As atitudes dependem só de você!

por Carolina Gasparini

“Meus heróis morreram de overdose”. O trecho da música “Ideologia”, feita por Cazuza na década de 80 quando o músico já enfrentava problemas relacionados à AIDS está em voga hoje como nunca esteve antes. A relação entre drogas e Música é antiga e, infelizmente, faz inúmeras vítimas todos os dias e cada vez mais perde o status de glamour que teve por muitos anos, passando a ser um perigo real, imediato e que deve ser evitado a todo custo.

A cada momento recebemos a notícia de algum artista querido que faleceu, devido ao abuso de álcool ou drogas. Tais mortes não são novidades, embora algumas nos surpreendam por nunca termos sequer pensado que aqueles cantores usariam drogas e remédios. Ao contrário do que algumas pessoas possam supor, não é somente entre os músicos que tocam Rock’n Roll que o problema ocorre. Provas disso são as mortes de Amy Winehouse e Whitney Houston em decorrência do abuso de substâncias ilícitas.

Além dos tóxicos ilegais, substâncias “permitidas” como álcool ou remédios utilizados para tratamento de doenças psíquicas podem causar inúmeros problemas e até levar a morte, como no caso de Elvis Presley. Como ele, muitos músicos não conseguem lidar com a depressão ou outros distúrbios psicológicos, gerados como, por exemplo, o fim do sucesso, do dinheiro e da família. Outros, como ocorre aqui no Brasil, acabam indo morar nas ruas, alienados da realidade e sujeitos a todo tipo de perigos. O caso mais recente e igualmente estarrecedor foi a morte no dia 22 de fevereiro de Renato Rocha, 53 anos, baixista da 1ª formação do Legião Urbana.

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Renato deixou a banda em 1989, quando estavam prestes a assinar o contrato do álbum As Quatro Estações. Em uma entrevista concedida anos mais tarde, ele afirmou que foi expulso por Renato Russo que, saindo de um elevador, disse: “Você está fora da minha banda”. Em entrevistas posteriores, outro integrante do Legião, o guitarrista Dado Villa-Lobos, revelou que os reais motivos da saída de Renato Rocha foram devido aos seus problemas pessoais com bebidas e atrasos em shows .

Em 25/03/2012, o programa jornalístico Domingo Espetacular, da Rede Record, exibiu uma matéria sobre Renato, mostrando como o músico havia se transformado em morador de rua no Rio de Janeiro. A reportagem descrevia a série de acontecimentos que o levaram a perder tudo e ir morar nas ruas cariocas. Especulava também o porquê de os direitos autorais não serem suficientes para que o músico conseguisse tocar sua vida dignamente e também o porquê de sua vida ter se transformado tão radicalmente. Ainda na reportagem, o ECAD comunicou que repassava ao músico um valor de cerca de R$ 900 por mês. Saiba mais, clicando aqui.

Música e drogas

Ser músico é uma profissão desgastante e solitária. Viver na estrada de turnê em turnê, trancado em estúdio e vendo mais os integrantes da banda do que a própria família. É preciso maturidade e cabeça no lugar para evitar cair no mundo de ilusão e tentar utilizar drogas e álcool como válvula de escape para os diversos problemas que a vida nos apresenta.

Resistir e não utilizar entorpecentes é algo difícil, uma vez que atualmente eles estão em todos os lugares, nas mais diversas formas e fáceis de conseguir. Desde crianças somos assediados e instigados pelos “amigos” a beber ou usar entorpecentes para pertencer à “turma”. E vai de cada um decidir o que quer para sua vida: viver, se divertir e ser feliz ou definhar e morrer precocemente. A escolha é de cada um.

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Ozzy Osbourne já foi processado inúmeras vezes, inclusive com a acusação de incitar o suicídio com suas músicas. No entanto, a música em questão “Suicide Solution” fala justamente sobre o abuso de álcool, por um cantor que viveu anos sem saber o que era sobriedade. “Mistura suicida” seria o que representa o álcool, uma forma de acabar com tudo aos poucos.

