Manual de Network na Expomusic

2016-09-14-fb

Olá pessoal, tudo bem?

Resolvi escrever esse texto já pensando no número de oportunidades que se abrem para os músicos durante a Expomusic ou qualquer outro evento similar ligado à Música. Quase todas as marcas estarão por lá, junto aos seus profissionais de Vendas, Marketing e de RA ou, se preferir, “Artist Relations”.  Claro que é uma grande chance de contatar esses profissionais e mostrar seu trabalho, mas como fazer isso de modo correto, sem parecer “chato” e inconveniente?

Afinal, eles estão lá trabalhando e você não quer incomodar, certo?

A Expomusic, depois de 32 edições, tem conseguido a congruência de executivos nacionais e internacionais, lojistas, importadores, profissionais da imprensa, músicos, marcas e público para um evento anual onde é criado um ambiente propício para todos os tipos de contatos.

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Mas lembremos sempre que são dois os intuitos principais da feira: negócios (venda de instrumentos musicais, equipamentos de áudio e iluminação para lojistas e distribuidores internacionais) e lançamento/divulgação de produtos e serviços junto às mídias em geral e ao público consumidor, além de shows e workshops de artistas nacionais e até convidados internacionais. É justamente neste caso que você pode “chegar” e apresentar o seu trabalho.

Pensando nesse “approach” e depois de 2 anos enfrentando todo tipo de aborrecimento com colegas músicos que não entendem essa dinâmica, pensei em redigir um pequeno “Manual de Etiqueta” para todos aqueles que pretendem visitar a feira e se apresentarem para eventuais patrocínios das marcas. Claro que são minhas opiniões e você está livre para comentar ao final, caso não concorde com essas “regras”.

Arrume-se com discrição – O estereótipo de um músico, como um cara largado, que não toma banho e cheira a cigarro e álcool, definitivamente não combina com um evento desse porte. Portanto, tome cuidado com a sua apresentação pessoal. Não precisa ler um livro da Glória Kalil, nem gastar todo o seu dinheiro com perfumes e roupas de grife, nem vestir terno e gravata. Tenha uma visão crítica de como você vai se vestir, porque você está indo falar com um profissional (em alguns casos, o próprio diretor da empresa) que, normalmente, leva em consideração a primeira impressão visual com quem conversa.

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Apresente-se corretamente – Cuidado ao se apresentar. Só aperte a mão da outra pessoa se esta estender o braço. Pode parecer estranho para você, mas muitos estandes possuem frascos com álcool gel para as pessoas usarem e evitarem contágios sempre possíveis entre tantos visitantes. Evite gírias e palavrões em um primeiro momento (quando a conversa começar, sinta se o interlocutor é informal e só nesse caso você pode usar uma gíria ou outra, mas não abuse). Diga seu nome (pode ser o artístico) e descreva rapidamente suas atividades (guitarrista, produtos da marca que sempre usou e assim vai). E não fique falando sem parar. O motivo você entenderá no próximo tópico.

Respeite os limites – Por mais que algumas marcas tenham seus próprios RA (ou “Artists Relations”), lembre-se que eles têm que atender outras pessoas. Outros colaboradores das marcas estão lá para fazer o estande funcionar e atender todo mundo de forma igual. Seja sucinto, peça um cartão para contato futuro ou anote o e-mail, caso o profissional não tenha um cartão de visita a mão. Outra opção é tentar marcar uma entrevista com antecedência, mas sem insistir para que não seja lembrado com o rótulo de “chato”, como já falei. Tenho certeza que se lembrarão de você pelo respeito e entendimento do momento da feira.

Entregar ou não seu material de divulgação? – Um ponto muito importante da apresentação do seu trabalho é a forma como você deve fazê-lo. Vou me aprofundar nesse tópico pelas postagens que fizemos no blog SANTO ANGELO falando de marketing pessoal.

Fora o que já tratei nos tópicos acima, pense que o seu trabalho merece a melhor roupagem, desde o release até o álbum. O importante é ter em mãos o seu projeto, bem definido com seu passo-a-passo e com previsões futuras. Lembre-se: você não está tratando com pessoas e sim com empresas. Em outras palavras, todos precisam ganhar com uma parceria, certo?

