bem, algum devem ter a sua idade também.

Bora conhece-los e sua ouvir suas histórias?

André Victor G.Faria: Fazer vídeos do seu som no quarto, e depois compartilhá-los em redes sociais ou espaços de alta visualização como nos grupos fechados  que as empresas disponibilizam como o SANTO ANGELO 15S.

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Leonardo Santiago: Primeiramente abrir a porta do quarto (brincadeira). Como já bem disseram: estudo é essencial, mas também acreditar em si mesmo e arriscar, claro que com disciplina e sem passar por cima de ninguém.

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Samuel Ferreira: Focar em um objetivo, seja tocar em palco, lecionar, gravar, etc… Porque não adianta querer sair de um lugar se não sabe aonde quer chegar. Depois disso, ter foco, disciplina e dedicação. Uma frase que eu criei e que levo comigo é a seguinte: “Quando fazemos por amor o sacrifício torna-se prazeroso”

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Marcelo Teixeira Martins: Acho que depende. Um dos maiores motivos para existirem tantos guitarristas de quarto é a Internet, ou seja, a maior (e mais barata) ferramenta de divulgação é a internet. Mas é preciso cultivar as relações interpessoais, fazer contatos fora da telinha do celular, do PC, ter um tempo para os vídeos, navegar e estudar. Além disso, é preciso criar relacionamento também fora da internet com pessoas que buscam os mesmos interesses.

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Eu, por exemplo, divulgo muita coisa nos meus vídeos, que se torna um chamariz para atrair mais alunos aqui do Rio de Janeiro. Para quem não me conhece, saibam que dou aula em boa parte da Zona sul e Zona Oeste.

Além disso, trabalhei de 2009 a 2013 com a Banda Promises e isso me ajudou muito na minha divulgação aqui na região. Atualmente faço faculdade de licenciatura em Música e isso me ajuda a me especializar cada vez mais.

Acilio Rodrigues: A verdade é que, por mais que a gente saia do quarto com uma formação musical ou pronta pra sair tocando, sempre tem algo novo para aprender, porque o estudo da Música nunca termina. Isso significa que de qualquer forma sempre vamos voltar para o bom e velho quarto de estudo.

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Leandro Farias: Acredito em arregaçar as mangas e formar alguma banda, ensaiar e fazer o primeiro show em numa festa/aniversário de alguém.

Todo mundo começa de algum lugar. Eu mesmo comecei a tocar numa banda de um cursinho pré-vestibular que eu fazia e daí já fui pegando vivência (banda de pop rock).

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A gente tocava nos eventos do cursinho e, depois que entrei na faculdade, montei um Power Trio com o baixista e o batera dessa banda.  As coisas começaram a evoluir porque tocávamos o que a galera queria ouvir (na época Rush e Sabbath), A partir dali começamos a marcar alguns shows e a receber cachê.

Algo que ainda não falaram, mas é um dos pontos mais importantes, é procurar desenvolver seu próprio networking e se especializar em algum nicho que goste. Claro, não se esquecer da sua base de estudos e tudo o mais que a galera disse nos depoimentos anteriores.

Jordan Hohenfeld: Desde criança, tenho o sonho de tocar como meus ídolos da guitarra. Então minha história, diferente de alguns guitarristas, já começou na tentativa de disseminar minha música instrumental.

Sem muito recursos e sem saber trabalhar com produção (uso dos softwares e etc.), comecei a gravar minhas musicas com os instrumentos virtuais de um teclado iniciante Casio, usando programas simples. Na tentativa de “sair do quarto”, inscrevia as músicas nos festivais da cidade (Salvador/BA), mas nunca ganhava porque a minha produção era muito amadora.

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Achei por bem, então, investir em músicas populares que conseguisse os backing tracks na internet, e assim, ir a procura de locais para me apresentar.

Comecei como convidado em um show de um grande amigo guitarrista, chamado Fred Menendez. Mas eu queria mais, queria ter meu próprio show! Então, gravei um CD demo (ainda muito simples) e entreguei em alguns bares da cidade.

Até que consegui me apresentar em alguns deles, mas os donos dos estabelecimentos não me procuravam novamente, isso porque, faltava-me experiência e material para trabalhar.

Percebi que precisava basicamente de duas coisas: Capital financeiro (para melhorar meu equipamento) e conhecimento. Então fui a procura das chamadas “guiguis”: sai mergulhando em tudo quanto era banda local, na tentativa de levantar um fundo financeiro para melhorar meu equipamento, e desta forma, investir na música instrumental.

Enfim, toquei em bandas dentro e fora de Salvador, cantei em barzinho, dei aulas, até acreditem ou não, baixista eu fui (rs).

Para melhorar meu conhecimento, comecei a estudar a fim de entrar na Universidade Federal da Bahia, conseguindo ingressar em 2012 no curso de Composição e Regência.

