Mesas de som – parte 1

14-09-15 Links - Mesa de som 1

Por Sound Cara

Olá pessoal, sou o Rafael Cerqueira, também conhecido como Sound Cara, e estou de volta para continuar a série de posts sobre Áudio Profissional. Antes de continuar, gostaria que relesse sobre os conceitos abordados em meus posts anteriores sobre “Relação Sinal Ruído” e “DI’s” porque hoje o tema é sobre mesa de som. Como este assunto é muito extenso, vou dividi-lo em partes, começando com uma visão geral da mesa de som analógica, combinado?

Tente visualizar a frente de uma mesa de som. Com essa imagem e as ilustrações abaixo, vou explicar e analisar cada “pedaço” de cima para baixo.

Pré-amp:

A primeira coisa que geralmente temos em uma mesa de som, é o pré-amp, onde você encontrará um conector XLR painel fêmea, uma ou mais entradas TS (P10 mono) ou TRS (P10 estéreo), um botão +48v (ou Phantom Power) e um potenciômetro de Ganho. Note que cada canal da mesa tem essa configuração.

Na foto abaixo, onde você lê “MIC” significa que poderá conectar qualquer sinal de nível ou de baixa impedância como, por exemplo: microfone e cabo de instrumento pós Direct Box. Logo abaixo, temos uma entrada “LINE” onde deve ser conectado qualquer cabo que envie um sinal de linha (ou de alta impedância), como um Ipod, PC, ou até mesmo um instrumento que passou por um pré-amp (clique aqui e veja meu post sobre pré-amp). Por último, temos o “Insert”, onde poderemos ligar um equalizador, efeito ou periféricos do tipo. Não vou entrar em detalhes de como funciona o Insert neste post porque em breve escreverei mais sobre o assunto.

Mesa de som 1 - imagem 1

Em seguida, vem o potenciômetro de Gain ou Ganho. Pense no Ganho como se fosse o volume de entrada na mesa de som. Se estiver muito baixo, você pode até ter o volume bem alto que o sinal estará “fraco” e não vai sair quase nada. Já se o Ganho estiver muito alto, acontece o que chamamos de “clipar”.

Preste atenção nisso: se o Ganho estiver muito alto, mesmo com o volume baixo, haverá uma clipagem ou distorção. O ideal é ter Ganho alto, afinal você quer ter um bom sinal para trabalhar, mas sem clipar, certo? Mais a frente, planejo fazer um post explicando um pouco mais sobre estrutura de Ganho, se vocês estiverem interessados.

Verifique se sua mesa de som também tem um recurso extra chamado Phantom Power ou +48V, porque alguns modelos mais antigos não saíram de fábrica com essa possibilidade. Com este recurso, você pode enviar energia de 48V para alguns canais desejados ou todos eles através dos cabos para alimentar os microfones condensadores.

Equalização:

Depois dos grupos de pré-amp, cada canal tem um setor onde é feita a equalização. Algumas mesas trabalham com equalização de frequências fixas, onde você terá apenas controle de volume de frequências já escolhidas pela mesa de som. No exemplo da imagem abaixo, o operador pode aumentar ou diminuir 15 decibéis do Agudo (High) e estará aumentando o volume da Frequência em 12KHz. A mesma coisa se repete com o Médio (Mid) na Frequência de 2.5KHz e o Grave (Low) em 80Hz.

Mesa de som 1 - imagem 2

Já outras mesas de som trabalham com frequências móveis, onde o operador pode escolher a Frequência que deseja modificar. A maioria das mesas de som analógicas que trabalham com frequências móveis, só permite que o usuário escolha a Frequência média, como o exemplo da foto abaixo.

Note que o Agudo está fixo em 10KHz, o Grave em 100Hz e, como você pode ver nas duas linhas intermediárias de potenciômetros, existe um botão para escolher a Frequência do Médio e outro para modificar o volume da Frequência escolhida, podendo variar de 250Hz a 5KHz.

Mesa de som 1 - imagem 3

Aux:

Logo abaixo dos grupos de Equalização, geralmente as mesas possuem o controle de volume das saídas auxiliares de cada canal. Essas saídas auxiliares podem ser utilizadas para retorno de chão, fones de ouvido, efeitos ou até para gravações. Elas possibilitam ao operador fazer uma eventual mixagem adicional para uma saída específica localizada atrás ou acima da mesa identificada como “aux send”.

Como demonstrado na imagem abaixo, alguns auxiliares são fixos em pré-fader ou pós-fader e outros têm uma chave onde o operador pode escolher se quer que aquele auxiliar trabalhe em uma ou outra opção (pré-fader ou pós-fader).

Mesa de som 1 - imagem 4

A diferença é que no pré-fader, o volume do Fader (potenciômetro deslizante que vem logo abaixo dos grupos de Aux) não vai afetar o volume da saída auxiliar, enquanto no pós-fader os dois volumes influenciam essa mixagem, ou seja, tanto o volume do Fader quanto o volume do auxiliar.

Pessoal, sei que é muita informação para quem está começando agora, enquanto os mais experientes podem estar achando bem básico o que escrevi até agora. Assim, sugiro que paremos por aqui para que vocês possam experimentar operar um equipamento desses até a 2ª. parte do post, combinado?

Lembro ainda que além dos meus artigos aqui no blog SANTO ANGELO, também desenvolvo outros temas bem legais no meu canal no YouTube. Dá um pulo lá para conferir.

Abração e até a próxima!




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