Aplicando conhecimentos financeiros: comprar ou alugar?
por Dan Hisa
Nos posts anteriores, você aprendeu sobre planejamento financeiro, fluxo de caixa, como se tornar um MEI, como fazer o seu custo para tocar em duas partes (parte 1 / parte 2) e em quanto tempo recuperar o investido (e se não leu ainda, é só clicar nos temas e aprender um pouco mais). Vamos agora, aplicar aqueles conceitos financeiros em algumas situações do nosso dia a dia, se possível bem antes do Réveillon de 2015, quando todos entraremos de férias?
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Imaginemos a seguinte situação: hoje você oferece serviços de palco e gravação para alguns artistas, ou seja, um dos seus trabalhos é o de um Sideman (músico contratado), com CNPJ e tudo mais. Além dessa ocupação, você também faz a montagem de palcos para alguns eventos (nada muito grande, por enquanto). Dois de seus clientes entram em contato, um de banda e outro de eventos com as seguintes solicitações:
Banda: “Queremos sua participação na gravação do novo álbum, que vai exigir alguns timbres bem específicos de guitarras e amplificadores”.
Evento: “Gostaríamos que a montagem do palco fosse feita com 2 amplificadores de guitarra, 1 de baixo, 1 bateria e 3 microfones (todos ligados com cabos da SANTO ANGELO, porque esse cliente sabe o que é bom).”
Vamos caso a caso:
Para a banda, com o pedido de “timbres específicos”, você precisa descobrir o que eles querem exatamente. Às vezes, com o seu amplificador você consegue resolver, mas digamos que peçam os timbres dos seguintes modelos (não deixando que você use simuladores digitais): Vox AC15, Fender Blues Jr., Mesa Boogie Mark V e Roland JC-120. Fora que eles querem também timbres das guitarras Gibson Les Paul Joe Bonamassa (que por sinal, já usou cabos nossos para testar guitarras, clique e confira), Fender Telecaster AM Standard e Gretsch G6128T Duo Jet.
Estimamos o quanto você gastará para comprar todos esses equipamentos, que deverá ficar em torno dos R$ 40.000,00 ao câmbio de R$ 2,50 para casa US$ 1.00. Como o contratante pediu, nem precisa fazer muitas contas para descobrir que ficará mais vantajoso para você os alugar do que comprar. Senão, vejamos: R$1.200,00 (média de R$ 300,00 por amplificador x 4) e mais R$600,00 (média de R$ 200,00 por guitarra x 3), totalizando R$ 1.800,00 por dia. Esse custo, fora a sua margem de precificação, deve se adequar obrigatoriamente ao que será pago pelo contratante. Já explicamos a questão de custos, despesas e preço final em outro post, mas estenda que você precisa de uma margem de trabalho que cubra o transporte, seguro e mais o seu tempo de gerenciamento da solicitação do cliente.
Quanto ao evento, eles não definiram exatamente os modelos, logo, você pode utilizar os amplificadores que você já tem e que foram comprados com suas economias segundo o post “Planeje para atingir seus objetivos“. Se não tiver, poderá alugar apenas o que faltar, mas, dependendo de quanto você receber, pode ser interessante comprar esses equipamentos para usar em outros shows desse seu cliente. Como é um serviço que você oferece, eles podem ser utilizados sempre nas montagens dos eventos que você fizer, recuperando aos poucos o valor investido. Caso o novo amplificador custe R$ 3.000,00, e você utilizar a média de locação de R$ 300,00, em 11 eventos o amplificador foi pago, considerando uma inflação de 1% ao mês.
Entendido como pode fazer? Vamos agora aos prós e contras:
A locação te disponibiliza uma gama maior de possibilidades, a um preço mais baixo, mesmo você precisando devolver. O equipamento sempre chegará em boas condições, mas deve ser devolvido da mesma maneira (as vezes isso pode ser um problema). A disponibilidade pode não ser imediata. Devolvido e pago, você não tem mais deveres com o que foi alugado.
A compra acaba te limitando um pouco (como dissemos, não dá pra gastar R$ 40.000,00 em toda a gravação, comprando equipamentos, por mais que isso seja o desejo de muitos músicos) e o preço é mais alto. Como é de sua propriedade, a disponibilidade é você quem controla. Em contra partida, a manutenção também é sua responsabilidade. Também pode se tornar uma fonte nova de renda (com futuras locações). Veja que esse tipo de análise (que você faz para descobrir especificidades de cada cliente) faz com que você tenha dados para tomar a melhor decisão para o trabalho.
Comprar ou alugar vai da sua disponibilidade financeira, do seu planejamento futuro e do que exatamente você precisa (ou quer) atender. E isso vale para carros e imóveis também. Como exemplo, muitas empresas maiores optam por alugar os carros de sua frota, pois o custo acaba sendo mais baixo, elas sempre terão um carro novo circulando e a manutenção periódica é sempre por conta da locadora. Sem falar que o capital que é investido em um carro pode ser melhor empregado em uma maquina ou mercadorias que aumentem as vendas dessa mesma empresa.
A dúvida da locação/compra não é exclusiva dos MEI ou microempresas, ela atinge muita gente, por isso, muita calma e estudo para tomar a melhor decisão.
E ai, preparado para o próximo post? Já vá imaginando que seus negócios deram certo e agora você precisa de um imóvel para montar uma sala de estúdio. Comprar ou alugar?
E ai, esse post te ajudou a tomar uma boa decisão? Comente, critique ou elogie essas dicas, pois só assim, com a troca de experiências, conseguiremos aprender mais e evoluir, todos juntos.
Até a próxima.
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