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Se você gravou um álbum, apresente expectativa de vendas, agenda de shows, como a marca se beneficiaria do seu trabalho, entre outras possibilidades. Pense também que às vezes, só usar a marca em um show não é o suficiente. O público normalmente é formado por pessoas que estão lá para ouvir e não para tocar. Arrisco que em shows (que não são de bandas muito técnicas ou guitarristas solo) o público que tem vontade de aprender música ou já toca deve girar em torno de 4% a 5%. E se for deixar um álbum com um RA, lembre-se que a apresentação visual do CD deve ser impecável (nada de gravar um CD-R e entregar um uma caixinha transparente meio quebrada).

Escolas também podem apresentar seus projetos. Demonstre o número de alunos atuais da escola, provisionamento de novos alunos, projetos realizados ou a realizar, localização, visual do estabelecimento, tempo de empresa, método que utiliza e outros dados que interessem. Escolas e professores são grandes formadoras de opinião e as marcas têm grande interesse em projetos consistentes desse tipo de empreendedores. Aliás, não deixe de ler também meus posts sobre empreendedorismo no blog.

Esses são exemplos mais comuns envolvendo artistas, bandas e escolas, porém, produtoras, estúdios e veículos de mídia também têm seu espaço junto aos RA’s. O importante é ter um plano de negócios bem feito (deixe o detalhamento para uma 2ª. conversa) que demonstre o melhor possível quais os benefícios que cada um do envolvidos terá na parceria. Nunca se esqueça que “Parceria” é ajuda mútua quando todos ganham. Quando um lado só ganha é enganação.

Não desista – Com a correria da feira e do pós-feira, provavelmente não conseguirão analisar o seu trabalho durante o evento e muito menos nos 15 dias seguintes ao término da feira. Um RA profissional entende a ansiedade do músico em fechar uma parceria, mas ele sabe que precisa analisar todas as propostas e alinhar aquelas mais interessantes com a cultura da marca que o emprega. E sempre entrega um feedback para os músicos que o procuraram.

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No entanto, pode ser que esse feedback demore. Se isto acontecer, não desista e continue fazendo o seu trabalho. Em dado momento, você pode retomar a conversa (ah, não fique mandando mensagens via Whatsapp cobrando uma resposta). Se demorar mais que 30 dias, relembre a pessoa do seu contato com um e-mail elegante, sem o corriqueiro “e aí, ouviu as paradas?”. Se mandar assim, normalmente, “não vai rolar, parça!”.

Lição de casa obrigatória – Pense quais são as marcas e produtos que mais te interessam. Pesquise no site do promotor para conferir onde as empresas estarão porque os expositores mudaram os estandes de lugar em relação a 2015, e esse ano mais, por terem saído do Expo Center Norte para o Anhembi. Aproveite que está na internet e procure informações das empresas interessantes para conhecê-las o máximo que puder (já comentei em posts anteriores que não adianta ter uma banda de Black Metal demoníaca e pedir apoio à uma marca cristã). Sabendo quem é o seu “target”, o papo fluirá melhor e as possibilidades de uma parceria aumentarão. Ah, cuidado para não parecer que você está “puxando o saco”. Be Professional, always!

Apesar da situação atual difícil da economia brasileira, se o seu projeto demonstrar que o retorno para a marca será positivo e que vocês têm muito a ganhar juntos, certamente as notícias serão muito boas depois da Expomusic.

Comente sobre alguma outra dúvida, aqui ou em nossas redes sociais, que responderemos o mais breve possível. E não se esqueçam de visitar nosso estande e curtir os shows e workshops, ok?!

Ah, quase esqueci: pode me procurar no estande se tiver um bom projeto para uma parceria entre a SANTO ANGELO e você.

Abraços e nos vemos por lá!

Dan Souza é CMO, Relações Artísticas, fissurado em tecnologia e música, além de baixista nas horas vagas e apaixonado por Publicidade, Propaganda, Literatura e Filosofia. Formado em Marketing pela UNINOVE/SP, faz parte, desde 2013, da equipe de Marketing SANTO ANGELO.




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