Lista De Lily: uma banda acontecendo em 2017
Caro leitor,
Peço licença a você, que vem acompanhando a série de posts dos endorsees SANTO ANGELO sobre formação e desenvolvimento de bandas aqui no blog para pensarmos sobre a economia criativa e tecnologia.
A “Lista De Lily”, cuja história você conhecerá logo mais, é um desses grupos que vem empurrando a frente as fronteiras de exposição da criatividade brasileira.
Ou você achava que tocar na NAMM era o máximo que um artista poderia sonhar?
Desde que o Dr. SANTO ANGELO falou desse sonho nesse post eu venho me perguntando qual seria o próximo evento que levaria os músicos a sonharem com mais oportunidades de empreenderem e expressarem sua arte.
Conhece o South by Southwest (SXSW), o maior festival de convergência das indústrias de filme, musica e interatividade do mundo? É um evento tão importante que a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento) levará 62 empresas brasileiras para Austin, Texas / EUA de 10 a 19 de março de 2017 conforme pode ler nesse link.
Eu conheci o SXSW pelo meu interesse nos negócios digitais e pela esperança que esta pode ser uma grande oportunidade para os músicos se desenvolverem dentro da Economia Criativa, conforme escrevi nesse post.
Bom, você já deve ter percebido que foi lendo sobre o SXSW 2017 que ouvi falar pela 1ª.vez da “Lista de Lily”, uma das bandas brasileiras que se apresentarão por lá.
Ficou curioso, da mesma forma que eu, para saber mais sobre esses músicos?
Então confira essa entrevista sensacional que os integrantes da banda deram para a Lygia Teles (1), que representa uma dose de inspiração e motivação para todos nós:
SANTO ANGELO: Quem são os componentes da banda Lista de Lily? E como surgiu a banda?
LL: Falar de nós mesmo poderia soar estranho, de tal forma que em primeiro lugar a galera do blog SANTO ANGELO a conhecer nosso trabalho ( e se inscreverem, claro) no nosso canal Youtube ou na fanpage do Facebook.
Então, muito prazer! Somos o Lucas Lima (Baixista) Tynkato (Vocalista e Guitarrista) Adolfo (Synths e backin vocals) e Danilo (Bateria).
A “Lista de Lily” é uma banda de rock experimental/tropical de Brasília/DF fundada em outubro de 2014 por amigos que integravam outras bandas e tinham em comum a vontade de fazer um som totalmente livre de regras e formas.
Nosso objetivo sempre foi inovar e apresentar algo diferente para o público.
As ideias surgiram como jam e foram evoluindo até sair o primeiro EP “Amizade”. Aliás, todos os nossos EPs até agora foram gravados e produzidos pelo nosso vocalista Tynkato em seu home-estúdio.
Nossa ideia principal sempre foi experimentar, tanto na composição quanto na produção e mixagem das nossas músicas. Queríamos soar algo diferente.
SA: Como a banda vê o atual cenário de música no Brasil?
LL: Somos um exemplo de banda local que conseguiu e buscou uma projeção nacional.
NOTA DA REDAÇÃO: esse comentário é muito importante para nossos leitores que, erroneamente, poderiam pensar que a banda nasceu pensando no mercado internacional. Sugerimos que assistam ao vídeo do Bruno Mello tratando desse assunto para entenderem a evolução gradativa da “Lista de Lily”
Engraçado, mas estamos muito otimistas e sentimos isso do mercado. Fazia muito tempo que não víamos o cenário de música do Brasil tão promissor.Várias bandas independentes se destacando dentro e fora do Brasil (Scalene, Far Form Alaska, Boogarins, etc) e várias outras ganhando relevância.
Acreditamos que a cena está mais unida com as bandas ajudando umas as outras. Acho que esse é o segredo. Sem dúvida que o mercado unido trará resultados positivos para todos nós: músicos, produtores, empresários e fabricantes.
Temos aqui no DF, um projeto chamado “Vai Tomar no Cover” no qual utilizamos um gerador de energia portátil. Pegamos o som e montamos na rua, praças, parques ou qualquer outra área permitida.
Fizemos mais de 40 edições e já “botamos” várias bandas daqui e de fora do DF pra tocar. Aliás, conseguimos montar uma turnê pra “Lista de Lily” com os contatos que fizemos através do “Vai Tomar no Cover”
SA: Quais foram os desafios e obstáculos que a banda passou para chegar até aqui?
LL: Tivemos muitos obstáculos e desafios e enfrentamos vários outros até hoje. Banda independente sofre por aqui.
Mas é sempre legal. Quem disse que seria fácil, não é mesmo? Porém, o gosto do reconhecimento vale a pena.
O primeiro obstáculo que enfrentamos no começo da banda era “onde tocar?”.
As casas e pubs aqui de Brasília não abriam as portas para bandas autorais. Só tinha show de banda cover, ou seja, não tínhamos onde tocar.
Foi aí que surgiu a ideia do “Vai Tomar no Cover” e decidimos montar o som na rua e tocar. Tocar em ambientes públicos é sempre bom: você entra em contato com todo tipo de pessoa e, se o público gostar do seu som, todos ficarão até o fim do show.
SA: Como surgiu o convite para se apresentarem em um dos maiores eventos de tecnologia, tendências e economia criativa do mundo?
LL: Sobre o SXSW, depois de uma turnê bem proveitosa em 2016 aprendemos várias coisas com outras bandas.
Uma dessas lições, foi saber que é possível fazer inscrição para grandes festivais. E foi assim, nos inscrevemos, disputamos com mais de 2.500 bandas e fomos uma das 500 selecionadas para o SXSW 2017.
SA: 5 conselhos que consideram fundamentais para formar uma banda e evoluir:
LL: Vamos lá! Conselhos são sempre bem vindos e esperamos que possam aproveitar:
- Primeiro, tentem não soar como todo mundo. Procurem utilizar seus conhecimentos musicais para fazer algo diferente e ter um produto musical poderoso.
- Acreditem no que estão fazendo e tenham consciência de onde querem chegar.
- Sejam sinceros consigo mesmos e tenham os pés no chão. Perguntem-se sempre: Se não tem muita gente no nosso show, algo deve estar errado.
- Façam muitas músicas. O maior bem da banda é sua música. Vocês não podem deixá-la ser banal o bastante para parar na primeira ideia que vem à cabeça, sem melhorias. Isso inclui tocar em shows para sentir a reação do público e notar como ela funciona ao vivo. E sejam rigorosos até que tenham um repertório consistente.
- E por último e não menos importante: saibam que a música é composta por 30% talento e 70% trabalho. Uma banda funciona como qualquer empresa, e é necessário ter metas, planos de negócios, etc. Parece chato, mas não fiquem esperando uma gravadora bater na sua porta, sabemos que se não correr atrás, isso não vai acontecer.
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Obrigado, Lucas Lima, Tynkato, Adolfo e Danilo, por generosamente dividirem a experiência de vocês como os nossos leitores.
Pessoalmente desejo ainda mais sucesso para a banda no SXSW 2017 e como negócio nos próximos anos.
Ah, a Lygia está lembrando que qualquer dúvida ou comentários adicionais serão sempre benvindos aqui no blog, nas redes sociais da SANTO ANGELO e da banda “Lista De Lily” acima mencionadas.
Abraço forte!
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Rogério Raso, engenheiro mecânico formado pela FEI em 1977, fundou a SANTO ANGELO dois anos depois e nunca mais parou de acreditar na Música e nos músicos brasileiros.
Lygia Teles,é Relações Públicas e especialista em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP. Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da SANTO ANGELO.