Arrumando a casa e a empresa.

Lounge Empreendedor

por Dan Hisa

Muito bem: você leu nosso post anterior sobre os Micro Empreendedores Individuais e tomou a decisão de se tornar um MEI, decidido a trabalhar por conta própria e oferecer serviços musicais como Pessoa Jurídica. Claro que essa decisão abrirá muitas portas, pelo fato dos contratantes ficarem mais tranquilos por tratarem com profissionais autônomos e economizando em impostos e encargos sociais quando lidam com empregados CLT.

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Se a independência está aos seus pés, saiba que isso também implica em novas responsabilidades e assim chegou a hora de ser triplamente organizado e separar as contas. Você já deve ter percebido que o post de hoje vai se debruçar nisso: organização.

Antes de qualquer coisa, você sabe o que é um Fluxo de Caixa?

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Podemos dizer que o Fluxo de Caixa é uma ferramenta de controle. Todo o dinheiro que entra e sai de sua empresa em certo período (normalmente, por mês) deve estar ali relacionado, mais ou menos como dissemos para você fazer com seu controle financeiro pessoal, lembra? Não? Então clique aqui para lembrar.

Com uma boa planilha de Fluxo de Caixa, você tem noção do que deve, do que tem a receber e o seu saldo na conta da empresa. Com essas informações, conseguirá fazer previsões para os períodos futuros.

Caso o saldo (receitas menos despesas) esteja positivo, maravilha, você conseguirá pagar tudo o que se comprometeu e ainda saberá quanto sobrou no Caixa. Mas se estiver vermelho, sinal de que sua “empresa de um homem só” está gastando mais do que pode.

Como já vimos, o Excel é a ferramenta mais simples para se utilizar em uma planilha de Fluxo de Caixa e para não inventar a roda, disponibilizamos um arquivo do nosso parceiro portal Financeiro Amigo. Para baixá-la, clique aqui. É um modelo bem simples, mas que poderá te ajudar no começo de sua empreitada. Lembrando que mais detalhamento e anotações constantes conforme sua empresa de “um homem só” vá se desenvolvendo, serão bem vindas para a planilha ficar cada vez mais completa e funcionar como uma boa ferramenta de gestão.

Agora, como você já sabe o “esquema” dessa planilha, vai começar o verdadeiro desafio. Não são todos os empreendedores que conseguem superá-lo. Estamos falando do monstro da “bagunça financeira”. “Mas quem é essa aberração que espreita embaixo das mesas de escritórios ou home offices?” você pode estar se perguntando.

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Esse “ser bizarro” cresce e se nutre quando se confundem as contas pessoais com as profissionais. Pode ser pedindo ao “seu roadie” (contratado por que você é um MEI) para pagar a conta de água da sua casa no banco (o tempo dele é pago pela empresa, certo?) ou pegando um dinheiro da jarra de moedas em cima da sua geladeira para comprar material para seu escritório. Saiba que essa “besta” pode matar o seu pequeno negócio. Ela não tem piedade.

Mas existem formas de se proteger da devastação que ela pode causar. E uma das mais importantes é a sagrada Organização.

Pense da seguinte forma antes de agir: esse serviço é para a minha empresa ou para mim como Pessoa Física? Se você conseguir dividir seus gastos e recebimentos fazendo essa pergunta, já é um grande passo. Adiante, no texto, faremos um pequeno teste com você.

Vamos às dicas:

Deixe em casa o que é de casa: Quem está começando no mundo corporativo sempre se dedica muito para que o negócio prospere (como exemplo, um produtor que dorme no estúdio para realizar o máximo possível dos trabalhos). Nesse momento, as contas pessoais podem começar a se misturar. Tome cuidado e mantenha sempre tudo bem separado.

Empresa não é casamento para ter conta compartilhada: Vá até o seu banco e abra 2 contas: uma para a sua empresa e outra para você. Essa atitude já te garante um pouco de tranquilidade na hora de receber os serviços prestados ou pagar as contas. Use o cartão certo para a destinação certa. Além disso, com histórico bancário mais “saudável” sua pequena empresa pode até pedir financiamento a juros menores que os praticados pelo mercado. Duvida?

Seja “Bro” do seu gerente: Aproveitando que você abriu outra conta para a sua empresa, converse com seu gerente da conta empresarial. Alguns bancos oferecem produtos bem interessantes para os empreendedores, como um crédito com taxas diferenciadas ou facilidade em alguns serviços (peça cartões de conta com cores diferentes para não se confundir com o seu pessoal e passar um fogão para a sua casa no cartão de crédito da empresa).

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O caixa da empresa não é um pote de ouro infinito: Tente se programar para retirar o seu pro-labore (que é o “salário” do empreendedor). Não faça retiradas como se ele não fosse acabar nunca. Pense dessa forma: “se eu contratasse um profissional para fazer o que eu faço quanto pagaria para ele?” e ai você define quanto tirará por mês. Outra coisa interessante é definir uma data, como se fosse o dia do seu pagamento (adiantamento dia 20 e salário dia 5), assim seu controle fica melhor ainda. Se precisar de dinheiro extra, reponha o “empréstimo” no mês seguinte sem falta. Lembrando que o saldo positivo não deve ser retirado de uma vez só, lembre-se que para que a empresa cresça, ela precisará de investimentos (então, não deixe o caixa “elas por elas”).

Help! I need somebody, help!”: Citando a música dos Beatles, se você não se sentir seguro em fazer esse controle de finanças no primeiro momento, procure ajuda de um especialista. Você deve ter um amigo músico que não seguiu carreira e fez Economia ou Contabilidade na faculdade. O detalhe é não deixar para depois, peça ajuda o mais rápido possível. Softwares de gestão, para PC ou celulares, podem também ajudar muito nessa tarefa. Ah, faça também cursos de finanças, nunca é demais aprender algo novo (mesmo que os números te deem medo). Pode até usar o portal “Financeiro Amigo” para fazer esses cursos online. Mas isso não vale só para a área financeira, mas também para marketing, logística, praticas trabalhistas, etc…

Pesquise sempre: Não compre o equipamento que você precisa na primeira loja (por impulso, lembra-se do que falamos sobre consumismo? Está bem, clique aqui para relembrar), pesquise em vários lugares, físicos ou online, para que você economize e ajude seu fluxo de caixa a ficar de um azul mais bonito.

Isso tudo parece ser bem básico, mas as coisas simples nem sempre são fáceis de fazer. Exige muito controle (emocional principalmente na parte dos músicos, para não comprar aquela guitarra assim que bater o olho nela) e organização de minúcias (já ouviram dizer que o segredo está nos detalhes, né?). Seguindo essa fórmula, você tem tudo para dar certo e, em um momento breve e oportuno, expandir.

Agora um teste, com 8 questões, para ver se você consegue separar o que é da empresa e o que é pessoal. Vamos lá?

TESTE - Gastos

E ai, quais foram as suas respostas? Conte para nós nos comentários aqui do blog. Esperamos que você tenha aprendido mais um conhecimento importante no caminho que você trilhará como músico empreendedor e dono das suas próprias ações.

Gostou do post ou achou ele chato (de certa forma, são números)? Comente, critique e elogie nos comentários do blog ou na fanpage do Facebook.

Sucesso e nos vemos semana que vem!

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