Com todo este trajeto, pude conhecer músicos e assim, formar minha banda instrumental em 2013. A caminhada pela estrada musical, também me fez perceber qual tipo de “ambiente” meu trabalho melhor se adequava, oferecendo então, o show certo para o contratante que realmente tinha interesse naquele estilo.

Meu projeto instrumental solo tem 5 anos de formado e nos apresentamos em hotéis, festivais, restaurantes e etc. e o que tenho a dizer é que, para “sair do quarto”, é necessário ter a coragem de ir em busca do que você precisa, de mostrar seu trabalho, coragem para não se conformar nunca com a situação atual e discernimento para compreender quais ações tomar naquele momento em sua vida.

 Esse é um pequeno resumo da minha história e espero ter sido útil a muitos que pensam em tomar coragem para saírem de seus quartos.

Yvan Castilho: Além de estudo pesado e focado é necessário sair por conta própria, de alguma forma: shows pequenos, vídeos na internet, e acho mais legal ainda, compor seu material próprio e divulgar em vídeos pelas redes sociais.

Não dá pra achar que sair do quarto é apenas ter palco para fazer shows, pois se pensar assim restringirá as oportunidades.

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Meus vídeos já me abriram convites para tocar em bandas e gigs. Nesse caso, tem que saber selecionar bem o que vai topar fazer, pois uma escolha mal feita pode ter resultados devastadores.

Outra forma de sair do quarto, é procurar se graduar e dar aulas em locais renomados. Eu sou professor da Escola de Música Villa Lobos, na cidade de Teresópolis/RJ, ligada à escola homônima no Rio de Janeiro, e que tem uma excelente reputação há décadas, onde o processo seletivo de admissão é bem rigoroso.

Já fui contratado para trabalhos pelo fato de ser professor lá, já que para quem conhece o meio, estar atuando como professor junto à esta escola, é uma referência segura para os contratantes.

Cassius Bonfim Acredito que para sair do quarto, além de foco, estudo, e tudo o que já foi mencionado nos comentários anteriores, o músico precisa tocar com músicos, principalmente aqueles músicos melhores do que ele.

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Outra coisa é saber esperar e estar pronto para tentar algo maior. Não adianta chegar nos caras (empresários, contratantes ou outros músicos mais experientes) sem ter uma musicalidade (não disse somente técnica) madura o suficiente! Trabalhe bem isso.

 Stallone Terto O quarto é realmente um bom início, ambiente que nos deixa bem seguros. No meu início de carreira, acabava me isolando e ficava até com vergonha do som que tirava. Nem queria que meus pais escutassem o que eu tocava.

Com o tempo fui ganhando confiança, mais experiência e criei coragem para sair da toca (rs). Fui tocar com os amigos do bairro, porque era algo bem interessante, quando sempre aprendia algo novo, além de eu poder colocar em prática tudo que estava estudando.

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Sem querer, fui fazendo um networking poderoso no bairro onde morava. na escola onde estudava e evoluindo além daquele “garoto do violão” ou “musico de quarto” como tantos outros garotos são chamados hoje em dia.

Para resumir, como o meu trabalho de “um pouco por dia” conheci tanta gente por causa dos sons que tirava e criei mais coragem para comprar uma guitarra. Daí me chamaram para a primeira banda, que da garagem rodou todo estado. Foi começo para tudo que vivo hoje na música.

Sei bem que os tempos são outros e que tudo está mais online. Hoje você grava um vídeo no quarto, mesmo sem nunca ter saído de dentro dele e consegue muitas visualizações.

Mas não permita que isso o prenda numa jaula solitária. Componha seus playbacks e sái para ganhar o mundo compartilhando música ao vivo, cara a cara, batalhando pelo seu público, interagindo e vibrando com o seu som!!!

Acredite, todo o sofrimento que tiver que passar vai desaparecer quando ouvir sua guitarra no PA do show e a vibração do ampli no talo. Isso será algo inexplicável!!! #MúsicaÉVida

Resumindo (rs): Estude no seu quarto, na sala, cozinha aonde for, prepare-se ao máximo e se, este for o seu objetivo de verdade, “saia da toca” para tocar. O mundo te espera!!

 

Achou que ia ler a opinião dos grandes endorsees da SANTO ANGELO? Pois todos esses “guerreiros” fazem parte dos grupos fechados da SANTO ANGELO que batalham para crescerem na carreira musical todos os dias.

Ainda não faz parte desses grupos? Vá lá na fanpage da SANTO ANGELO e se inscreva. Desde que use nossos cabos e acessórios musicais, as portas sempre estarão abertas para você.

Você pensa de maneira diferente? Não tem problema, esse espaço é justamente para debatermos e refletirmos sobre outros pontos de vistas e perspectivas. Por isso. se quiser contribuir, deixe sua opinião, críticas, dúvidas ou demais comentários aqui no blog ou no website da SANTO ANGELO, além de comentar nas nossas redes sociais, combinado?

Abraços e até a próxima.

Lygia Teles, é Relações Públicas e especialista em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP. Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da SANTO ANGELO.

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