Guitarras Icônicas – Van Halen: “Frankenstein ou Frankenstrat”

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por Dr. Alexandre Berni

Para quem tem acompanhado meus posts, sobre regulagens e manutenção de guitarras, vai estranhar essa nova série que começa hoje tratando de um assunto igualmente muito querido por mim e muitos outros guitarristas nesse mundo afora: as “guitarras icônicas”. Sim, aquelas que trazem inovações pessoais dos músicos que as utilizam de maneira a torná-las parte diferenciada do nosso “panteão guitarrístico”, pela importante contribuição e significado na grandiosa mitologia da guitarra.

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Felizmente são muitas e para todos os estilos musicais.

Vamos começar por uma das mais conhecidas icônicas do mundo: a famosa “Frankenstein” ou “Frankenstrat”, pilotada por Eddie Van Halen.

Não tenho dúvidas que a maioria dos guitarristas, quando se depara com uma guitarra dessas, sabe contar algo sobre ela, mesmo que seja somente o nome da banda em que ela estava inserida ou quem a usava no palco. A memória emotiva nessa preciosidade do Van Halen e o apelo visual marcaram tanto uma época, que até hoje são comercializados pedais, roupas, sapatos, capas de celular e muitos outros objetos com a pintura conhecida como “striped guitar” desta guitarra icônica.

Não é uma tarefa fácil resumir toda a história que envolve este lendário guitarrista, suas guitarras e sua técnica, mas vamos simplificar.

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Começando pela a origem de Eddie Van Halen (EVH). Filho de Jan Van Halen e Eugenia Van Halen, viveu do seu nascimento em 26 de janeiro de 1955 até 1962 em Amsterdam, na Holanda, quando sua família mudou-se para Pasadena, Califórnia, Estados Unidos. Juntamente com seu irmão Alex Van Halen, Eddie fundou a banda que levava seu sobrenome: o Van Halen, que viria a se tornar famosa internacionalmente e um ícone do hard rock. Hoje em dia, a banda conta com seu filho, Wolfgang Van Halen, nos baixos do Van Halen (nepotismo?).

A primeira guitarra que EVH fez foi uma loucura: usando “pedaços de guitarras” diversas, ele combinou um corpo de Stratocaster com ponte Floyd Rose (criada na parceria de Eddie e a fábrica do Floyd Rose), um braço genérico da fender mais barato (a partir de 1985 que confeccionou os braços foi a Kramer), um captador humbucker de uma guitarra Gibson (alguns afirmam que era de uma Flying V) e apenas um potenciômetro de volume, além das famosas fitas adesivas, nada mais do que isso!

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Após criar esta monstruosidade, denominada de “Frankenstrat”, Eddie começou a chamar a atenção do mercado musical da época, dominado pelos sintetizadores, associando sua maneira de tocar guitarra ao apelo visual desta. Na onda do “synth”, Eddie soube associar o uso dessa tecnologia à sua guitarra. Lembram-se da música “Jump”?

Mas essa guitarra também trouxe seu virtuosismo à tona. Não tem como se esquecer de Eruption, com escalas pentatônicas “a jato”, que muitos guitarristas queriam imitar.

Como já disse, talvez nenhuma outra guitarra seja tão imediatamente reconhecível e diretamente associável a um guitarrista como a “striped guitar”, denominada desta forma devido às faixas nas guitarras que são comercializadas pela empresa de EVH.

Devemos considerar a absoluta originalidade que mudou o conceito, ou melhor, modificou a maneira de “se tocar guitarra”.

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Eddie não inventou técnicas, apenas juntou elementos e criou um novo “padrão” para a guitarra desde o surgimento da banda que leva o seu nome. As técnicas mais usadas eram “two-handed tapping”, “natural and artificial harmonics”, vibrato, tremolo “picking” e “volume swells”, combinadas com sua sensibilidade rítmica e melódica.

Em minha opinião, outro marco na história na maneira de se tocar guitarra, comercialmente falando, evidentemente, foi com o aparecimento de Slash, na época guitarrista da banda Guns N’ Roses. Muitos guitarristas que estão lendo este post poderão “torcer o nariz” neste momento e me perguntar: e o Zakk? Nuno? Vai? Satriani?

Gosto de muitos outros guitarristas e esta é minha opinião, apenas faço uma observação comercial associada à “memória emotiva” que todos nós temos.

Hoje em dia, EVH dirige sua própria marca e está comercializando réplicas dessa maravilha icônica da história da guitarra.

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Vale à pena lembrar que existe uma parceria com a Fender onde Eddie dedicou-se por dois anos.  O resultado desse trabalho foi uma réplica perfeita, em cada detalhe e minúcia, incluindo lascas nos cantos, riscos, queimaduras de cigarro e até mesmo o captador “neck pickup” que não funciona.

Lembro-me que em seu lançamento eu estava em Nova York e fotografei um exemplar que estava em uma redoma de vidro da loja SamAsh e custava a bagatela de 25 mil dólares (hoje, quase R$ 85.000,00). Barato, não é? (só que não)

Além das guitarras modelo “striped guitars”, Eddie também tem sua linha de amplificadores, inspirados no Peavey 5150, com a linha EVH 5150, comercializados em parceria com a Fender.

Gostou dessa breve história de um dos modelos icônicos de guitarra? Concorda quando foi mencionado sobre alguém que inovou, evoluiu e trouxe todo um novo estilo de tocar e usar a imagem como músico? Então por que também não ter algum acessório que lembre uma das guitarras icônicas da sua vida?

Comente aqui com a gente qual seria esse modelo e vamos conferir se pensamos da mesma maneira.

Abração e até a próxima.

Um agradecimento especial ao nosso leitor Marcelo Seifriz por algumas das informações sobre a montagem dessa guitarra.




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