Capotraste ou Capotreco?
por Dr. Alexandre Berni
Olá pessoal. Aqui é o Alexandre Berni, ou Dr. SANTO ANGELO, como muitos de vocês já me conhecem. Espero que todos estejam bem e otimistas para vencer os desafios desse ano que promete “fortes emoções”. Tanto isso é verdade que o Danilo Souza, RA da empresa, elaborou até um Manual de Sobrevivência para quem deseja encerrar 2016 fora do prejuízo. Clique aqui se ainda não leu.
Escrevo hoje rapidamente sobre um acessório muito útil e que passa, muitas vezes, despercebido de quem toca um instrumento de cordas: o Capotraste. Também conhecido como “capo”, “trastejador”, “pestana fixa” ou simplesmente “braçadeira”, um Capotraste nada mais é do que um dispositivo usado fisicamente para encurtar a distância das cordas em relação à ponte do instrumento. Com esse “truque”, as notas soam mais agudas em instrumentos como guitarra, violão, bandolim ou banjo. Portanto, você encontrará músicos utilizando capotrastes em quase todos os estilos musicais.
Quer dizer que qualquer musico pode usar o Capotraste?
Sim, porque muitos artistas o definem simplesmente como uma ferramenta para alterar a tonalidade da música. Desta forma, temos um acessório simples a favor da Criatividade Musical, mas para melhor aprender como usá-lo, eu aconselho o estudo da Teoria Musical, principalmente nos intervalos musicais e tríades. Fazendo uso adequado desse acessório, você se livra de “notas fora” como na foto abaixo:
Muitas músicas atuais e imortalizadas na história e que nos agradam pela sonoridade, foram gravadas com capotraste, como em “Here Comes The Sun” de George Harrinson. Certamente, hoje em dia você já escutou Ed Sheeran com suas melodias tocadas com capotraste, sem esquecermos do icônico Keith Richards, cujas influencias iniciais contamos nesse post.
Posso fazer um capotraste em casa?
Não aconselho. Sendo um acessório de fácil aquisição, com preços acessíveis e vários modelos disponíveis no mercado, eu não me arriscaria em tentar fazer um capotraste caseiro, pois dificilmente funcionarão direito. Na pior da hipóteses, poderão “abafar” o som das cordas, além de apresentar um resultado estético desastroso, justificando o nome de “gambiara”. Portanto, não faça esse tipo de economia.
Assim, objetivo deste post é orientar a escolha de seu capotraste, uma vez que existem várias opções que diferem em material, tipo de fixação e mecanismo de funcionamento. Não abordarei esse capotrate mais sofisticado demonstrado abaixo, que acredito ser muito caro para o resultado que entrega.
Os materiais mais comuns que são fabricados os capotrastes são: Alumínio, plástico, borracha, madeira e tecido composto com elástico.
Quanto ao mecanismo de funcionamento, é importante definirmos qual será o objetivo de seu uso. Caso você necessite colocar e tirar o capotraste rapidamente durante uma música ou entre uma música e outra em seu show, indico o mecanismo com mola, que proporcionará mais facilidade e rapidez.
Nos casos onde precisar deixar fixo o capotraste, embora o mecanismo com mola possa ser usado, acredito que um modelo com mecanismo de parafuso de aperto será ainda mais útil.
Assim como no exemplo acima, de capotraste de uso prolongado, o mecanismo de trava fixa também pode ser usado.
Enfim, considerando o objetivo de uso em uma determinada música ou performance, além de quanto você poderá investir nesse acessório, são, em minha opinião, os fatores mais importantes que deverão guiar a decisão de compra. Todavia, certifique-se, ao analisar as opções disponíveis em sua loja preferida, o quanto de pressão é exercida pelas molas dos modelos de capotrastes disponíveis. Claro que quanto mais grosso for o braço do instrumento, maior será a probabilidade do acessório danificá-lo se a pressão da mola for muito forte. Alem disso, verifique também se o emborrachamento das pinças dos modelos oferecidos é adequado para não danificar o acabamento do braço.
Um tipo de capotraste que considero formidável é o modelo AC-05 da SANTO ANGELO porque, uma vez que após colocarmos o capotraste poderemos checar se houve alteração na afinação do instrumento, fazendo os ajustes, caso necessário. Quem já usou capotraste, deve concordar comigo que estas alterações podem ocorrer com frequência.
Algumas empresas criativas acrescentam funcionalidades aos capotrastes, como no exemplo abaixo. Note que, além da função normal de um capotraste, esse modelo permite abrir garrafas com ou retirar os pins do violão na troca de cordas. Imagine se ele ainda tivesse um afinador acoplado…
Bem pessoal, espero ter sido útil mais uma vez, acrescentando conhecimento e curiosidades ao fantástico mundo dos instrumentos de cordas. Qualquer dúvida ou comentário que eu esqueci de colocar nesse post, podem me escrever ou contatar nas redes sociais da SANTO ANGELO.
Um grande abraço a todos.
Vale salientar que o capotraste, deve ser colocado paralelo ao traste. E não inclinado dentro da “casa” no braço do instrumento, pois dessa forma as notas soarão “desafinadas” somente pelo fato de um capotraste colocado errado…
Neemias, tem toda a razão. Agradecemos o adendo ao post!