Music Business: todo endorserment vale a pena?

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Quando o assunto é viver da Música, muitos acreditam que dentro do Music Business o objetivo é  atrair o patrocínio (endorserment) de grandes marcas e investimentos para a própria carreira musical. Afinal, como falam alguns “gurus” todos os patrocínios são formas sadias de se manter ou ajudar na promoção e sucesso da banda.

Mas, você já refletiu se os valores e a cultura da marca que está pleiteando condizem com os seus valores pessoas ou até mesmo os princípios da banda?

Durante o carnaval, muitas marcas aproveitaram a visibilidade do evento para associarem sua imagem aos blocos de rua ou investiram pesado nos camarotes dos sambódromos nas principais cidades do país. Com certeza você deve se recordar de ter visto marcas como estas nas avenidas: Banco Itaú Unibanco, Trident, Schin, Sky, Skol e o lançamento da Amstel no Brasil.

As conexões e percepções que o público faz durante o evento são inúmeras: alegria, espontaneidade, jovialidade, inovação. Portanto, o público é diretamente atingido e encantado pelo conjunto da comunicação, gerando uma imagem positiva paras as marcas envolvidas.

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Mas, nem sempre dá certo!

Existem inúmeros casos em que a imagem do produto/serviço não corresponde com o artista, ou seja, o público além de não se identificar, acaba desconfiando das reais intenções do anunciante. Sendo assim, não consegue fazer boas associações com a marca citada, já que o posicionamento de ambos são distintos.

Um dos casos de maior repercussão negativa na mídia foi o do contrato milionário entre o cantor Roberto Carlos e a JBS, detentora da marca Friboi.

O contrato foi rescindindo entre as partes com seguinte a afirmação do anunciante:

“Roberto Carlos não vende carne, as pessoas não acreditam naquilo que vêem”.

Mas, pense bem: por que as pessoas não acreditaram em um artista que é recordista de vendas de discos há muito tempo? Simples: A impressão de grande parte do público era de algo totalmente fake naquele vídeo.

A falta de identidade entre o artista e a marca era visível. Além disso, o público questionava:

“Será que ele havia ou não voltado a consumir carne, já que se anunciara vegetariano por muitos anos?”

Todas estas questões geraram um buzz negativo com muitos memes e paródias nas redes sociais. Fato é que cada vez mais vemos grandes (ou pequenos e médios) nomes da música brasileira, independente do estilo, com seus nomes atrelados às marcas que não acrescentam valor às suas carreiras.

Mas, será que tenho chances de conseguir bons patrocínios?

Claro que sim! Você não precisa focar nas grandes marcas ou associar seu nome e da sua banda a organizações que você não acredita. Quem disse que você precisa buscar patrocínios somente no mercado fonográfico? Você acha que a foto do seu ídolo com a camiseta de uma marca no Instagram é “de graça”? Está enganado.

Pense além e amplie suas possibilidades!

A “Cavalera”, conhecida por ser uma marca de moda jovem e divertida, fez recentemente uma parceria com a banda Moxine para a segunda edição do projeto CavaRecords, que tem como objetivo incentivar as produções audiovisuais de bandas do cenário rock ‘n’ roll brasileiro.

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O artista precisa refletir que ter uma banda ou ser um artista solo, além de arte, é preciso fazer dinheiro para viver da Musica (opa, olha o Music Business de novo). Desta forma, se você ou a sua banda tiverem valores de justiça social, então por que não aproveite estas novas ideias para associar suas imagens a marcas socialmente responsáveis?

Além dos artistas, as boas marcas estão buscando este envolvimento com a música. A “Farm”, grife de roupas carioca, desenvolveu um projeto de sonorização das lojas. Hoje, a marca evolui para uma rádio online que pode ser customizada pelos próprios clientes. Agora, a Música faz parte dos dois pilares de comunicação da marca e, inclusive, foi responsável por ser a rádio oficial da “Babilônia Feira Hype”, evento que acontece todos os anos desde 1996 e reúne música, moda e gastronomia.

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A tendência não é restrita a grifes brasileiras. A inglesa e famosíssima Burberry, por exemplo, tem desde 2010 o projeto “Burberry Acoustic”, um espaço em seu site para revelar e divulgar novas bandas e músicos britânicos. O diretor criativo da marca, Christopher Bailey, é quem seleciona os músicos. Porém, os escolhidos possuem afetividade prévia com a marca.

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Voltando ao Brasil, a SANTO ANGELO, por investir na descoberta de novos e promissores talentos musicais, tem um longo portfólio de artistas que estão com a marca desde sempre (caso do Marcinho Eiras, Luciano Magno e Mateus Starling) entre outros, que você encontra no link . Mas também tem outros que nos deixaram, por vários motivos que não nos cabe discutir nesse post. No entanto, a pergunta que não quer calar nesses casos é:

 Será que os novos patrocínios, nos casos desses guitarristas, agregaram valor maior que SANTO ANGELO àquelas carreiras?

Pense nisso e não perca mais tempo! Se você está borbulhando de novas ideias, envie seu material de divulgação para as marcas com quem se identifica e acredita que possam agregar valor ao seu talento!

Abraços e até a próxima!

Lygia Teles, é Relações Públicas, formada pela Faculdade Bela Artes e pós-graduanda em Gestão de Marketing pelo SENAC-SP. Desde janeiro/16 integra a equipe de Marketing e Comunicação da SANTO ANGELO.




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