A maldição dos 27

Muito se especula, mas a quantidade de astros que morreram aos 27 anos (em sua maioria pelo abuso de drogas e álcool) é apenas uma coincidência, segundo médicos.

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Os artistas mais conhecidos que faleceram com essa idade são Brian Jones, Jimmi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e Amy Winehouse. Com exceção de Brian Jones, que foi assassinado, todos os outros tiveram drogas e álcool relacionados com suas mortes.

Outros problemas

Além da morte, o abuso de substâncias tóxicas pode trazer inúmeras doenças, prejudicando e até mesmo impedindo o músico de continuar sua carreira. Perda da voz, da audição, dos movimentos de alguns músculos e também acidentes que poderiam ser evitados caso estivesse sóbrio pode acabar com uma carreira promissora.

A memória também pode ser afetada, maior suscetibilidade para contrair doenças como a AIDS, uma vez que a pessoa não mantém plena capacidade de julgamento quando está sob efeitos de alucinógenos.

Recentemente, Scott Stapp, vocalista da banda Creed, divulgou um vídeo em que diz ter sido roubado e estar sem dinheiro algum. Durante a gravação, Stapp dá claros sinais de estar confuso e paranóico, contando 3 histórias diferentes sobre o dinheiro. A paranóia, possivelmente causada por anos de abuso de drogas, chegou ao ponto de a polícia norte-americana ser avisada de que Stapp estaria alucinando ser um agente secreto da CIA com a missão de matar Barack Obama, presidente do país.

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Alucinações também são perigosas, podendo levar ao suicídio ou crimes, assim como o sentimento de tristeza e solidão que acompanha o fim do efeito das drogas.

Fim do dinheiro

Outro problema enfrentado por diversos músicos e que também pode levar à busca por fugir da realidade é o fim do sucesso e do dinheiro. Muitas bandas fazem sucesso imediato e tem uma ascensão meteórica, mas da mesma forma que sobem, elas são esquecidas pelo público e caem no marasmo, começando a apresentar dificuldades financeiras.

Não há como prever quando o sucesso acabará ou diminuirá. Por isso, vale a pena pensar no futuro, assim como fazem os profissionais de outras áreas. Investir em uma previdência privada ou em fontes de renda é o ideal a se fazer quando se está por cima.

A tentação ocorre quase sempre, com músicos, jogadores de futebol e ganhadores da Megasena, que de um dia para o outro, se vêem ganhando muito mais do que jamais imaginaram. Eis o momento em que o sucesso começa a subir à cabeça e é preciso cuidado. Viajar, comprar carros, motocicletas, casas e esbanjar o dinheiro com os amigos é divertido no momento, mas pode trazer inúmeros arrependimentos futuros e dificuldades.

Como evitar?

Como recentemente disse Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, em entrevista à revista Contigo!, a melhor forma de se manter limpo é evitar as tentações. O cantor passou mais de 30 anos sob efeitos de tóxicos e agora foge ao final dos shows para não correr o risco de ter uma recaída. O músico se diz mais disposto e ativo após parar com o uso de drogas e álcool.

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Músicos que se exercitam, hidratam-se bem e evitam abusos possuem maior disposição para as turnês. Viver na estrada é o sonho da maioria dos músicos, mas o glamour não é a única coisa existente. É preciso ficar horas em ônibus ou aviões, enfrentar maratonas de shows e a exaustão é comum. Por isso comer alimentos leves e saudáveis e ingerir água no lugar do álcool é recomendado.

No entanto, nada que nós da SANTO ANGELO, médicos ou qualquer outra pessoa disser vai fazer muita diferença. A atitude e desejo de não entrar nas drogas tem que partir de você, da sua vontade de manter hábitos saudáveis e conseguir dar o melhor de si para, mesmo que algo dê errado, você consiga estufar o peito e dizer: “Eu não uso drogas”.

E lembre-se que, a partir de agora, todas as quintas-feiras traremos assuntos relacionados à saúde e bem estar. Até a próxima!




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